quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

3 Capturar o vento

Capturar o vento?!?!

Este vídeo vale a pena ver...gosto muito dele, pois leva para algumas reflexões tanto para nossa vida pessoal, quanto profissional...aqui irei falar do profissional...assistam...

Muitas vezes queremos atingir alguns alunos dos quais achamos "complicados" não é mesmo?
Assim como neste vídeo precisamos de algumas chaves para conseguir o sucesso, vou listar...
- Paciência; (O menino trilhou quanto para capturar o vento? Muitas vezes o caminho é realmente longo com nosso aluno, por isso requer paciência);
- Criatividade; (Você já viu alguém capturar vento e colocar no vidro? Muitas vezes precisamos ousar, mesmo que para muitos é loucura, se acreditar em você e na potencialidade de seu aluno sua criatividade fluirá, independente do que outros fizeram ou fazem);
- Entusiasmo; (Mesmo estando longe de casa, o retorno foi cheio de entusiasmo; Não podemos perder o entusiamo, mesmo sendo um caminho longo a trilhar);
- Persistência; (Não desista! Mesmo que aquele aluno não responda rapidamente como você gostaria)
- Alegria; (Misture tudo, paciência, criatividade, entusiasmo, persistência e dê uma pitada de bom humor e alegria, essa receita com certeza será deliciosa; Você verá os resultados! 
O menino ajudou seu avô a soprar as velinhas de uma forma criativa e surpreendente! 
Você professor, ajude seu aluno a superar suas dificuldades e valorize suas potencialidades, assim, até você se surpreenderá com os resultados!


abraço!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A inclusão e a realidade nacional

As prioridades federais são nítidas e decorrem, entre outros poderes, do império de economistas que conseguiram acertar um plano após inúmeras tentativas frustradas durante as décadas de oitenta a noventa (Leitão) num Brasil quebrado pelo erro de previsão em relação aos efeitos dos choques do petróleo nos anos setenta e projetos incompatíveis com nossa realidade naqueles tempos (OS ARQUIVOS DE DELFIM, 2003). O dinheiro barato e fácil da abundância dos petrodólares transformou-se em pesadelo inflacionário após a elevação dos juros norteamericanos (Safatle, 2012), pesadelo que o Brasil enfrentou com táticas e técnicas equivocadas.
O mundo se transforma e é fundamental aprender, evoluir.
Em nosso país o combate à inflação criou um ambiente de retrocesso diante da falta de recursos. Todos sabiam o que seria necessário, era impossível fazer o que as boas técnicas de Engenharia, Educação, Saneamento Básico, Saúde, Segurança etc. recomendavam. Pior ainda, a corrupção tornou-se uma praga, só não pior, talvez (pois condena milhões de brasileiros a padrões de vida inferiores), do que a formada pelas drogas baratas que inundam nosso país.
Convenções internacionais e avaliações inovadoras exigem, entretanto, mudanças.
Felizmente o Brasil estabilizou-se (mas continua pagando juros de país em crise profunda???) e já se dispõe a emprestar dinheiro até para o FMI.
Temos, entretanto, problemas gravíssimos a serem resolvidos e programas estranhos de investimentos desconexos em certas áreas.
Na Educação a evolução das escolas e de seus profissionais é essencial ao futuro que almejamos. Isso está acontecendo de forma enérgica, firme e eficaz?
Estamos progredindo [(Brasil aumenta em 121% gastos por aluno até ensino médio, 2011), (Kang, 2012)], precisamos, contudo, avaliar a qualidade deste progresso e estimar metas com soluções inteligentes.
Por exemplo, como fica nesse desafio de crescimento o aluno com deficiência?
A inclusão é um desafio colossal, se entendida como algo a ser feito de forma competente, eficaz. O artigo (Escolas dos diferentes ou escolas das diferenças?, 2012) traz ponderações significativas.
Merece transcrição o final contundente:
“A Educação Especial conquistou posições importantes do ponto de vista legal e educacional na educação brasileira e esses marcos estão fundamentados na Constituição de 1988 e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência/ONU, 2006, ratificada e assimilada ao texto constitucional pelo Decreto no. 6.949/2009. A Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva/MEC 2008 é o testemunho de nossos avanços em direção à inclusão escolar. Ela é explícita quando propõe a diferenciação para incluir e reconhece o sentido multiplicativo da diferença, que vaza e não permite contenções, porque está sempre mudando e se diferenciando, interna e externamente, em cada sujeito. Em seu texto fica patente que a diferenciação é fluída (Burbules,2008) e bem-vinda, porque não celebra, aceita, nivela, mas questiona a diferença!
Não há mais como recusar, negar, desvalidar a diferença na sociedade brasileira e no cenário internacional. Cabe-nos, pois, como educadores, colocar em cheque a produção social da diferença, como um valor negativo, discriminador e marginalizante, dentro e fora das nossas escolas.”
Ótimo, mas como viabilizar escolas de bom nível se elas, sendo públicas, dependem no Ensino Fundamental dos municípios onde estão instaladas (qual é a capacidade fiscal e de investimentos e custeio dessas unidades?)? E nos demais níveis, o que fazer se os recursos diminuem (Corte de Dilma no Orçamento tira R$ 1,927 bi da Educação, 2012), quando sob responsabilidade federal, e nos estados os cortes orçamentários são uma rotina desde que inventaram o Brasil?
Quem mais perde com tudo isso é o aluno com deficiência física, sensorial, intelectual ou múltipla. Naturalmente ele precisa de professores bem preparados, escolas adaptadas, transporte escolar especial e educação de seus colegas, ou seja, uma ampla e custosa transformação de nossas tradições refratárias à boa educação, em qualquer nível.
A sensação que temos é que, diante do desperdício e definições de prioridades demagógicas, ainda levaremos muito tempo até chegarmos a um nível digno e necessário de escolas públicas, mais ainda em condições de acolher com dignidade e eficiência o aluno PcD.

Cascaes
27.2.2012
Brasil aumenta em 121% gastos por aluno até ensino médio. (14 de 9 de 2011). Fonte: portal apreniz: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/09/14/brasil-aumenta-em-121-gastos-por-aluno-ate-ensino-medio/
ANDES-SN, S. N. (16 de 2 de 2012). Corte de Dilma no Orçamento tira R$ 1,927 bi da Educação. Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN: http://www.andes.org.br:8080/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=5166
Grinbaum, M. D. (19 de 11 de 2003). OS ARQUIVOS DE DELFIM. Fonte: Isto É Dinheiro: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/12001_OS+ARQUIVOS+DE+DELFIM
Kang, T. H. (17 de 2 de 2012). Gastos em educação por estudante. Fonte: Oikomania: http://oikomania.blogspot.com/2012/02/gastos-em-educacao-por-estudante.html
Leitão, M. (s.d.). Saga Brasileira. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2011/07/saga-brasileira.html
Mantoan, M. T. (10 de 2 de 2012). Escolas dos diferentes ou escolas das diferenças? Fonte: LuMiy's Blog: http://lumiy.wordpress.com/2012/02/11/escolas-dos-diferentes-ou-escolas-das-diferencas/
Safatle, C. (10 de 2 de 2012). O homem que se reinventou. Fonte: Valor Econômico: http://www.valor.com.br/cultura/2525158/o-homem-que-se-reinventou
FONTE VIA:http://pp1-mirantedoaprendiz.blogspot.com/2012/02/arte-de-pensar-e-sua-dinamica.html

CHURRASCO NO PEQUENO COTOLENGO

NESTE DOMINGO TEM CHURRASCO NO PEQUENO  COTOLENGO!!! Preparem-se para um 


almoço com muita música diversão e solidariedade. Tragam a família e os 


amigos! Informações: (41)3314-1900.




FONTE: PEQUENO  COTOLENGO


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Imagem do dia


Projeto quer que paraplégico dê pontapé inicial da Copa 2014

Miguel Nicolelis estuda para fazer máquinas funcionarem com a força do pensamento.

















O governo americano investe por ano 430 milhões de dólares na Duke, uma das principais universidades de medicina do mundo.

Estudos de ponta, publicados em algumas das revistas científicas mais importantes do planeta.
Um grupo internacional, de 50 especialistas, na linha de frente da ciência!

Conduzindo pesquisas que podem beneficiar pessoas aqui no Brasil, como Emerson, de apenas 12 anos. E Sidney, de 36 anos.

Emerson foi atingido por uma bala perdida há dois anos, quando empinava pipa em Guarulhos, São Paulo.

Emerson conta como foram os últimos dois anos. "Ficar no hospital, sem fazer nada. Só, sem brincar", diz a criança.  Sidney ficou soterrado por seis horas no terremoto de Kobe, no Japão, em 1995. Os médicos deixaram claro a gravidade da minha lesão.

"Devido ao terremoto, a casa literalmente caiu na minha cabeça", lembra Sidney Almeyda, analista de sistemas.

Mas o que a pesquisa feita nos Estados Unidos tem a ver com esses brasileiros que não podem mais andar?

É que o chefe desses cientistas da universidade Duke é do Brasil: o paulistano e palmeirense fanático Miguel Nicolelis.

Formado em medicina pela Universidade de São Paulo em 1984, ele vive no exterior há mais de 20 anos. Completa 51 de idade na semana que vem. E trabalha numa área que mais parece ficção científica: fazer máquinas funcionarem com a força do pensamento.
Um braço robótico, uma perna robótica, um braço virtual que realiza um determinado comportamento sob o comando da atividade do cérebro.

As aplicações práticas são muitas, porém ainda distantes. Mas Nicolelis tem pelo menos um projeto mais urgente, ambicioso e polêmico, que tem a ver com o Sidney e o Emerson: fazer um brasileiro, paraplégico, ou tetraplégico, de preferência uma criança, dar o pontapé inicial da Copa do Mundo, em São Paulo, no dia 12 de junho de 2014. Daqui a dois anos e três meses.

"Acho que vai dar sim, acho que nós temos uma boa chance de conseguir realizar essa demonstração", afirma.

O projeto tem nome em inglês: "Walk Again": andar de novo. Claro, tudo o que desejam o Emerson e o Sidney. Eles têm histórias diferentes, mas sonhos parecidos.

Quando você sonha, você está na cadeira ou está andando? "Andando', conta o menino Emerson.

"Por incrível que pareça eu sempre sonho que eu estou andando, afirma Sidney",

O cérebro produz os sonhos, e também é ele que pode devolver os movimentos pra quem não consegue andar. Tudo vem do cérebro.

"Felicidade, tristeza, nossas memórias, nossas lembranças, os nossos planos futuros", explica o cientista.

E os movimentos também. Quando nos movemos é porque, frações de segundo antes, o cérebro deu a ordem. Mais precisamente meio segundo.

O cérebro é formado por células chamadas neurônios. A quantidade nos seres humanos é muito, muito grande.

"Existem tantos neurônios no cérebro como existem galáxias no universo", afirma Nicolelis,

São cerca centenas de bilhões de neurônios, que se comunicam o tempo todo uns com os outros, por sinais de eletricidade.

No laboratório do professor Nicolelis, um equipamento especial consegue captar o som dessa tempestade elétrica dentro da cabeça. No caso, de um macaco.

Só que, nas pessoas paralisadas, a sinfonia de comandos não chega ao restante do corpo. O caminho está bloqueado, por uma doença ou por uma lesão.

Como nos casos do Emerson e do Sidney.

"Os médicos deixaram claro a gravidade da minha lesão", conta Sidney.

A ideia, o pulo do gato do cientista brasileiro, é criar um atalho. Captar os comandos diretamente no cérebro, e transmitir para uma espécie de roupa de robô. O nome dessa veste é exoesqueleto - um esqueleto do lado de fora do corpo.

"O cérebro do paciente vai comandar os movimentos do exoesqueleto do paciente, da mesma maneira que comandava os movimentos do corpo antigamente".

Pra buscar os sinais elétricos lá no cérebro, a equipe de Nicolelis usa dezenas de sensores. São os chamados eletrodos, que entram só um pouco no cérebro - de três a cinco milímetros.

Esses fiozinhos finos como um fio de cabelo são o que a gente chama de eletrodos.

A próxima etapa é reunir tudo o que foi captado mandar para um chip, parecido com o de um telefone celular, implantado no crânio.

"Não é que esse chip você vai na loja de computador e compra, não compra, é. Foi tudo construído por alunos, pesquisadores", explica Nicolelis.

A energia vem de baterias, instaladas sob a pele e também numa espécie de mochila.

Depois entram em ação mais chips, também embutidos, com um papel crucial: transformar os sinais do cérebro em ordens para o chamado exoesqueleto.

Agora, os comandos são transmitidos, sem fio, pra antenas presas à cintura do paciente.

"Só que, diferentemente do corpo biológico, o que vai se mexer vai ser o exoesqueleto".

Tudo perfeito - só que nunca se construiu um exoesqueleto completo. Mas já existe um avanço muito importante, que anima os pesquisadores.

O Fantástico mostra como funciona o exoesqueleto, equipamento essencial para o projeto Wlak Again. Ninguém fora do laboratório do professor Nicolelis conhece esse equipamento.

Pra entender direito, nada melhor que uma demonstração. E o professor Nicolelis se entusiasma: manda buscar uma bandeira do Brasil. E claro, uma do Palmeiras.

O computador faz o papel do cérebro. Manda o protótipo dar o chute. E ele chuta. Diversas vezes!

"É o resultado de 25 anos de trabalho, nós sonhamos com isso, o nosso laboratório inteiro aqui, desde que a gente começou a trabalhar, conclui".

Pra chegar a esse ponto, a equipe se especializou em ler os pensamentos de animais - ratos e macacos.

Acompanhamos uma experiência. A macaquinha, a Kiwi, de seis anos, anda em uma esteira, como essas de academia. Infelizmente a gente não pode mostrar a kiwi, porque é uma regra da universidade que não se mostrem animais usados em pesquisa. Mas eu já dei uma olhada, e dá pra garantir que ela se diverte.

"Em um monitor a gente vê a atividade elétrica de uma centena de células do cérebro da Kiwi", explica Nicolelis.

Essa é a linha mestra da pesquisa: entender o que acontece dentro do cérebro quando o animal se mexe. E, a partir daí, usar esses sinais pra movimentar uma máquina só com a força do pensamento.

No laboratório, funcionou. Como nesta experiência, que trouxe fama internacional ao grupo de Nicolelis. Uma macaca foi treinada para jogar videogame, usando um joystick.

"Ele é recompensado com uma gota de suco quando ele consegue fazer a coisa correta", conta o cientista.

Aos poucos, os cientistas vão retirando o joystick. E o bicho percebe que consegue mover as coisas na tela sem o controle -- só com o pensamento.

As ordens do cérebro da macaquinha iam direto para um braço mecânico, que aparece no canto direito da imagem. Ela pensa, e o braço se mexe.

E um detalhe: as macacas são sempre fêmeas. "Como sempre, as mulheres são melhores. Mais atentas, mais confiáveis", analisa. As experiências vão ficando cada vez mais sofisticadas: Uma outra macaca usa as duas mãos para cumprir uma tarefa.

"Isso é vital evidentemente porque o exoesqueleto que nós estamos desenhando, construindo, tem dois braços, duas mãos, e eles precisam ser coordenados".

São desafios supercomplicados: instalar os eletrodos no lugar certo do cérebro. Na quantidade certa. E decifrar esses sinais elétricos, para que eles virem comandos de movimentos.

Uma mistura complexa de biologia, engenharia e computação!

E uma esperança para Sidney, que trabalha com informática e acredita no potencial da tecnologia.

"Me interessou muito. Caso surja alguma solução, A gente está preparado pra voltar a andar", afirma Sidney.

Mas o cientista avisa: o projeto não estará pronto na abertura da copa. A demonstração é apenas a primeira etapa de estudos que continuarão por anos.

A pesquisa ainda não chegou aos testes com seres humanos. Nicolelis ainda busca um hospital no Brasil para essa parceria. E também espera mais apoio.

"Nós precisamos ter uma decisão definitiva, clara, de que o governo brasileiro está disposto a ser parceiro e que vai nos ajudar a criar a infraestrutura necessária pra que isso ocorra".

Um detalhe importante: parte da pesquisa está sendo feita no Brasil, no Instituto de Neurociências que Nicolelis dirige em Natal desde 2005. Toda tecnologia que nós vimos aqui, os microchips, os eletrodos, já existem no Brasil - já foram transferidos para o Brasil.

Em 2011, o pesquisador enfrentou um sério problema político: 10 pesquisadores do instituto romperam com ele, e agora trabalham exclusivamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Mas ele explica que isso não vai atrasar o prazo. "Esse grupo não tinha nenhum envolvimento com o projeto Walk Again. Nós já temos novos pesquisadores contratados lá em Natal", explica.

Diante dessa confiança que parece inabalável, uma pergunta final para um dos únicos, senão o único, brasileiro com alguma chance de ganhar um Prêmio Nobel de Medicina. Se um gênio da lâmpada desse a ele uma única escolha: ou fazer um brasileiro com deficiência andar na abertura da Copa ou ganhar o prêmio Nobel, o que ele escolheria?

"Essa escolha é muito fácil, porque se realmente nós conseguirmos fazer alguém andar, não tem prêmio algum que se compare com isso. O primeiro chute da Copa do Mundo no Brasil vai ser um gol da ciência brasileira e um presente do Brasil para todo o mundo.

A torcida é grande. O repórter pergunta ao menino Emerson o que ele diria se pudesse falar alguma coisa para o cientista que está tentando fazer as crianças voltar a andar: "Obrigado", diz.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Técnicos avaliam a acessibilidade em prédio público de Curitiba. E nos outros prédios?


Técnicos da Secretaria da Pessoa com Deficiência de Curitiba avaliaram na semana passada a acessibilidade nos prédios onde estão as sedes da Secretaria Estadual da Fazenda e da Agência de Fomento do Paraná, no centro de Curitiba.
Localizado na Vicente Machado, em uma edificação da década de 70, o prédio precisa de algumas modificações para se adequar as questões da norma técnica NBR-9050.
Participaram da vistoria ao prédio os integrantes do grupo recém criado pela Vice-Governadoria do Estado responsável pela avaliação da acessibilidade arquitetônica nas instituições de atendimento ao público no estado do Paraná.
A vistoria é importante e a acessibilidade arquitetônica não é o único foco da visita. Os técnicos trabalharão também questões ligadas ao atendimento à pessoa com deficiência, pontuando, obrigatoriamente a atitude dos servidores públicos diante desse público específico.
A Vicente Machado é uma avenida que não conta com um número expressivo de estações tubo em sua extensão (na verdade acho que não há nenhuma por ali), ou em suas proximidades. Para chegar à região, o cadeirante depende dos ônibus equipados com elevadores, o que provoca um fluxo menor de deficientes, em comparação com regiões como a Rua XV, a Praça Ozório, o Passeio Público, as avenidas Sete de Setembro e República Argentina, entre muitos outros locais.
A localização do prédio que foi vistoriado me fez querer lançar uma pergunta sobre avaliações como essa em outros pontos da cidade. A Secretaria da Pessoa com Deficiência já fez vistorias nos estabelecimentos comerciais dessas regiões, com melhor estrutura para a circulação de deficientes?

 / A região da Rua XV, Rua das Flores e Praça Ozório conta com uma série de estabelecimentos comerciais. Com transporte público eu chego lá. Será que chego a todas as lojas?A região da Rua XV, Rua das Flores e Praça Ozório conta com uma série de estabelecimentos comerciais. Com transporte público eu chego lá. Será que chego a todas as lojas?
As lojas do centro da cidade oferecem produtos com preços mais em conta, mas elas estão preparadas para receber uma pessoa com deficiência? Na própria Rua XV me lembro de ter visto estabelecimentos com dois andares, ou restaurantes localizados no 2º andar de construções antigas. Também já me deparei com farmácias que contam com rampas de entrada, mas construídas de maneira completamente inadequada. Esse tipo de problema urbano limita não só a circulação do deficiente, mas tolhe a sua escolha econômica, forçando-o por vezes a recorrer a shoppings, que dispõem de uma estrutura melhor, mas preços mais elevados.
Você, dono dos estabelecimentos, consegue perceber que melhorando a acessibilidade à sua loja, pode aumentar a capilaridade do seu negócio? Você vê a pessoa com deficiência como um nicho de mercado? Essa questão é discutida pelos órgãos públicos?
 Rafael Bonfim

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cego desde os 9 anos, estudante de SP conquista o diploma de fisioterapia


Edson de Souza perdeu a visão em um acidente e saiu da escola.Depois de adulto, fez supletivo, conseguiu emprego e, agora, vai se formar.

A noite desta sexta-feira (20) terá um significado especial para o estudante paulista Edson de Souza, de 33 anos. Junto com seus colegas de faculdade, Edson vai receber o certificado de conclusão do curso de fisioterapia da UniSant'Anna. A colação de grau no Memorial da América Latina marca mais uma etapa na trajetória do rapaz, que ficou cego na década de 80, aos nove anos de idade, e só em 2005 conseguiu concluir o ensino médio.
   A vida de Edson até agora pode ser dividida em três períodos: uma infância normal até o dia do acidente no qual perdeu a visão; uma adolescência de inatividade dentro de casa; e uma vida adulta dedicada à busca da independência. "De 2002 para cá eu tive uma grande mudança: saí do zero para um bom estágio, não tinha como me sustentar e de repente as coisas mudaram", disse.
   A ideia de cursar fisioterapia surgiu a partir da insatisfação de Edson com o curso de massagem terapêutica que ele fazia na época, em uma turma específica para cegos. "Eu gostava do curso, mas achava muito prático e queria saber mais coisa teórica. Conversando com alguns colegas que me falaram da área de fisioterapia, achei que dava para fazer. O professor de massagem falou que não dava, que era loucura, mas aí eu arrisquei."
Sem regalias

Maria Eugênia Mayr De Biase, coordenadora do curso de fisioterapia da UniSant'Anna, explicou que, embora parte da metodologia tenha sido adaptada às necessidades especiais do estudante, o mesmo conteúdo era exigido de Edson. "Como é que a gente vai fazer na parte prática? Como ele vai fazer nos estágios? Essa foi a primeira pergunta que fizemos. Com o tempo, a gente foi adequando", afirmou Maria Eugênia. De acordo com ela, Edson não foi reprovado em nenhum dos estágios obrigatórios. O estudante afirmou que, nas matérias teóricas, mantinha médias em torno de 8,5.

   "No primeiro ano eu gravava as aulas e quando elas terminavam eu ouvia de novo e reescrevia em braile a aula inteira. Aí conseguia acompanhar, mas durante a aula ficava bem perdido", explicou ele. Foram poucos os professores, de acordo com Edson, que não confiaram em seu potencial. Um dos momentos mais delicados aconteceu no primeiro dia do estágio que ele fez na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "A primeira coisa que disse pra mim quando comecei o estágio foi que ele não conseguia me imaginar lá dentro."
   Segundo Maria Eugênia, o fato de Edson ter sido o primeiro aluno cego do curso exigiu que tanto ele quanto os professores aprendessem juntos uma maneira de contornar a limitação visual. Além de contar com uma ledora a partir do segundo ano, e de poder portar seu computador, equipado com software de leitura, na sala de aula, Edson fazia provas orais (diretamente para o professor, na ausência da ledora, ou ditando as respostas para que ela as escrevesse). Nos laboratórios, os professores faziam as demonstrações no próprio corpo do estudante. Mesmo assim, alguns professores por vezes precisavam voltar ao início de suas exposições, ao perceber que não haviam incluído informações adequadas para que Edson pudesse entendê-las.
   Na disciplina que ensina os universitários a interpretar exames de raio-X e de ressonância magnética, houve um dos impasses mais marcantes. A solução encontrada pela ledora para que Edson pudesse fazer a prova era orientar a mão do estudante com uma caneta para redesenhar as imagens. Durante as aulas, ela descrevia as imagens em voz alta.
"Nós somos da reabilitação, aceitamos isso com mais facilidade, mas no primeiro impacto realmente a gente sempre acha que pode ser que não dê certo. Mas deu", disse Maria Eugênia.
Edson de Souza, que perdeu a visão na infância, levava dois dias para transcrever as aulas da faculdade para o braile (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Edson levava dois dias para transcrever as aulada faculdade para o braile (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

Do acidente à rebeldia

   Aos nove anos, enquanto corria pela calçada da rua em que vivia, em Rio Grande da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, Edson bateu com a cabeça na janela da casa de uma vizinha e sofreu descolamento nas duas retinas. "Nem foi uma pancada forte, mas foi certeira", contou. "Meus pais vieram do interior do Paraná, não tinham conhecimento de nada. Como o filho ficou cego, eles adotaram a superproteção".
 Nos dois meses seguintes, ele foi perdendo gradativamente a visão, até ficar completamente cego. "Me tiraram da escola, parei na terceira série", contou o formando, filho de uma doméstica e de um funcionário da Rede Ferroviária Federal. Edson disse ter passado a década seguinte dentro de casa. 


   Quando completou 18 anos, o estudante diz que se rebelou contra a idéia de não ser autossuficiente, principalmente depois de ouvir as pessoas comentando sobre o que aconteceria com ele após a morte dos pais. "Eu não queria mais ficar em casa, queria um internato, queria ir embora. De tanto eu tentar, minha prima me ajudou", explicou ele, indicado a um oftalmologista que lhe deu o endereço da Fundação Dorina Dowill.
   Segundo a instituição, todos os anos cerca de 1.500 deficientes de visuais de todas as idades são atendidos por aproximadamente 40 profissionais em um processo de reabilitação. No caso dos adultos, os cursos são voltados ao ensino do braile, orientação em mobilidade e aulas de tarefas cotidianas, incluindo culinária e dicas para reconhecer as roupas.
   Em 2001, depois de um ano na fila de espera, Edson conseguiu uma vaga na fundação, aprendeu a ler e a escrever em braile e voltou a estudar em um supletivo. Após terminar o ensino médio, conseguiu, com a ajuda da instituição, um emprego como auxiliar de câmara escura no Hospital Edmundo Vasconcelos, na Zona Sul de São Paulo.

Primeiro funcionário cego

"No início, a adaptação foi meio tensa, porque a gente não tinha nenhum funcionário com deficiência visual", afirmou Elisete Tavares, gerente do Centro de Diagnóstico por Imagem do hospital e chefe de Edson. "A parte mais difícil foi nossa com ele do que ele com a gente, porque o Edson tem o dom da adaptação, ele quer se superar a cada momento."
   O auxiliar trabalha das 14h às 22h revelando exames digitais e analógicos, tarefa que aprendeu "com uma facilidade incrível" após um curso específico, segundo Elisete. A supervisora do jovem contou que ele não falta ao trabalho nem quando há greve de ônibus ou metrô, e não usa a deficiência como impedimento. Além do emprego, Edson também encontrou sua esposa através da Fundação Dorina Nowill. Ele e Priscila, jovem de 29 anos com deficiência visual parcial, se conhecerem durante a reabilitação. "Ela é otimista como eu, quer sempre se superar. Ela me completa", afirmou.

   Os dois se casaram há cerca de quatro anos, pouco antes de decidirem cursar o ensino superior - ele em fisioterapia, ela em serviço social. "Foi muito difícil, porque eu estudava de manhã e trabalhava à tarde, e ela trabalhava de manhã e estudava à noite", contou Edson.
Edson de Souza durante estágio da faculdade de fisioterapia, retirando seus convites da formatura, dentro de um ônibus em São Paulo e em viagem com a esposa ao Ceará (Foto: Ana Carolina Moreno/G1/Arquivo pessoal)
Edson de Souza durante estágio da faculdade de fisioterapia, retirando seus 
convites da formatura, dentro de um ônibus em São Paulo e em viagem com
 a esposa ao Ceará (Foto: Ana Carolina Moreno/G1/Arquivo pessoal)

   Depois de concluírem as respectivas faculdades, os dois decidiram experimentar uma aventura nova antes de iniciar uma nova etapa. "Contratamos um pacote e viajamos para o Ceará no Natal", disse Edson ao G1 na sala da casa de dois andares que construiu com Priscila no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, rodeado de miniaturas, chaveiros e esculturas comprados durante a viagem. 
De volta das férias, e prestes a se tornar oficialmente um fisioterapeuta, o rapaz agora traça novos desafios: fazer pós-graduação em ortopedia e conseguir um emprego em um hospital ou clínica "em qualquer área da fisioterapia".
   Segundo a professora Carina Baron, que supervisionou parte dos oito estágios de cinco semanas que o estudante precisou cumprir nos dois últimos anos da faculdade, Edson pode trabalhar sem impedimento com ortopedia, massoterapia, neurologia, estética e na enfermaria de um hospital, entre outras áreas. "Como o leque do fisioterapeuta é muito grande, acredito que ele tem total condição de trabalhar e acredito no potencial dele de ser contratado."
   Primeiro deficiente visual total formado na carreira pela UniSant'Anna, Edson agora integra um grupo bastante reduzido de fisioterapeutas brasileiros com algum tipo de limitação visual. Ele é o primeiro fisioterapeuta com 100% de deficiência visual de que Wilen Heil e Silva, diretor do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), tem notícia. "Conheço alguns, não muitos, com baixa visão, mas com 100% [de deficiência visual] não tive conhecimento", afirmou. Na Fundação Dorina Nowill, há registro de um deficiente visual total com diploma na área. O formando explica que a pouca quantidade de colegas na mesma condição que ele é um resultado da falta de abertura. "Tudo depende de oportunidade, não adianta julgar antes e dizer que a pessoa não consegue."


Cada momento é especial!

"Viva muito bem este momento que Deus lhe dá. Ele poderá  
       valorizar o seu passado e preparar o futuro que vier."


                                                 J. Nobre
http://nospassosdejesusamor.blogspot.com/2011/11/cada-momento-e-especial.html

O oceano imagético da fotografia digital


FONTE: 

Nunca se tirou tantas fotos como hoje, com o filme em película substituído por pixels e as câmeras semiprofissionais cada vez mais acessíveis. Mas a memória registrada pelos novos retratos pode se perder

Publicado em 25/02/2012 | YURI AL’HANATIraComprar um filme fotográfico, escolher o número de poses e o ISO, pensar minuciosamente cada retrato para evitar o desperdício, tirar mais uma “para garantir”, guardar o rolo de filme com cuidado para não queimar as imagens com o excesso de luz, levar ao laboratório, esperar um ou dois dias, voltar ao laboratório e, finalmente então, ver o resultado. Esses eram as etapas mais básicas da grande maioria de pessoas que queria fotografar qualquer ocasião há pouco mais de uma década. Não é novidade, portanto, que a fotografia digital criou um atalho inestimável entre apertar o botão de disparo e conferir a imagem a tempo de corrigir qualquer imprecisão de luz, foco ou enquadramO avanço da tecnologia foi suficiente para alterar toda a relação entre máquina e fotógrafo. O mais notável, consequência direta da redução de custo de produção de uma foto, é o aumento na quantidade de imagens registradas. “O volume aumentou assustadoramente, mas não houve, em contrapartida, uma responsabilidade do fotógrafo com o momento fotografado”, afirma o fotógrafo e professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR) Osvaldo Santos Lima. Para ele, a facilidade em refazer a imagem formou fotógrafos que não pensam a foto, e guiam-se com base na tentativa e erro. “A fotografia é uma das únicas áreas da linguagem em que você pode ‘escrever’ excessivamente sem nunca ter aprendido a ‘ler’. Há uma confiança extrema no automatismo dos aparelhos, e com isso as pessoas se tornam meros operários da câmera fotográfica”, conclui Lima, que também é diretor do Omicron Centro de Fotografia.
Nostalgia
O retorno saudosista ao analógico por meios eletrônicos
Enquanto a tecnologia fotográfica caminha para um ideal de alta definição, muitas câmeras e aplicativos para celular remam contra a maré e oferecem filtros retrô, que dão um ar de fotografia analógica à imagem pixelizada. Softwares para smartphones e versões de consagradas câmeras fotográficas lo-fi, como a chinesa Holga e a alemã Diana F+ ganham cada vez mais adeptos. Fotos sobrepostas, com excesso de luminosidade, granuladas são cobiçadas pelos apreciadores desse tipo de estética. O programa mais popular da rede – uma febre, praticamente – é o Instagram, que oferece uma certa variedade de filtros com o propósito de imitar o resultado obtido com velhas máquinas de baixa fidelidade. Mas há vários outros, como o Hipstamatic, que conta com uma interface para simular o uso de uma câmera de uso doméstico, com rolo de filmes, e que permite trocar as lentes e a cor do flash.
“A fotografia analógica criou uma estética muito característica, e esses aplicativos prestam uma homenagem à cultura da película, que está ligada não só ao produto final, mas ao próprio aparelho fotográfico”, afirma o professor da UFPR Osvaldo Santos Lima, que completa, sobre as máquinas lo-fi vendidas ainda hoje: “A fotografia digital é um controle absoluto sobre cada pixel, nos mínimos detalhes. A Diana e a Holga oferecem o oposto: descontrole absoluto, para deixar que o acaso trabalhe junto com a fotografia. Há uma saturação de fotografia digital. As pessoas querem surpresa nas fotos essas máquinas proporcionam isso”.
Yuri Al’Hanati
Quando todos são amadores, falta espaço para o profissional
Na época em que Matt Eich entrou no curso de fotojornalismo, em 2004, revistas e jornais impressos já estavam com circulação em declínio. Mas ele tirava fotos desde criança e, mesmo após casar e ter um filho durante a faculdade, ele persistiu na carreira de fotografia. “Eu tinha que ganhar dinheiro suficiente para manter um teto sobre nossas cabeças”, conta.

Como na economia, o excesso de oferta acaba por reduzir o valor de produtos ou serviços. A foto digital fez com que a quantidade de fotos tiradas em uma única viagem atinja a casa de centenas – ou milhares – e isso pode diminuir o apreço individual que se tem por cada uma delas. O fato ocorre tanto por uma possível falta de perícia do fotógrafo quanto pela perda do caráter raro da imagem. “Antigamente, a fotografia era um evento. O fotógrafo ia à casa da família, todos precisavam tomar banho e se arrumar porque haveria apenas uma única foto”, comenta o fotógrafo Michel Willian, especializado em fotografar eventos e restaurar fotos antigas. Ele acrescenta: “O equipamento de qualidade está ao alcance da maioria dos usuários, e atualmente fotografa-se praticamente todas as situações do dia a dia. Se por um lado isso gera registros históricos importantes, por outro banaliza o valor que se dá à memória”.
Se o ato de fotografar não é um fim em si mesmo, é razoável perguntar: o que fazer com tantas imagens registradas no código binário da informática? Lima afirma que, embora uma foto impressa e emoldurada emocione muito mais do que aquela vista na tela do computador, a tendência da maioria é deixar a imagem eternamente no formato virtual. “Assim como no Twitter, em que as pessoas escrevem coisas banais como ‘estou jantando’, a fotografia também está próxima de registrar todos os momentos do dia a dia”, diz. “Hoje em dia existem muitas redes sociais que permitem o compartilhamento das fotos. A satisfação em tirar e mostrar deu à fotografia um tom de fetiche. E pela facilidade de difusão do digital, as pessoas acabam cada vez fotografando mais com esse fim”, analisa Lima.
Bagunça virtual
O acervo digital, frequentemente volumoso, fica cada vez mais difícil de ser organizado. As fotos se acumulam em uma pasta de arquivos e, com o tempo, perdem seu referencial histórico. É a constatação que o professor tira da experiência e da observação das tendências. “Vamos ter uma memória visual do início deste século muito mais forte do que o começo do século passado. O problema é que as pessoas estão produzindo registros, mas não estão preocupados em guardar adequadamente esses registros.”
Já o cineasta e diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS), Fernando Severo, diz que manter imagens apenas no computador delineia uma grande perda para a museologia. “A verdade é que não sabemos ao certo a durabilidade dos suportes digitais, e eles se tornam obsoletos muito rápido. A cada transferência de dados de uma máquina ou uma mídia para outra, há uma perda na qualidade cujo prejuízo futuro não podemos prever”, conta. Trabalhando principalmente com negativos antigos de fotos de família, Severo afirma que a fotografia é valiosa para se registrar o momento histórico, e com a diminuição da circulação impressa dessas fotos, há uma preocupação em perder muito desse arquivamento. “Ao mesmo tempo, o grande volume de fotos digitais vão exigir muito dos museólogos que pretenderem organizar e classificar esse material”, completa.
A solução para que as desvantagens da quantidade não suplantem os benefícios da qualidade digital, para Osvaldo Santos Lima, é simples: a educação visual: “Para o fotógrafo profissional, realmente capacitado e estudado, a fotografia é tão pensada quanto a fotografia analógica. A questão é: quantos profissionais realmente capacitados existem hoje?” De acordo com ele, há “pseudoprofissionais” escondidos por trás da facilidade e do baixo custo do equipamento. “Critérios, ainda que subjetivos de certo e errado [na fotografia], são necessários. Quando você diz que algo está ruim, está ruim porque está baseado em conceitos históricos postos. Tudo é discutível, mas sempre será discutível dentro de um parâmetro.” Pensar antes de fotografar, portanto, é a chave para que a memória seja preservada e o futuro não se perca num oceano de imagens avulsas.