segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Adolescente com Down não pode ser infantilizado e precisa ter autonomia

Mãe do adolescente com síndrome de Down Geanderson Ferreira da Silva, 13 anos, Silvana Ozelia costuma dizer ao filho que ele precisa ter responsabilidade e saber se virar. “Falo que ele logo se tornará um adulto e que não estarei aqui para sempre. Por isso, é ele quem faz algumas tarefas da casa, como guardar a louça e arrumar a cama”, diz ela. Silvana não infantiliza o filho e faz com que ele participe dos afazeres cotidianos para desenvolver autonomia. No entanto, muitos pais de adolescentes com Down acabam não tendo esse comportamento.
“Ainda existe a visão de que a pessoa com deficiência intelectual é uma eterna criança, e isso não é verdade. O incentivo para participar do cotidiano deve começar desde criança”, afirma a pediatra Ana Cláudia Brandão, coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente com Síndrome de Down do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A infantilização, geralmente, é consequência da superproteção. “Muitas vezes, não por não confiar no filho, mas por não confiar na sociedade, os pais o protegem demais”, diz a psicóloga Edinete Sousa, do Serviço do Apoio Socioeducativo da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo. Segundo ela, é comum que os adultos não saibam lidar com os desejos do jovem com Down e acabem reprimindo-o e prejudicando seu desenvolvimento. 
Além de aprender a lidar com os novos anseios do filho, os pais também precisam saber que, como todo adolescente, ele também apresentará uma mudança de temperamento, mostrando-se mais rebelde e contestador. “Os picos hormonais acontecem da mesma forma, tornando-o mais teimoso e questionador, e é preciso mais jogo de cintura por parte dos responsáveis”, afirma Ana Cláudia.
Junior Lago/UOL
Silvana Ozelia não infantiliza a educação de Geanderson

Amizades e namoros

Geanderson adora festas, principalmente aquelas nas quais pode dançar forró. Ele já mostra interesse por meninas e diz para a mãe que quer uma namorada, mas Silvana acha que ele é muito novo. “Ele fará 14 anos em outubro, mas, para essas coisas, sempre achamos que nossos filhos são bebês.”
Ter bons amigos e sentir que faz parte de um grupo é fundamental para todo jovem, principalmente no período da adolescência. “Todos passamos por uma fase na qual precisamos procurar alguém que curte o que a gente curte, veste o que a gente veste”, diz o geneticista e pediatra Zan Mustacchi, responsável pelo Departamento de Genética Médica do Hospital Estadual Infantil Darcy Vargas, também na capital paulista, e especialista em síndrome de Down.
Por isso, a família deve, não só permitir, mas também criar condições para que o jovem faça amizades. “A família tem de levar o adolescente a festas, permitir viagens com a escola e outras situações nas quais há alguém responsável por observar e dar um suporte, caso seja necessário. Os pais de que acreditar que ele cresceu e pode se virar”, afirma a coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente com Síndrome de Down do Einstein.
Para ter essa confiança, o principal é estabelecer um diálogo com o adolescente. “O filho precisa confiar nos pais para poder contar as coisas que acontecem quando a família não está por perto, incluindo casos de bullying, situação a qual o jovem com Down acaba ficando mais vulnerável”, fala Edinete.
Além da escola, os locais que o adolescente com Down costuma frequentar, como clínicas de fonoaudiologia ou fisioterapia, também são possibilidades para que novas amizades surjam. “Muitos acabam tendo uma turma de amigos que também têm a síndrome. Isso não é fundamental, mas é legal que alguém no grupo também tenha. Isso vai permitir que ele descubra melhor sua sexualidade”, diz Ana Cláudia. “É bom que ele tenha alguém com quem possa ficar, namorar, e, geralmente, isso acontece com outra pessoa com Down. Ele precisa passar por isso, como todos os adolescentes.”
E, nessa fase, o jovem certamente terá vontade de sair sozinho com amigos ou com o namorado. Segundo os especialistas, isso pode e deve acontecer, mas é preciso uma preparação gradual, que deve se iniciar na infância. “Deve haver um treinamento, um ensino passo a passo para que ele pegue um ônibus sozinho, para que vá ao cinema. No começo, você vai junto e compra o ingresso. Depois, dá o dinheiro e o observa comprar. Só então vai deixá-lo na porta do shopping sozinho”, fala Ana Cláudia.
Para Zan Mustacchi, é importante que, ao sair sozinho, o jovem tenha um celular para que os pais possam ligar às vezes e acompanhar o que ele está fazendo. “Todo casal quer privacidade, quer ir ao parque, ao cinema, a um restaurante. Ele tem esse direito, mas é preciso garantir que tudo seja feito de maneira segura”, diz. Por isso, ele também recomenda que os pais não estejam em bairros distantes quando o filho for passear, pois, caso ele precise, eles conseguem rapidamente ir a seu encontro.

Educação sexual

De acordo com Ana Cláudia, é importante que os adultos conversem de forma transparente sobre sexo com os filhos. “Se a conversa ficar nas entrelinhas, a mensagem não será captada. Ele precisa de exemplos, saber claramente o que se faz com a namorada, mas não com uma amiga”, diz ela.  “Há o estereótipo de que a pessoa com Down tem a sexualidade exacerbada. Não é verdade. Isso só acontece quando há má orientação”, afirma Ana Cláudia.
Para explicar sobre sexualidade, a melhor maneira é contar com o auxílio de imagens. “É importante expor as particularidades de cada sexo, mostrar bonecos que o façam entender as diferenças entre o corpo de um homem e de uma criança”, diz Mustacchi. E, claro, a conversa sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e a necessidade do uso da camisinha não pode ser deixada de lado.
De acordo com a psicóloga do Serviço do Apoio Socioeducativo da Apae de São Paulo, a educação afetiva e sexual é fundamental para que haja inclusão social do jovem com Down. Para Ana Cláudia, as conversas ajudam o adolescente a amadurecer. “Quanto maior a autonomia e o poder de escolha do jovem em todas as áreas da vida, mais bem resolvido ele será quando adulto”, afirma.
Fonte: Bol.com.br

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Brasileiro cria parque acessível para crianças com deficiência física

Vivemos num mundo cada vez mais pulverizado, separado por nichos e grupos que só nos distanciam ainda mais do conceito de sociedade. A necessidade de identificação e acolhimento fazem com que surjam diversas categorias e rótulos entre os “tipos” de seres humanos, sejam eles gays, negros, cadeirantes, deficientes mentais e outros.
Com isso, são criados diversos projetos de inclusão, mas, para o analista financeiro Rodolfo Henrique Fischer, conhecido por Rudi, o termo é mal aplicado. Segundo ele, a palavra “incluir” já parte automaticamente de que algo ou alguém está excluído.
Ele é o responsável pela criação da primeira unidade do Alpapato (Anna Laura Parques para Todos), primeiro parque direcionado à crianças com dificuldades físicas no Brasil, situado na AACD do Parque da Mooca, em São Paulo. São, ao todo, 15 brinquedos adaptados, ideais para a recuperação das crianças e seu desenvolvimento lúdico, sem excluí-las dos aparatos convencionais, como escorregador, trepa-trepa, cama elástica e balanços.
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A ideia surgiu após uma viagem para Israel, onde Rudi conheceu uma associação que une comunidades e religiões diferentes. Um pequeno parque, com apenas um brinquedo inclusivo, acabava integrando as pessoas. Com nome em homenagem à sua filha, Anna Laura, que faleceu precocemente aos quatro anos de idade, o parque surge com o intuito de integrar, já que serve para crianças com ou sem deficiência.
A iniciativa inovadora é financiada por Rudi com ajuda de alguns colaboradores. O parque já está em expansão em Porto Alegre e Recife (AACD), em Araraquara (APAE) e no Parque do Cordeiro da Prefeitura de São Paulo. Na capital paulista, o espaço é aberto ao público, que pode frequentá-lo às segundas, quartas e sextas, das 10h às 12h, e terças e quintas, das 15h às 17h.
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Todas as fotos © Alpapato

http://www.hypeness.com.br/2014/10/brasileiro-cria-parque-acessivel-para-criancas-com-deficiencia-fisica/

sábado, 12 de setembro de 2015

“Alzheimer, você não me venceu! Cuidei de minha mãe com dignidade, fui sua memória. Me tornei uma pessoa melhor”, desabafa Ana Heloisa Arnaut


Dona da página Alzheimer, Minha Mãe Tem traz uma nova percepção sobre a doença; relato pode ajudar outros cuidadores familiares

por Mariana Parizotto
 
Cerca de 1,2 milhões de brasileiros têm Alzheimer, uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo.  Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”. A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. 
 
Foi exatamente o que aconteceu com dona Anna Izabel, que ficou nacionalmente conhecida após sua filha, Ana Heloisa, criar uma página no Facebook relatando por meio de textos e vídeos emocionantes os desafios diários da doença. Ana foi a cuidadora principal de sua mãe, falecida há dois meses em decorrência do Alzheimer. 
 
Como setembro é o mês mundial da Doença de Alzheimer, publicaremos abaixo um texto feito por Ana Heloisa, que representa os milhares de cuidadores familiares que abrem mão da própria vida para dedicar-se aos seus entes queridos.
 
"Temos que mostrar a realidade dessa doença, acabar com o preconceito. Erguer a cabeça e dizer ‘eu cuido de quem amo e sinto orgulho de mim’.
Alzheimer, você nunca vai me vencer. 
O amor, o sentimento, ele não levou.
Estou aqui para lutar contra você.
Você Alzheimer é terrível, impiedoso, desumano, frio, você testou minha paciência, amor, fé, esperança. Eu posso dizer que venci você. 
Você me fez chorar, pensei que não iria aguentar, pensei que iria enlouquecer, jogar tudo pro auto e desaparecer. 
Hoje quero rir na sua cara, não conseguiu. Estou aqui em pé, cuidei de minha mãe com dignidade, fui sua memória, ganhei carinho, beijos abraços, tivemos momentos de alegria e lembranças boas.
Alzheimer, você tentou me vencer, mais eu o venci. Ganhei conhecimento, respeito, fiquei forte e sábia. 
Aprendi ler mensagens através dos olhos, entender um gesto, ser mais humana, desprendida. 
Aprendi a não ficar lamentando, tomar decisões difíceis e sozinha.
Você me fez uma pessoa melhor.
Então Alzheimer, você não passa de um perdedor"
 
Ana Heloisa
http://www.portalplena.com/historia/842-alzheimer-voce-nao-me-venceu-cuidei-de-minha-mae-com-dignidade-fui-sua-memoria-me-tornei-uma-pessoa-melhor-desabafa-ana-heloisa-arnaut

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Superação: A segunda parte da história do jovem sonhador com paralisia cerebral - G1 Rio Grande...

Brasileiros criam triciclo adaptado para crianças sem mobilidade nas pernas

O tecnólogo mecânico Glauco Mariano e o empreendedor  Marcos Mello, se sensibilizaram com a dificuldade dos pais de crianças com deficiência para encontrar brinquedos, que colaborassem com a inclusão de seus filhos. Por isso, resolveram construir um triciclo adaptado. “A inspiração veio por meio de uma família querida que teve um filho, com  dificuldades motoras. Fiquei imaginando como poderia ajudar e surgiu a ideia do triciclo”, comenta Mariano.
crédito: divulgação
crédito: divulgação
Impulsionar o brinquedo com as mãos.
Mãodalinho é um triciclo para crianças de 0 a 4 anos, que não tenham mobilidade nas pernas. A adaptação consiste na utilização das mãos para movimentar o brinquedo. A idéia é que  a palavra "mãodalar" se popularize como pedalar. “Nosso intuito foi desenvolver um brinquedo que as crianças pudessem brincar conjuntamente, possibilitando sua integração social e minimizando a barreira da exclusão por motivos físicos”, acrescenta Mello.
Para a construção do brinquedo, a dupla está buscando financiamento coletivo para o desenvolvimento de 12 protótipos artesanais que possibilitem a apresentação ao mercado investidor. Se conseguirem patrocínio, os protótipos serão finalizados até julho de 2015 e as parcerias para produção industrial até setembro de 2015.
Clique aqui para apoiar e conhecer mais sobre o Mãodalinho.
 https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/familia/indicacao/brasileiros-criam-triciclo-adaptado-para-criancas-sem-mobilidade-nas-pernas/?utm_source=soclminer&utm_medium=soclshare&utm_campaign=soclshare_facebook

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Prefeitura recebe doação de brinquedo adaptado para crianças com deficiência

principal


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O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, recebeu nesta quinta-feira (10) representantes do Rotary Club Curitiba Oeste e do Projeto Lazer, Inclusão e Acessibilidade (Lia) para assinar o termo de doação de um brinquedo adaptado para crianças com deficiência.
O equipamento, doado pelo Rotary Club Curitiba Oeste, Rotary Club Curitiba Brilhante, Rotary Club Curitiba Imigrantes, Rotary Club Curitiba Bom Retiro e Rotary Club Rio Negro, através do Projeto Lia, é um balanço para cadeira de rodas, que será instalado no Passeio Público.
“É o começo de uma nova visão na inclusão da cidade, pois as crianças com deficiência têm direito à diversão e alegria. Curitiba tem uma grande tradição de parques e praças para sua população, mas eles não têm nenhum brinquedo inclusivo, situação que estamos mudando na atual gestão. Agradecemos a doação do Rotary Club e vamos incentivar novas parcerias com outras instituições para que possamos democratizar e implantar esses equipamentos em diferentes áreas da cidade”, disse o prefeito.
Para Shirley Ordônio, do Projeto Lia, todas as crianças, com ou sem deficiência tem o direito a brincar em parques públicos. “A partir desse tipo de projeto é que se inicia a verdadeira inclusão e construímos uma sociedade inclusiva desde a infância. Isso é muito importante para mostrarmos que Curitiba é uma cidade inclusiva, que se preocupa com todas as crianças sem discriminação ou preconceito”, afirmou
http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/prefeitura-recebe-doacao-de-brinquedo-adaptado-para-criancas-com-deficiencia/37521#.VfGvbStqb18.facebook

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Campanha troca lacres de alumínio por cadeiras de rodas para idosos

Do G1 São Carlos e Araraquara
Ex-presidente da Câmara será investigado em Santa Gertrudes (Foto: Paulo Chiari/EPTV)Câmara Munipal de Santa Gertrudes recebe doações
de lacres de alumínio (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
A Câmara Municipal de Santa Gertrudes(SP) está recebendo doações de lacres de latas de alumínio para trocar por cadeiras de rodas e entregar ao Lar dos Velhinhos.  Segundo a administração do local, 140 garrafas pet cheias de lacres poderão ser trocadas por uma cadeira de rodas.
De acordo com os organizadores, a campanha tem por objetivo conscientizar a população e mostrar que mesmo atitudes simples podem mudar a vida muitas pessoas, incluindo idosos carentes.
Lacres de todas as cores e latas de alumínio podem ser doados. Eles devem ser colocados dentro de garrafas pet de 2 litros e entregues na Câmara Municipal, localizada na Avenida 1, 217, ou no próprio Lar dos Velhinhos, na Rodovia Constante Peruchi, km 171. Mais informações: (19) 3545-1194.