sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Acessibilidade surge como tendência para novos negócios

Produtos expostos na Feira do Empreendedor no Rio Grande do Norte mostraram vasto mercado existente no País voltado a portadores de necessidades especiais
Da Agência Sebrae de Notícias

O mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que 15% da população brasileira possuem algum tipo de necessidade especial. Para potencializar a inserção social e cultural destes brasileiros, a Feira do Empreendedor do Rio Grande do Norte, realizada até o último domingo (7), em Natal, apresentou uma série de produtos que, além de garantirem o direito à cidadania, mostram que acessibilidade é um vasto mercado para realização de bons negócios. Cinco expositores com produtos voltados à acessibilidade participaram da edição 2010 da Feira.
A inclusão da acessibilidade como tendência de mercado tem como base a carência de produtos e serviços nessa área. A ONG Novo Ser, do Rio de Janeiro, que expôs na Feira do Empreendedor e se tornou conhecida no País após apresentar seus produtos em uma novela, mostrou aos visitantes uma diversidade de artigos que comprovam o quanto a acessibilidade pode se tornar um negócio viável. A utilização de cadeiras anfíbias, que permitem aos cadeirantes o acesso à praia, é uma prova de como o mercado pode atender a um público diversificado e promover a geração de negócios e renda. Além de cadeiras anfíbias, produtos como raquetes de fresco ball e pranchas adaptadas para cadeirantes despertaram a curiosidade dos visitantes do espaço da ONG, que realiza gratuitamente no Rio de Janeiro o Projeto Praia para Todos. “A acessibilidade como negócio é uma tendência para o mercado que ainda não foi descoberta, mas que possui vasto horizonte a ser desbravado. Pessoas com deficiência também são cidadãos e necessitam de estrutura adequada”, afirma Ricardo Gonzalez, cadeirante e idealizador do Projeto Praia para Todos. Assim como no caso de Ricardo, a defesa da causa própria também fez com que o veterinário João Pacheco investisse em projetos direcionados a atender pessoas com necessidades especiais. Após se tornar tetraplégico e esbarrar nas dificuldades do dia a dia, Pacheco virou empresário e atualmente comercializa cadeiras de rodas especializadas, peças com tecnologia acessiva, como os talheres adaptados e o inovador capacete para digitação. Os equipamentos garantem o retorno de atividades antes corriqueiras, como acessar a internet. “Sempre procurava produtos que me servissem e não encontrava. A dificuldade neste mercado ainda é muito grande. Hoje consigo até acessar a internet e movimentar minha empresa, que funciona com vendas virtuais e atende a todo o Brasil”, pontua. Olho no mercado De acordo com o superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo Neto, o grande mérito da Feira do Empreendedor, ao inserir a acessibilidade como tendência de mercado, foi proporcionar novas oportunidades de negócios. “Sabemos o quanto o mercado da acessibilidade ainda é carente da oferta de serviços. A Copa do Mundo vem aí e Natal será sede. A Feira foi uma oportunidade dos empreendedores voltarem a atenção também para este setor e gerarem mais negócio e renda”, destaca Melo. Atentos ao vasto mercado, alguns empresários já despertaram para a necessidade de utilizar a estrutura de acessibilidade como ferramenta de diferencial em seus negócios. É o caso de Gastão Cabral, proprietário de restaurantes no litoral natalense, que está ampliando a oferta de equipamentos de acessibilidade em seus empreendimentos.“Tenho muitos clientes com algum tipo de necessidade especial, e que, como os outros, consomem, gastam, e necessitam de estrutura diferenciada. Apesar de a lei obrigar a oferecer rampas, vagas de estacionamento e tantos outros itens, muitos empresários não cumprem e é nisso que estou apostando. Vou fazer diferente”, promete Gastão. Gastão acredita que a falta de visão empresarial dificulta a disseminação de negócios voltados para a acessibilidade. “Infelizmente não é todo mundo que percebe a existência desse mercado. Existem muitas oportunidades de negócio que ainda não são exploradas na área”, conclui o empresário do setor turístico.

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