segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ator do filme "Colegas" fala sobre o pedido da vinda de Sean Penn ao Br...

A SEXUALIADADE E OS DEFICENTES MENTAIS



 Ângela Cecília Calvi*
Denise Menegueti Chaparro**
RESUMO
O deficiente intelectual é discriminado pela sociedade e também pela própria família que lhe omite o direito a uma vida de inclusão, negando responsabilidades, ignorando que essas pessoas têm capacidade de desenvolver uma vida adulta e ter impulsos sexuais como qualquer um de nós considerados normais. O desenvolvimento da sexualidade das pessoas com deficiência intelectual no âmbito familiar e social é fundamental quando relacionados aos aspectos psicológicos para que se possa estabelecer um relacionamento harmônico com a família e a sociedade. Assim, este artigo apresenta como objetivo geral aspectos teóricos que possibilitam a compreensão do desenvolvimento da sexualidade da pessoa com deficiência intelectual para estabelecer um relacionamento harmônico com a família e a sociedade e como objetivos específicos descrever a sexualidade da pessoa com deficiência intelectual, relacionar os aspectos da dificuldade da família em aceitar a sexualidade da pessoa com deficiência intelectual
Palavras chaves: Pessoas com deficiência intelectual. Família. Sexualidade.
1 Introdução

Para Assumpção (1991) a sexualidade quanto às suas manifestações, desenvolvesse de maneira gradual, assim, só poderemos estudar seus desvios em sua conduta quando considerarmos sua evolução e suas manifestações no decorrer do tempo.
O desenvolvimento sexual não se refere somente à maturação física do corpo e suas funções. Inclui a compreensão própria e as reações às mudanças corporais e sua apreciação adequada culturalmente ao papel social e sexual na pessoa com deficiência intelectual, o desenvolvimento não é muito conhecido, pois ele apresenta déficit em relação aos mecanismos de repressão e autocrítica, que em conseqüência interfere com as suas relações interpessoais, assim, os pais consideram qualquer manifestação de sexualidade como proibido, inconcebível.
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*Psicóloga Clínica formada pelo Centro Universitário de Maringá - CESUMAR Pós-graduanda em Educação Especial pelo Instituto Paranaense de Ensino. sangela_calvi@hotmail.com
 **Psicóloga Social formada pelo Centro Universitário de Maringá - CESUMAR Pós-graduanda em Educação Especial pelo Instituto Paranaense de Ensino. denisemenegueti@gmail.com
O fato de os DMs desenvolverem fisicamente da mesma forma que os normais Ihes propicia experiências e os confronta com estímulos sexuais, fazendo com que os pais e indivíduos que trabalhem com eles tenham que preparar-se para responder perguntas relativas ao casamento e suas conseqüências num relacionamento interpessoal, assim como para preparálos para um convívio adequado nas áreas de sociabilidade e da sexualidade (ASSUMPÇÃO, 1991, p. 160).
A educação sexual é algo que teoricamente deveria ser iniciada durante a infância permanecendo e continuando através dela e da adolescência, para que assim, os pais possam acompanhar o desenvolvimento de forma natural, estabelecendo uma relação de confiança para com seus filhos.
2 A sexualidade das Pessoas com Deficiência Intelectual
Na antiguidade, as pessoas com deficiência intelectual eram tratadas de forma cruel, vistas como possuidoras de forças do bem ou do mal.
Durante a antigüidade, as crianças deficientes eram abandonadas ao relento (Aranha, 1995; Casarin, 1999; Pessoti, 1984; Schwartzman, 1999). Esta atitude era congruente com os ideais morais da sociedade clássica e c1assista da época, em que a eugenia e a perfeição do indivíduo eram extremamente valorizadas (DESSEN e SILVA, 2001, p. 133).
Na idade média, a partir das modificações advindas da doutrina cristã, as atitudes de abandono são substituídas por sentimentos de caridade e pena. Os deficientes intelectuais passam a ter direitos de sobrevivência, são acolhidos em igrejas, conventos e são interpretados como pessoas divinas, que estão sobre a proteção de Deus.
Na Idade Média, a deficiência era concebida como um fenômeno metafísico e espiritual devido à influência da Igreja; à deficiência era atribuído um caráter ou "divino" ou "demoníaco" e esta concepção, de certa forma, conduzia o modo de tratamento das pessoas deficientes. Com a influência da doutrina cristã, os deficientes começaram a ser vistos como possuindo uma alma e, portanto, eram filhos de Deus. Desta forma, não eram mais abandonados, mas sim, acolhidos por instituições de caridade. Ao mesmo tempo em que imperava esse ideal cristão, os deficientes mentais eram considerados como produtos da união entre a mulher e o demônio, o que justificava a queima de ambos, mãe e criança (DESSEN e SILVA, 2001, p. 133).
Nos dias atuais, as pessoas com necessidades especiais, tiveram seus direitos reconhecidos, estão amparados por leis específicas, existe um mercado de trabalho para essas pessoas.
Ao adentrarmos no século XXI, o paradigma que predomina no que se refere às relações com os portadores de necessidades especiais é o da inclusão, a partir da convivência com/entre as diferenças. Fala-se muito em integração social dos portadores de deficiências, observa-se mesmo uma luta pela possibilidade de integração/inclusão da pessoa deficiente, numa tentativa de indiferenciar uma pessoa considerada normal, de outra com deficiência, em que o lema é "ser diferente é normal” (SIMIONATO e MARCON, 2006)
A sexualidade das pessoas com necessidades especiais, e para este artigo as pessoas com deficiência intelectual, gera muita discussão. Para a sociedade, é algo proibido e velado, para a família, um assunto difícil, que gera grandes conflitos e para os profissionais, um fato que deve ser tratado e compreendido sem preconceitos.
Os portadores de deficiência mental1 são passíveis de desenvolver atributos de sua espécie e buscar a satisfação de suas necessidades. Porém, um agravante: os mecanismos fisiológicos de resolução muitas vezes contrariam normas estabelecidas em nossa sociedade (GHERPELLI, 1991, p. 11).
Para esta autora, primeiramente é preciso que profissionais entendam que para trabalhar a sexualidade nos deficientes mentais é preciso se despir dos seus próprios valores, mitos, preconceitos.  
Para Giami (2004) a sexualidade dos deficientes mentais é vista pela sociedade como um "problema", mesmo através da mídia, a atividade sexual dessas pessoas "incomodam", tanto o meio em que está inserido como suas famílias, pessoas pelas quais recebem cuidados.
Foucault, apud Giami (2004, p. 169) diz que o ponto culminante é atribuir aos pais uma responsabilidade, nesta "falha na vigilância, negligência, e até culpa, falta de interesse pelas suas crianças". De acordo com Lang apud Giami (2004), entende-se quanto à sexualidade dos deficientes mentais, em relação à sua totalidade e sua evolução psicológica e sensório-motora se torna considerada pelos aspectos de sua vida afetiva e sexual. Diante desse ponto, os deficientes mentais serão considerados "[...] seres sexuados com direito a uma vida sexual" (LAND, 1992 apud GIAMI, 2004, p.170).
Alguns pais percebem os deficientes mentais como eternas crianças, aquela que não crescerá nunca, ficará sempre criança, e dependente, eles acreditam que a criança não está envolvida com a sexualidade, que não percebem nada de "anormal", consideram incapazes de ter relações sexuais completas. (GIAMI e HUMBERT, 1983, VIVERET, LAVAL, 1983 apud GIAMI, 2004).
No entanto eles excluem a idéia de que os deficientes mentais, não os seus filhos, possam exprimir sua sexualidade. A criança é percebida como "dessexualizada", uma sexualidade infantil. O deficiente mental se torna uma "eterna criança", a quem até a procriação está proibida.
Para Krynski (1983) o desenvolvimento sexual do deficiente mental, não se refere somente à maturação física e suas funções, referem-se também à compreensão própria, às relações emotivo-intelectuais, às mudanças corporais, inclui a sua apreciação à questão de gênero, social e cultural. Podemos considerar as alterações da conduta e suas manifestações, relacionadas ao grau da deficiência mental. Quanto maior for o grau da deficiência, se torna maior a dificuldade de se relacionar com o mundo, nos padrões esperados, dificuldade de organizar o EU e sua relação com o mundo, menor capacidade de regular os aspectos instintivos psicofisiológicos.
Para Assumpção (1991) do ponto de vista educacional, classifica-se a deficiência mental em quatro tipos: profunda, severa, moderada e leve. Na deficiência mental profunda, o indivíduo tem capacidade intelectual e mental comparada a uma criança de um ano, sua capacidade de adaptação é mínima ou nula, pode ter impulsos sexuais na idade puberal, devido às mudanças hormonais, mas sua satisfação chega através da estimulação do seu próprio corpo, e não tem condições de chegar a uma relação sexual.
O indivíduo com deficiência mental severa tem capacidade intelectual. Comparada a uma idade de dois anos, tem capacidade de adquirir hábitos de higiene, consegue se vestir, se alimentar, estabelece uma comunicação simplificada. Sua capacidade de adaptação é rudimentar, a masturbação é a atividade sexual mais comum, e também não consegue estabelecer um relacionamento sexual.
Comparada à idade intelectual e emocional de seis, sete anos, o indivíduo com deficiência mental moderada consegue adquirir certa autonomia, para se vestir, na sua higiene, para se alimentar, controlar os esfíncteres, realizar tarefas de vida diária. É capaz de explorar seu corpo, de diferenciar os sexos, consegue compreender no seu meio familiar a questão da intimidade e do respeito para com os outros. Seu desenvolvimento sexual na puberdade possibilita escolhas afetivas, mas não tem consciência do significado real da relação sexual
A deficiência mental leve é comparada à idade de doze, treze anos, e a pessoa tende a ter uma dificuldade a se adaptar a novas situações, demonstra aptidão para o convívio social, para as atividades de vida diária e para com a família, mas se o indivíduo não recebeu orientação, terá dificuldades para as relações interpessoais. Na puberdade, usa da masturbação com objetos concretos e fantasias sexuais, e também pode escolher seus parceiros e ter uma relação sexual e afetiva, como também reprodutiva.
As características da deficiência mental e as circunstâncias de vida de seu portador são os fatores que provavelmente desencadeiam a forma peculiar como a sexualidade e o comportamento sexual se apresentam nesses indivíduos. Essa forma diferenciada exige, tanto de nós profissionais, quanto dos familiares, uma maior atenção às suas necessidades sexuais e também uma orientação adequada (GHERPELLI, 1991, p. 21).
Para Krynski (1983) os deficientes mentais severos, não têm condições adequadas de estabelecerem relações interpessoais, possuem uma conduta sexual indiferenciada, não conseguem uma vivência específica e duradoura. Os deficientes mentais moderados possuem pouco relacionamento interpessoal, mas pouco específico, sua convivência pouco provavelmente apresentam, exageros nos jogos sexuais (masturbação). Na masturbação há um significado especial para eles tocarem no sexo. Para os excepcionais é importante a masturbação, e ao mesmo tempo é preciso compreender porque isso ocorre, e como agir quando isso acontece.
[...] a masturbação ocorre quando o órgão sexual de uma pessoa é estimulado, sem ser durante o ato sexual. Pode ser feita com a mão ou outra parte do corpo da própria pessoa ou com objeto. Tanto o rapaz ou a moça pode se masturbar vestido ou sem roupa (L1PP, 1988, p. 13).  
Masturbação não causa nenhum problema físico, ao contrário, à pessoa cresce saudável e feliz. Se a pessoa com necessidades especiais se masturba em um lugar privado, no seu quarto, ou banheiro, e de modo discreto, é importante respeitar esse desejo, e cuidar para que ele não se machuque, ou sinta nojo, e também cuidar para que não se masturbe excessivamente.  
Os deficientes mentais leves conseguem estabelecer relações interpessoais com possíveis relacionamentos mais estáveis com dificuldade em construir família e de criar filhos, o instinto maternal fica pouco desenvolvido nas mulheres, e fica difícil manter família no aspecto psicológico e econômico para os dois.
Para Lipp (1988) a sexualidade dos excepcionais é um conflito muito grande na suas famílias, porque elas preferem ignorar, negar, a procurar ajuda em livros ou orientações sobre a educação sexual. É importante saber que pessoas excepcionais são seres sexuais com emoções e desejos com capacidade normal de ter impulsos sexuais como qualquer um de nós considerados "normais".
Para Gikovate (2007) o sexo é pessoal, posto que a estimulação das zonas erógenas possa ser feita pela própria pessoa. Sexo sempre foi um fenômeno essencialmente pessoa!”“, auto-erótico.  
Para Maia (2007) a sexualidade é um conceito amplo, que envolve sentimentos, ações, afeto, desejos e prazer. Pensamos em sexualidade como sinônimo de relação sexual, mas não, um indivíduo será sexuado, mesmo que nunca manteve uma relação sexual. A sexualidade engloba sentimentos atitudes, envolvido num conceito social e cultural.
Conforme Assumpção (1991) não existe estrutura única de família, cada qual tem os seus valores culturais e sociais onde se desenvolvem funções e papéis. A família é a principal responsável pela formação de personalidade e processos de ajustamento pessoal, ajudando cada indivíduo a manter de forma sadia um contato consigo mesmo, ensinando-o a relacionar-se com seu grupo. Nos últimos vinte anos, a sexualidade se tornou um tema muito comentado, com teorias, estudos, que
Resultaram na idealização de uma falsa impressão de que existe uma única fórmula sexual.  
A sexualidade é um atributo de todo o ser humano. Mas para ser compreendida, não se pode separá-la do indivíduo como um todo. Ela é parte integrante e intercomunicante de uma pessoa consigo mesma e com os outros. Portanto é muito mais do que simplesmente ter um corpo desenvolvido ou em desenvolvimento, apto para procriar e apresentar desejos sexuais (GHERPELLI, 1991, p. 17).
Na vivência do papel sexual, onde envolve uma dinâmica na qual_ cada sujeito precisa ser aceito por alguém, a sexualidade não é um fato isolado, mas moldado e expresso nas relações que o sujeito estabelece, consigo e com os outros. É na infância que se inicia a aprendizagem dessas relações.  
Cada ser humano quando nasce já vem ao mundo cheio de encargos e cobranças, da mãe, do pai, da família e sociedade. De acordo com Gherpelli (1991, p. 37) "mesmo que na gravidez a maioria dos casais só admita uma única expectativa, que seu filho nasça perfeito e com saúde, os pais alimentam várias outras expectativas, até inconscientemente, fruto dos seus desejos e identificações".
A formação do vínculo afetivo dos pais com o bebê fica abalada quando existe uma complicação de natureza hereditária, os pais ficam perdidos, pois de um lado estão a preocupação com seu filho, os cuidados necessários que devem ser tomados, de outro lado, está a frustração daqueles pais, que sonharam, idealizaram um bebê perfeito, e tem que lidar com o inesperado, o diferente.
A deficiência, principalmente a mental, gera um impacto muito forte na família, pois ela mostra muito cedo as limitações dos filhos em atender às expectativas dos pais, e se tem à idéia errada de que uma criança com deficiência mental não pode ser feliz, dificultando todo o vínculo afetivo necessário entre o bebê e a pessoa encarregada de seus cuidados.
A imagem de uma criança que é diferente mexe com a vaidade dos pais. Conseqüentemente pode haver um desinteresse no processo de identificação e uma parada naquelas buscas tão comuns de encontrar as semelhanças no bebê. O que ressalta agora são as diferenças, o estranho, o desigual (GHERPELLI, 1991, p. 41).   
São responsabilidades da família e da sociedade também os desajustamentos:
Psicoemocionais de cada indivíduo. Para algumas famílias a pessoa com deficiência mental, significa um problema, ela lida com esse problema de forma desajustada, projetando no deficiente suas dificuldades.  
Para Wright (apud ASSUMPÇÃO, 1991) a família não tem boa compreensão da sociedade quando se trata de crianças com deficiência mental, não existe lugar para esse ser na sociedade, existem grandes limitações no mundo considerado com evoluções e sucesso.
Gordon apud Buscaglia (2006) enfatiza que pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos sobre desejos e impulsos sexuais normais e com plena responsabilidade como qualquer pessoa. Alguns apresentam aspectos limitados sendo eles físicos ou mentais, mas isso não significa que essa pessoa seja limitada em tudo o que faz. A sociedade é rigorosa, se o indivíduo apresentar uma limitação, podendo ser física ou mental, a maior parte da população evita os problemas da pessoa com deficiência. Outras pessoas pensam que quanto menos às pessoas portadoras de deficiência souberem sobre sexo, pouco provável será praticá-lo irresponsavelmente. É importante mencionar que devem ser educativas as informações que oferecem sobre a educação sexual.
Os indivíduos com deficiência deveriam ser educados por pessoas qualificadas, mas nem sempre, a maioria recebe educação sexual de pessoas que querem apenas ajudá-los, são pessoas comuns, onde eles podem discutir sobre sexualidade, as doenças sexualmente transmissíveis e a prevenção sobre esses assuntos, assim como casamento, masturbação de forma saudável e com privacidade. Falar não somente da relação homem mulher, mas também sobre as atitudes, pensamentos, relacionamentos, comportamentos, o amor e o respeito com o outro.  
[...] não deve haver objeção moral a esse método, pois os manuais de casamento existem há muito tempo e são hoje bastante numerosos. A expressão saudável da sexualidade e o estabelecimento de um relacionamento de afeição e carinho podem representar a maior satisfação e experiência de aprendizado na vida de uma pessoa deficiente. Aqueles que afirmam que o deficiente mental não é capaz de ter relacionamentos e responsabilidades significativas não sabem do que estão falando (GORDON apud BUSCAGLlA, 2006, p.363,364).  
O mesmo autor ressalta que, alguns jovens portadores de deficiência mental, são ingênuos podem ser explorados sexualmente com mais facilidade, por desconhecerem sobre os valores, contracepção, doenças sexualmente transmissíveis e comportamento. Eles precisam ser informados que, um estranho ou amigo não poderá praticar sexo com eles, pois muitas vezes eles são vítimas, devido ao comportamento bonzinho do outro. É preciso explicar firmemente que a atitude de tocar as pessoas é imprópria, e procurar saber se a pessoa permite ser tocada, para não apresentar outros problemas, se eles não entenderem esse tipo de comportamento. O deficiente mental muitas vezes possui uma opinião negativa de si mesmo, não tem interesse por outra coisa e não consegue sair de suas energias sexuais. Então, a importância de mudar o comportamento para ajudá-lo.
O deficiente mental tem condições de se desenvolver, mas a falta de informação e os estereótipos adquiridos fazem com que se torne mais difícil a sua aceitação. Com isso, a sua sexualidade acaba ficando limitada, pelo fato dos pais, acharem que seus filhos por terem uma deficiência, são incapazes de compreender e seguir normas sociais.
É importante ressaltar que o fato de ter capacidade adaptativa pouco desenvolvida e muitas vezes um funcionamento intelectual subnormal, não significa, em absoluto, que eles não sejam capazes de obter uma conduta sexual compatível com as exigências pessoais e sociais. Isto varia de acordo com o grau de comprometimento mental de cada um. (GHERPELLI, 1991, p. 20).  
Para Goode (1966) apud Assumpção (1991) o deficiente mental afeta as relações familiares, os pais ficam frustrados ao perecerem às limitações dos filhos, e passa por algumas fases para aprender a conviver com esse filho e aceitá-lo. São elas:
a)      fase de choque: a revolta da família – Por que eu? 
b) fase da negação: a família busca um novo diagnóstico na tentativa de ser um engano.
c) fase cólera: afastamento de tudo e de todos, e começam a lidar com as perdas, elaboração do luto. Questionam os direitos do deficiente.
d) fase da convivência com a realidade: tentam esconder os filhos, não querem falar sobre o problema, oscilam sobre aceitação e rejeição. Os pais sentem-se envergonhados.
e) fase de expectativas para o futuro: o medo e a insegurança. As famílias tentam se unir, os irmãos passam a ter responsabilidade sobre a pessoa deficiente.
 "O nascimento de uma criança deficiente mental representa para os pais a perda da criança perfeita e saudável que sonhavam. A família é o ponto de transição entre o indivíduo e a sociedade." (OKSHANSKY, 1962 apud ASSUMPÇÃO, 1991, p. 169). A família é fundamental para o desenvolvimento emocional do indivíduo. Ela deve ser tratada para motivar e adequar seu filho deficiente em nossa sociedade.
Os pais de pessoas com deficiência intelectual sentem desconforto e uma certa resistência quando o assunto é sexualidade, por isso, optam pelo silêncio e não orientam seus filhos, por medo, preocupação, ou seja, se não há orientação, vivência de regras familiares e sociais, a capacidade adaptativa dessas pessoas desenvolvem-se muito menos do que seu real potencial.  
O problema é que a visão de sexualidade predominante em nossa cultura envolve muitos tabus e preconceitos. Embora vivida, ela não é aceita. Admite-se a expressão da sua prática apenas para gente normal, casada, que quer ter filhos e pode sustentar uma família. Como o deficiente foge desses parâmetros impostos pela sociedade, há muita resistência em aceitar que ele usufrua livremente a sua sexualidade ou mesmo em reconhecer que ele sente desejos (GHERPELLI, 1991, p. 20).
Para Chauí (1991, p. 9) "[...] a repressão sexual pode ser considerada como um conjunto de interdições permissões, normas, valores, regras estabelecidos históricos e culturalmente para controlar o exercício da sexualidade". Para a mesma autora o termo repressão sexual é muito antigo e somente agora que está sendo estudado sobre este assunto. A sexualidade estará presente em todas as etapas da vida do ser humano, mas sempre será uma questão tímida, quieta, até por regras estabelecidas pela própria sociedade, histórica e cultural.  
A repressão sexual se diferencia no tempo e espaço em diferentes culturas, valores, permissões, sendo articuladas de várias formas. A sexualidade feminina por longo tempo na história foi considerado o sexo apenas para procriação da espécie, sendo reprimida qualquer outra atividade sexual, que não seja para cumprir a função de procriação.
Não se deve controlar ou tentar modificar o comportamento das pessoas com deficiência intelectual de modo repressivo, deve-se sim, fornecer orientações, explicações, para que estas pessoas consigam diminuir a ansiedade, os dilemas, as fantasias que vivenciam.
É preciso que as famílias, através de informações claras e objetivas, carinho e atenção, orientem seus filhos com deficiência intelectual, para que tenham o direito /J de pensar e compreender tudo sobre a sexualidade, para que assim, tenham liberdade de escolha em suas próprias vidas e desenvolvam a maturidade sobre seus valores, vida sexual e como cidadãos, melhorando assim seus relacionamentos interpessoais.
Teremos enfrentado o desafio do futuro quando deixarmos de nos sentir ameaçados ou engolidos pela enormidade desse desafio e quando cada um de nós assumir a responsabilidade de tornar o amanhã pelo menos um pouquinho melhor do que hoje (KRATOVILLE apud BUSCAGLA, 2006, p. 384).  
3 Conclusão

Mesmo no século XXI, com tantas informações e inovações, ainda existem muitos tabus e preconceitos com relação à deficiência intelectual, principalmente dos pais que reagem de forma negativa, quando recebem o diagnóstico da sua criança, gerando sentimentos de revolta, culpa, medo do futuro, rejeição, entre outros. O papel dos pais é importante no processo de educar, integrar, compreender a criança com deficiência intelectual. Muitos pais não querem, não acreditam na capacidade de seus filhos e são vistos como mal-informados, não envolvidos no processo.  
Muitas vezes para os pais, aceitar a sexualidade de seu filho com deficiência intelectual é algo inconcebível, preferindo assim, esconder seu filho e qualquer tipo de informação sexual, negligenciando assim, sua educação para o futuro.  
Através deste artigo, confirma-se à resistência dos pais em relação à aceitação do filho com deficiência intelectual, a dificuldade de compreender a deficiência e a falta de interesse em buscar informações para um melhor desenvolvimento do seu filho, para que assim, viva de forma harmônica com a família e a sociedade. É preciso em primeiro lugar que os pais entendam as reações emocionais, intelectuais, a importância de uma reeducação social, psicológica, para que a pessoa com a deficiência possa desenvolver suas capacidades.  
Os pais precisam receber melhores orientações (informações adequadas, programas e grupos direcionados a esse público), para que assim, possam conviver, nesse contexto e ajudar seus filhos a um desenvolvimento sadio e adequado, para que sua conivência com a sociedade seja de total inclusão.

THE SEXUALITY AND THE INTELECTUALLY IMPAIRED

ABSTRAT 
The intellectually impaired are discriminating by the society and also by their own family who denies them a life in society and responsibilities, ignoring the fact that those people have the capability of developing an adult Life and having sexual desire as any one of those considered normal. The developing of the sexuality by the intellectually impaired is essential to establish a harmonious relationship with the family and the society. Thus, this article presents as a general goal theoretical support, which permit a comprehension of the intellectually impaired sexuality development in order to establish a harmonious relationship with the family and the society, and as a specific goal, to describe their sexuality, listing the difficulties faced by the family to accept their sexuality.
Key words: The intellectually impaired. Family. Sexuality.
1 Alguns autores que foram citados neste artigo usaram termos como deficiência mental, portador, excepcional. Nas literaturas atuais, não se usam mais estes termos, sendo substituídos por deficiência intelectual.

REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, Júnior Francisco Baptista. Introdução ao estudo da deficiência mental. São Paulo: Memnon, 1991.  
BUSCAGlIA, Leo F. Os deficientes e seus pais. In: GORDON, Sol. Os deficientes também são sexuados. 5. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2006.
____ o In : KRATOVlLLE, Setty. O desafio para o amanhã. 5.ed. - Rio de Janeiro: Record, 2006.
CHAUI, Marilena. Repressão sexual, essa nossa (des) conhecida: 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
FOUCAUL T, Michel, 1926 - 1984. História da sexualidade 3: o cuidado de si. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
GHERPELU, Maria Helena Brandão Vilela. Diferente, mas não desigual: a sexualidade no deficiente mental. São Paulo: Gente, 1995.
GIAMI, Alain. O anjo e a fera: sexualidade, deficiência mental, instituição. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.  
GIKOVATE, Flávio. O jovem e a sexualidade. Disponível em: www.psicopedagogia.com.br>. Acesso em: 23 de maio de 2007.
KRYNSKI, Stanislau. Novos rumos da deficiência mental. São Paulo: Sarvies, 1983.  
UPP, Marilda Novaes. Sexo para deficientes mentais: sexo e excepcional dependente e não-dependente/ 4. ed. São Paulo: Cortez, 1988.  
MAlA, Ana Cláudia Bortolozzi. Desejos especiais. Viver Mente e Cérebro. São Paulo, ano XIV, n°. 174, p. 72 - julho 2007.
SILVA, Nara Liana Pereira and DESSEN, Maria Auxiliadora. Deficiência mental e familia: implicações para o desenvolvimento da criança. Psic.: Teor. e Pesq., May/Aug. 2001, vol.17, no. 2, p.133-141. ISSN 0102-3772.  
SIMIONATO, Marlene Aparecida Wischral e MARCON, Sonia Silva. A construção de sentidos no cotidiano de universitários com deficiência: As dimensões da rede social e do cuidado mental. Psicol. Am. Lat., ago. 2006, no.7, p.O-O. ISSN 18700350X.

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REPORTAGEM

A Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência passa a ter quatro coordenações


A Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência passa a ter quatro coordenações para atender as diversas demandas da área. São elas: Relações Intersetoriais (para o relacionamento com outras secretarias), Relações com a Comunidade, Políticas Públicas e Direitos e Acessibilidade.

A secretária Mirella Prosdocimo diz que a nova diretriz foi estabelecida para a garantia de igualdade de direitos e de oportunidades para as pessoas com deficiência. "Queremos que as pessoas com deficiência tenham seus direitos assegurados por meio de uma efetiva articulação com as demais pastas da Prefeitura de Curitiba, promovendo uma real melhoria da qualidade de vida dessas pessoas", afirmou.

REATECH

Gabriel Franco -ADL e uma mãe guerreira!Linda você é rara!


VIA FACE LINDA FRANCO

A Importância da Educação Física para os portadores de Deficiência Física


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A Importância da Educação Física para os portadores de Deficiência Física
RESUMO
Este artigo tem como objetivo relacionar a sociodiversidade com a Educação Física. Analisando a importância da Atividade Física para os portadores de Deficiência Física, podendo levar a sociedade a discutir sobre a exclusão e inclusão social. Sabe-se que a participação do esporte influencia na sua saúde, comportamento e personalidade, reflete estes efeitos no ambiente esportivo e nas situações sociais em geral. Passa a tratar de um assunto em discussão na comunidade acadêmica e vem sendo trabalhado por vários organizadores.
Palavra-chave: Educação Física; Portadores de deficiência Física; Atividade Física; Inclusão social.
Introdução
Ao abordar a temática polêmica e delicada na sociedade atual, o direito à educação de pessoas que possuem algum tipo de deficiência, seja ela visual, auditiva, genética, mental, física, entre outras.
No contexto escolar constantemente presencia-se cenas de descaso, marginalização e discriminação de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais e/ou deficientes. Estas atitudes contribuem para o baixo rendimento e a falta de auto-estima de crianças que de alguma forma sofrem esse tipo de preconceito. Cabe a nós profissionais de Educação Física conscientizar da existência deste problema dentro da sala de aula e começar a discutir e desenvolver atividades que envolvam o assunto.
A seguir abordaremos como decorre a situação da inclusão de pessoas portadoras de deficiência, um tema rico e que contribuiu para o aprofundamento de nossos conhecimentos nesta área da educação especial.
1. Portadores de necessidades especiais
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, aproximadamente 10% de qualquer população é portadora de algum tipo de deficiência. O Brasil possui atualmente cerca de mais de 180 milhões de habitantes, logo mais de 18 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência.
1.1. QUEM SÃO?
São pessoas que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico, moral e material.
1.2. O QUE ELES PRECISAM?
Eles precisam exatamente das mesmas coisas que qualquer um de nós: dignidade, respeito, liberdade, educação, saúde, lazer, assistência social, trabalho e amparo. Direitos fundamentais e inalienáveis de todos os seres humanos.
DECRETO No 3.298, de 20/12/1999.
Seção II – Do acesso à educação
Referente às escolas públicas e particulares diz:
“Art.24,25 e 26 – Que a pessoa portadora de deficiência capaz de se integrar tem direito a matricula, inserção no sistema educacional publico e particular, tendo como obrigatoriedade e gratuitamente os estabelecimentos de ensino público ofertar vagas para educação especial, acesso a benefícios conferidos a alunos não portadores de deficiência, e o direito a educação especial em unidades hospitalares e congêneres”.
Das faculdades e cursos técnicos:
“Art. 27, 28,29 – Que tais instituições, deverão quando solicitadas previamente, oferecer adaptações de provas e apoios necessários para os alunos portadores de deficiência, visando suas limitações, oferecendo serviços especializados a fim de atender suas peculiaridades”.
Ao falar na inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em sala de aula, duas constatações se fazem sentir que são expressas pela maioria dos professores:
Ignorância: Por não conhecerem adequadamente as características desse tipo de clientela, já que antes eram denominados “deficientes”.
Preconceito: Por reproduzirem a percepção estereotipada de que se trata de “gente diferente”, “doentes”, “inadequados”, “defeituosos” e outras expressões igualmente equivocadas, alimentada por mitos ou representações equivocadas sobre a natureza do problema dos portadores de necessidades especiais.
(Maria Teresa Égles, 1997)
Nos últimos anos, a preocupação com problema de exclusão social ganhou impulso, tendo o conceito tomado o lugar de muitos outros. A inclusão social tomou impulso primeiro nos meios acadêmicos e técnicos e depois junto à mídia e, mais especificamente, junto aos setores ligados à educação e a promoção social.
A partir da lei especifica e regulamentada, a inclusão educacional como sendo obrigatória caiu como uma bomba na cabeça dos educadores e dos organismos educacionais, pois teriam de incluir a qualquer custo, clientes deficientes em salas de aula comuns, dentro de um curto prazo.
2. Atividade física para deficientes
“UNESCO estabelece que a prática da educação física seja um direito de todos e que programas devem dar prioridade aos grupos menos favorecidos no seio da sociedade”.
(Carta internacional de educação física e desporto, 1978)
A escolha de um esporte depende em grande parte das oportunidades oferecidas da condição econômica para a seleção de determinado esporte, da aptidão da criança ou da falta de condição econômica para a seleção de determinado esporte, da aptidão da criança ou da falta de condições do próprio portador especial tendo em vista o grau de sua deficiência.
Os esportes podem ser praticados pelos deficientes em quase sua totalidade considerando-se seu grau de deficiência e suas dificuldades, devido a estas são feitas algumas modificações de regras e adequações que facilitam a prática promovendo a participação de um maior número de deficientes.
O portador especial é carente e trás consigo uma série de “nãos”, que lhe são impostos no dia a dia. Ficam neles retidos a capacidade de pensar, sentir e agir. È é preciso dar a esse aluno plenas capacidades de desenvolver suas capacidades criativas e espontâneas.
(NETTO, GONZALES, p.13.1996)
2.1. O ESPORTE ADAPTADO
A prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.
As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de deficiências físicas como os portadores de seqüelas de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais, amputados, dentre outros, possui valores terapêutico evidenciado benefícios tanto na esfera física quanto psíquica.
Quanto ao físico, podem-se ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação, coordenação motora, dissociação de cinturas, de resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global (Lianza, 1985; Rosadas, 1989 e Souza, 1994). Na esfera psíquica, podemos observar ganhos variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução da agressividade, dentre outros benefícios (Alencar, 1986; Souza, 1994; Give it a GO, 2001).
A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócio-econômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.
3. Histórico do esporte para pessoas portadoras de deficiência física
Os primeiros registros de esporte para pessoas portadoras de deficiência foram encontrados em 1918 na Alemanha, nos quais consta que um grupo de soldados alemães que se tornaram portadores de deficiência física após a guerra, se reunia para praticar tiro e arco e flecha. Em 1932 na Inglaterra formou-se uma associação de jogadores de Golfe com um só braço.
Em 1944 o neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann começou a trabalhar com arco e flecha no Hospital de Reabilitação de Stoke Mandeville, em Aylesbury, Inglaterra.
Em 1948, paralelo aos XIV Jogos Olímpicos, Sir Guttmann realizou os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville, com a participação de 14 homens e 2 mulheres da Forças Armadas Britânicas em uma única modalidade, Arco e Flecha.
Em 1952, Sir Guttmann realizou o II Jogos Desportivos de Stoke Mandeville com a participação de 130 atletas entre ingleses e holandeses.
Em 1960, acontece a Primeira Paraolimpíada na Cidade de Roma, Itália, com a participação de 23 países e 400 atletas. A palavra PARA (olimpíadas) não tem a conotação de Paraplégico, mas sim de Paralelo as Olimpíadas, pois os jogos são realizados duas semanas após as Olimpíadas e no mesmo país, sendo utilizadas as mesmas instalações desportivas, com as necessárias adaptações.
(www.add.com.br), 2001.
3.1. HISTORICO DO BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
Após a segunda guerra mundial, surgiu um grande número de pessoas portadoras de deficiência, e nos hospitais a PVA, Paralyzed Veterans of América (Veteranos Paralisados da América), começaram a se organizar e desenvolver atividades esportivo- recreativas.
O primeiro registro do basquetebol em cadeira de rodas foi encontrada em 1946 na divisão da PVA em New England, EUA, mas a mais popular foi à divisão da PVA na Califórnia, EUA, indo depois para Boston, Memphis, Richmond, New York, Canadá e Inglaterra. A equipe mais popular nos EUA era a equipe da região Oeste, a Birmingham Flying Wheels, que também era uma divisão da PVA.
Em 1948, no I Campeonato Nacional da PVA nos EUA de basquetebol em cadeira de rodas, obteve a participação de 6 equipes, sendo que a equipe da Flying Wheels da Califórnia conquistou a medalha de ouro. E foi também em 1948, que se formou a primeira equipe de basquetebol em cadeira de rodas de cidadãos americanos que não eram militares ou veteranos de guerra. A equipe se chamava Kansas City Wheelchairs Bulldozers.
(www.iwbf.org)
4.Tipos de atividade física para portadores de Deficiência Física
A atividade física para os portadores de deficiências físicas são baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. Apresentaremos algumas das modalidades esportivas, as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, sendo:
Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os lesados medulares.
Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pedalo e maratona.
Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.
Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais severos. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca.
Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe.
Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na categoria de habilidades. Para isto é necessário analisar os possíveis deficientes que podem participar.
Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes.
Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão presente.
Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com adaptações quanto às largadas, viradas e chegadas. As provas são variadas e os estilos abrangem os estilos oficiais.
Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina. As regras sofrem apenas uma adaptação. As categorias são: masculino e feminino, individual e em duplas.
Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular, amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé ou sentado.
Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé.
Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão desta modalidade em pé.
Conclusão
Contudo, esta relação entre Educação Física, portadores de deficiências físicas e inclusão social leva com que a sociedade desse mundo observe e aja sobre todas as desigualdades existentes, levando em consideração toda a superação desses portadores, mostrando que podem e são iguais a todos, onde o papel do educador físico não é apenas a parte física e, mas também psico-social.
Com isso, o mundo deve-se abrir os olhos a uma realidade que pode vir a presenciar na prática de nossa futura profissão, mas principalmente nos ensinar a ver estas pessoas especiais como indivíduos que devem ser integrados plenamente a nossa sociedade. Pois tem muito a contribuir se olhar não somente a sua deficiência e sim as capacidades e condições que os mesmos possuem.
Referencias
CARVALHO, Rosita Edler – A Nova LDB e a Educação Especial, Ed. WVA, Rio de Janeiro: 1997.
Greguol, M. (2002) Esporte Adaptado Capturado em http://www.aadd.com.br/ em 22 de junho.
MAZZOTTA, M. J. S. – Trabalho Docente e a Formação do Professor de educação Especial, Ed. Pedagogia Universitária: São Paulo, 1993.
Revista NOVA ESCOLA – Dezembro/2000.
Revista APRENDE BRASIL –
Revista PROFISSÃO MESTRE –
Rosadas, S. C. (1986) Educação Física para deficientes. Rio de Janeiro Ateneu, p. 214.
Autor: Dilma Nogueira

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Príncipe Gabriel!!!Mãe?Rara.

Mão biônica


Cientista anuncia criação de prótese para amputados que, ligada ao nervo, pode ser controlada com o pensamento e proporcionar a sensação do toque. O dispositivo deve ser implantado em paciente ainda este ano.
Por: Sofia Moutinho, Uol
Mão biônica
A mão biônica possui sensores que vão captar a informação sensorial do toque e enviá-la ao nervo do paciente via eletrodos implantados no braço. (foto cedida por Silvestro Micera)
Os últimos dois anos foram salpicados de notícias sobre braços biônicos movidos pelo pensamento. Um dos primeiros foi o experimento conduzido pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke (EUA), que fez um macaco com eletrodos ligados no cérebro movimentar um braço mecânico. Depois, cientistas da Universidade de Brown (EUA) anunciaram que o implante de um chip no cérebro de uma paciente paraplégica a permitiu controlar um braço robótico a sua frente. Agora o engenheiro biomédico Silvestro Micera, da Escola Politécnica Federal de Laussane, na Suíça, promete dar mais um passo adiante nesse campo.
Durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Boston, Micera anunciou que nos próximos meses vai implantar pela primeira vez em um paciente amputado uma mão biônica capaz de oferecer ao usuário a sensação do toque em tempo real.
Quando o paciente pensar nos movimentos que deseja fazer, os eletrodos captarão os sinais neurais que viajam do cérebro até o nervo e os traduzirão para a máquina, que se moverá de acordo
Diferentemente das experiências citadas no início do texto, a mão biônica de Micera não precisa ser conectada ao cérebro, origem dos sinais neurais. O dispositivo usa eletrodos ligados ao nervo do paciente – nesse caso, aos nervos mediano e ulnar, que ficam no braço.
Quando o paciente pensar nos movimentos que deseja fazer, os eletrodos captarão os sinais neurais que viajam do cérebro até o nervo e os traduzirão para a máquina, que se moverá de acordo.
Em 2009, a equipe de Micera já havia feito um experimento bem-sucedido com um paciente amputado, que conseguiu mover um braço biônico temporariamente ligado ao nervo do braço. A prótese, no entanto, não foi fixada ao corpo do paciente e também não havia o feedback sensorial. No próximo experimento, será usada uma nova mão mecânica com vários sensores táteis, nos dedos e na palma, que enviarão sinais elétricos de volta ao cérebro do usuário.

Veja vídeo, em inglês, do experimento, produzido pela equipe de Micera 

“Com a informação sensorial, será muito mais fácil e natural para o paciente controlar a mão mecânica. Ao pegar algum objeto, por exemplo, ele vai saber quando deve parar de apertar”, diz o cientista. “Espero que nosso experimento inaugure uma nova era no campo das próteses, abrindo caminho para tecnologias cada vez mais eficientes.”
O paciente deve usar a nova prótese por cerca de um mês sob observação. Se o novo modelo se mostrar eficiente, o cientista planeja um teste clínico mais longo, de três anos. Estudos com camundongos já mostraram que os eletrodos implantados no nervo são duráveis. Até agora, funcionaram por cinco anos sem problemas.

Menos invasivo

Segundo Micera, as principais vantagens da sua técnica em relação aos experimentos que captam os sinais neurais diretamente no cérebro são a praticidade e o conforto para os pacientes.
“Uma amputação não é uma desabilidade severa e penso que é muito invasivo implantar um dispositivo no cérebro”, diz. “Pode ser que no futuro essa seja uma opção melhor, mas creio que os experimentos como os feitos por Nicolelis hoje demorariam cerca de 10 ou 15 anos para se tornarem aplicáveis de um modo prático em amputados e paraplégicos.”
O cientista também aponta que usar o nervo como porta de entrada dos sinais sensoriais pode ser mais natural e fácil do que usar o cérebro diretamente. “Com a nossa abordagem, entregamos o sinal ao nervo e o sistema nervoso periférico faz o resto sozinho; ele se encarrega de levar a mensagem do braço para o cérebro”, explica. “Se você trabalha com o córtex cerebral, tem que pegar a informação sensorial e entregar ao sistema nervoso central de modo artificial, cortando caminho.”
Mão biônica 2
Eletrodos implantados no braço do paciente recebem os sinais de movimento enviados pelo cérebro e enviam de volta ao sistema nervoso central as informações de tato vindas de sensores distribuídos na superfície da mão biônica. (foto cedida por Sivestro Micera)
Micera não descarta, no entanto, a validade dessas pesquisas e diz esperar que no futuro as duas abordagens sejam combinadas e adequadas ao perfil de cada paciente.
Em conferência também no encontro da AAAS, Nicolelis afirmou que o objetivo inicial de suas pesquisas não era criar dispositivos e produtos para melhorar ou aumentar as funções do corpo, mas sim estudar a plasticidade do cérebro.
Para o neurocientista Gregoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Laussane, o maior desafio da neurociência hoje é justamente fazer a ponte entre a ciência básica e a aplicável. “Nosso campo é a atual esperança para pessoas paraplégicas e amputadas, espero que consigamos corresponder em curto prazo as expectativas que são investidas na área e não falhar como a genética tem falhado.”

Sofia Moutinho*Ciência Hoje On-line

*A repórter viajou para Boston a convite da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS)