sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Terapia com cavalos atende pessoas com deficiências na Zona Oeste do Rio


Sessões duram em média meia hora.



da Redação


Moradora de Santa Cruz, a recepcionista Patrícia Andrade, de 38 anos, comemora a melhora do filho Ricardo, de 12 anos, um dos 29 praticantes do Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Estado do Rio (PMERJ), em Campo Grande. Funcionando no Regimento de Polícia Montada (RPMont), o centro oferece, gratuitamente, sessões de terapia com cavalos, tanto para familiares de policiais quanto para o público.
- Em oito meses, ele virou outro menino. Antes, a diretora da escola pensava até em expulsá-lo, porque ele agredia coleguinhas e não obedecia a nenhuma ordem. Agora, as notas dele subiram e o comportamento melhorou – explicou Patrícia, cujo filho tem baixa visão, além de problemas neurológicos e físicos.
A equipe voluntária é formada por três fisioterapeutas, uma psicóloga e uma educadora física. Eles atendem desde um policial baleado que perdeu parte dos movimentos até crianças autistas, com paralisias ou Síndrome de Down, além de pessoas com problemas motores ou psicológicos. A fila de espera já soma mais de 110 interessados. O fato de o serviço ser gratuito é um atrativo, considerando que um tratamento completo, por seis meses, custa mais de R$ 10 mil.
- É um trabalho social da polícia. Estamos ajudando várias famílias a ganhar qualidade de vida. É uma das formas mais completas que a corporação tem de se aproximar da população – afirmou a capitã Monique, coordenadora do Centro de Equoterapia.
Segundo a capitã, a equipe deve triplicar de tamanho, em 2013, passando a atender cerca de 90 pessoas. Além disso, um projeto com auditório, área de convivência, consultórios médicos, espaços de lazer, de esportes, entre outras instalações, está sendo orçado pela Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop), da Secretaria de Obras, e deve ser implementado em 2013.
Sessões duram em média meia hora
Durante cada sessão, além dos cavalos, a equipe da PM utiliza bolas, bambolês, cones e fantoches, para desenvolver aspectos como alongamento, coordenação motora, equilíbrio e psicomotricidade.
- Cada caso exige um tipo de trabalho. Fazemos a avaliação antes e traçamos um plano de acompanhamento – disse a soldado Flávia, fisioterapeuta. O aposentado Lênin Robson Neto, de 54 anos, acompanha o filho Lênin Jeferson Neto, de 34 anos, às sessões há nove meses. Com autismo, esquizofrenia e uma deficiência congênita em um dos pés, Jeferson quase não interagia com ninguém.
- Agora, ele já está conseguindo se comunicar com a família e com a equipe do Centro. Jeferson pede para vir para cá – afirmou o pai.