terça-feira, 13 de novembro de 2012

Penápolis Sediará o “II Torneio de Rugby em Cadeira de Rodas”






http://www.capenapolense.com.br/noticias.php?id=164#.UKJoQIc82Sr

Acontecerá entre os dias 15 a 18 de Novembro próximo, no Ginásio Municipal de Esportes Antônio de Castilho Braga, o “Gigantão Azul”, o “II Torneio de Rugby em Cadeira de Rodas”, evento realizado pela ADEFIPE – Associação dos Deficientes Físicos de Penápolis e Rotaract Club de Penápolis (Distrito 4470). O evento tem a finalidade de fomentar a inclusão social das pessoas com deficiência através do esporte, contribuindo para elevação de sua autoestima e melhor desempenho nos estudos, melhorando significativamente sua qualidade de vida, além de apresentar ao público a grande capacidade de superação das pessoas com deficiência, quebrando paradigmas e preconceitos antes estabelecidos. O Clube Atlético Penapolense apoia a iniciativa.
 
Estarão em Penápolis as seis melhores equipes de Rugby Sobre Cadeira de Rodas do país, BSB Quad (Brasília-DF), APC (Campinas-SP), BH Rugby (Belo Horizonte-MG), Santer (Rio de Janeiro-RJ), OMDA (Florianópolis-SC) e ADEACAMP (Campinas-SP), com destaque para o penapolense Rafael Botelho Gouveia, técnico da equipe da ADEACAMP e da Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas.
 
A abertura do evento acontecerá na quinta-feira, dia 15/11 (feriado), a partir das 19h00, com a primeira partida logo após a rápida cerimônia. A programação segue com partidas na sexta e no sábado com jogos nos períodos da manhã, tarde e noite, com início as 9h, 14h e 20h. No domingo, dia 18, acontecerá a finalíssima, as 10h00, com cerimônia de premiação e encerramento logo em seguida. Os confrontos serão definidos na tarde do dia 15, quando ocorre o Congresso Técnico e a “Clínica” para classificação dos atletas. Para a presidente da ADEFIPE e do Rotaract, Letícia Takano Sader, o objetivo do Torneio, além de fomentar a inclusão social das pessoas com deficiência através do esporte, é justamente apresentar ao público, de maneira impactante a grande capacidade de superação das pessoas com deficiência.
 
O RUGBY é um esporte coletivo originário da Inglaterra de intenso contato físico. Por ter sido inicialmente concebido como uma variação do futebol, foi chamado anteriormente de futebol-rúgbi ou futebol-râguebi, e tem como finalidade marcar o maior número de pontos. Com essa grande popularidade, variações do esporte surgiram. A mais praticada é o rúgbi de quinze (em inglês: rugby union), em seguida está o league (com 13 atletas) e a sua variação olímpica o de sete. Além dessas variações ainda há o rúgbi de praiz, de toque, em cadeira de rodas e subaquático.
 
O Rugby em Cadeira de Rodas, também chamado de Quad-rugby, é para atletas com deficiência em pelo menos três membros (ex: lesão medular, polio) ou 4 membros (ex: amputação), foi criado no Canadá no final da década de 1970, como opção desportiva para pessoas com alto grau de deficiência, que por conta disto não tinham oportunidade em jogos de basquete em cadeira de rodas. Entrou nos Estados Unidos em 1982 e rapidamente se difundiu pelo mundo.
 
Entrou como desporto de demonstração nos Jogos de Atlanta 1996, e é praticado na categoria mista, ou seja, podem jogar ao mesmo tempo jogadores do sexo masculino e feminino. O objetivo do jogo é ultrapassar com a posse da bola entre cones dispostos na linha de fundo do adversário. 
 
Cada jogador recebe uma pontuação de acordo com o grau de deficiência, variando de 0.5 (maior deficiência) a 3.5 pontos (menor deficiência). As equipes são formadas por quatro atletas e não devem ter a soma dos jogadores maior do que oito pontos. Utiliza-se quadras de tamanho oficial de basquete e bolas semelhantes as de vôlei.
No Brasil, a modalidade é organizada pela Associação Brasileira de Rúgbi em Cadeira de Rodas, que gere competições regionais e nacionais, o fomento do esporte, além das seleções Brasileiras, Adulto e Universitária. Para saber mais sobre o esporte, acesse: http://rugbiabrc.org.br/jogo/
 
A ADEFIPE - Associação dos Deficientes Físicos de Penápolis é uma organização não-governamental, atuante, fundada em 1989, sem fins lucrativos, filiação religiosa ou partidária, com o propósito de desenvolver ações de garantia e promoção de direitos das pessoas com deficiência física. Tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida e inclusão dessas pessoas na sociedade, no mercado de trabalho, na educação e no esporte, promovendo a elevação da auto-estima e o aumento dos níveis de autonomia do segmento que representa. Dessa maneira, a ADEFIPE realiza um trabalho de conscientização, lutando pela acessibilidade e pelos direitos das pessoas com deficiência, buscando evidenciar uma nova concepção sobre essas pessoas, rompendo preconceitos acerca do seu potencial de integração social. Atualmente, a ADEFIPE tem 315 usuários cadastrados, que podem usufruir gratuitamente dos serviços de fisioterapia, psicologia e oficina de artesanato.
 
Rotaract Club é um programa internacional de liderança jovem associado à organização Rotary Internacional que reúne jovens entre 18 e 30 anos para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus associados por meio da prestação de serviços à comunidade. No Brasil, são aproximadamente 620 clubes, concentrando em torno de 14.260 jovens universitários, profissionais liberais e empreendedores, todos estes iniciantes num movimento que é o segundo maior do mundo no seu perfil de atuação. O Rotaract Club possui como característica fundamental ser uma organização mundial que mantém os mesmos objetivos e procedimentos no mundo todo, sendo grande exemplo de globalização, pois desde a sua fundação, pensa mundialmente e age localmente, respeitando necessidades e cultura locais. Seus jovens são capazes de exercer cargos de liderança sejam enquanto empresários, diretores executivos ou profissionais liberais de grande destaque nas suas áreas de atuação, sendo estes jovens formadores de opinião, empreendedores, de alto nível intelectual e excelente círculo social.
 
Prestigie! Convide seus familiares e amigos e compareçam no Gigantão Azul para assistir a este show de superação... A entrada é gratuita. 
 
Legenda
Evento ocorre este mês em Penápolis com entrada franca aos torcedores

Autismo: Quando a normalidade é a diferença


A Associação Portuguesa para Proteção às Crianças Autistas, mais tarde Associação Portuguesa para Proteção aos Deficientes Autistas, foi fundada em 1971 por um grupo de pais que não encontrava respostas educativas para os seus filhos com autismo. Um dos nomes mais referenciados é o do Drº Almeida Gonçalves, médico dermatologista e pai daquele que é considerado por muitos como o primeiro autista diagnosticado em Portugal.

O MUNDO PORTUGUÊS quis saber mais sobre esta deficiência, tendo visitado as instalações da associação no Alto da Ajuda. Fomos recebidos pela ex-presidente da Associação, Isabel Cottinelli Telmo, que falou sobre o passado de uma associação que sempre trabalhou no intuito de prestar serviços às pessoas com Perturbações do Desenvolvimento do Espetro do Autismo e às pessoas com elas significativamente relacionadas, promovendo a defesa e o exercício dos respetivos direitos e a aquisição e melhoria de qualidade de vida e sobre o futuro, muitas vezes uma incógnita neste tipo de patologias.
No início, o maior objetivo da APPCA foi o de fundar uma escola onde se atendessem as necessidades específicas das crianças com perturbações do espectro do autismo. Depois de visitarem a NSAC (National Society for Autistic Children) em Londres, os fundadores decidiram seguir o seu modelo educativo. Uma equipa de investigadores e profissionais da NSAC (hoje National Society for Autism) deslocou-se a Portugal para ajudar a formar os técnicos portugueses, tendo igualmente aberto as suas portas aos pais e técnicos da APPCA.
A APPDA-Lisboa, Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo provém desta associação nacional.
Com instalações no Alto da Ajuda, a APPDA-Lisboa dá apoio a pessoas com autismo de todos os níveis etários e suas famílias. Para isso tem uma clínica de diagnóstico, avaliação e acompanhamento aberta à comunidade na qual tem a colaboração de especialidades como pediatra, geneticista, psiquiatra, psicólogos, psicopedagogos e técnicos de reabilitação.
Também faz parte das suas competências uma escola de Ensino Especial para crianças e adolescentes em idade escolar, o Centro de Recursos para a Inclusão acreditado pelo Ministério da Educação que dá apoio a crianças e jovens com autismo que frequentam o ensino regular.
Uma das suas vertentes é também ser  um Centro de Apoio Ocupacional para adolescentes e adultos com autismo, onde os alunos têm educadores, professores, terapeutas e auxiliares que os acompanham diariamente. Têm também professores especializados e monitores para os ateliês de cerâmica, pintura, música, educação física, jardinagem, agricultura, têxteis, cozinha, tecelagem, natação, remo adaptado, lavandaria e atividades da vida diária.
Isabel Cottinelli Telmo assumiu a liderança da APPDA - Lisboa em 1984. Mãe de sete filhos, um dos quais autista, é reconhecida por todos como uma mulher de luta que nunca baixou os braços na tentativa de melhorar as condições de quem sofre desta deficiência. “É preciso que as pessoas saibam que o autismo é uma deficiência e não uma doença. Tem é associadas várias cormobidades, condições associadas a esta deficiência. E umas são doenças como, por exemplo, a epilepsia. Há estudos que falam em 50 por cento de incidência” refere a ex-presidente da associação em conversa com o MUNDO PORTUGUÊS.
“Também há os comportamentos agressivos que não sendo característica a verdade é que existem. Há muitos com esses comportamentos. Também há as doenças de foro psicológico. Temos quem tenho esquizofrenia por exemplo” acrescenta.
“Já fomos contatados por alguns emigrantes de França, Austrália, Holanda ou Dinamarca que querem regressar a Portugal e querem saber o que podem fazer. Mas infelizmente nesse campo estamos com muito menos soluções. Tentamos fazer com que percebam a diferença. Na Holanda, por exemplo, os apoios são extraordinários. Nós a nível de condições físicas estamos atrasadíssimos. A nível da própria deficiência estamos até mais desenvolvidos, até mais que noutros países” conta, lamentado a longa fila de espera que aguarda quem quer frequentar esta associação: “temos vaga para 60 no Centro de Dia. Assim temos 54 e os outros seis são da escola de ensino especial. Neste momento não entra ninguém. Estamos cheios”.
Os apoios também têm diminuído, algo que preocupa a ex-presidente: “lembro-me que no início uma senhora suíça que nos deu dinheiro e com isso compramos uma casa em Carcavelos onde foi criado o primeiro lar. Hoje os donativos particulares e de empresas diminuíram muito. As grandes não dão e as pequenas já não têm. Está tudo mau! Além de que acabaram os projetos europeus que ajudavam muito”.
Com 92 funcionários, esta associação tem também uma vertente importante no verão que é a Colónia de Férias para crianças com uma média de 9/10 anos.
Ao longo do ano, vivem nestes lares 28 pessoas sendo a maioria do sexo masculino (existem dois quartos para mulheres), sendo que a mais velha tem 52 anos e o mais novo 20 anos.
Conviver com esta realidade não é fácil. “É preciso que as pessoas saibam que o autismo não tem cura. Ninguém descobriu. Depois, não há nenhum medicamento que contribua para diminuir o autismo. O que há é para controlar o que está associado, como por exemplo a epilepsia.
Depois há coisas para controlar os comportamentos que é a chamada “camisa de forças química” que tem efeitos secundários, como nos mais idosos, horríveis” refere Isabel Cottinelli Telmo, lembrando que é uma deficiência complicada e que por isso as pessoas devem pedir ajuda. É também para isso que esta associação trabalha: ser uma referência no que respeita ao conhecimento do autismo e à qualidade dos serviços prestados às pessoas PEA e às pessoas com elas significativamente relacionadas.
Mais informações: www.appda-lisboa.org.pt
Ana Rita Almeida
ralmeida@mundoportugues.org



http://www.mundoportugues.org/content/1/10870/autismo-quando-normalidade-diferenca/

Cadeirantes dão exemplo de superação


O principal objetivo do programa é promover a inclusão social por meio do esporte. Além do tênis, São Caetano do Sul também oferece cursos em outras modalidades, que ocorrem desde o ano passado.
Publicada em 13 de novembro de 2012 - 09:00
Pessoa em cadeira de rodas jogando tênis
Há pouco mais de um mês Beatriz Radomille, 15 anos, vai ao São Caetano Esporte Clubeàs sextas-feiras para ter aulas detênis. A estudante é atleta desde pequena, porque já praticou basquete e natação, além de ter disputado alguns campeonatos.

Cadeirante, Beatriz é uma das alunas do programa de esporte adaptado, promovido pelas secretarias de Esportes e Turismo eDireitos da Pessoa com Deficiência de São CaetanoSite externo.. Além do tênis, a cidade também oferece cursos em outras modalidades, que ocorrem desde o ano passado.

"Fizemos um levantamento com os alunos cadeirantes das escolas da cidade. Eles escolheram os esportes que gostariam de praticar e o tênis foi um deles. As aulas começaram agora porque estávamos esperando as cadeiras chegarem", contou a secretária de Direitos da Pessoa com Deficiência, Lilian Fernandes. O projeto também tem apoio da CR Tênis, empresa que presta serviços para o município.

A prefeitura comprou duas cadeiras de rodas apropriadas para a prática esportiva. De acordo com a secretária, elas são suficientes para a demanda de alunos que são atendidos no momento (duas, mas outros cinco devem começar as aulas nas próximas semanas). As cadeiras são mais baixas, com rodas mais inclinadas, há ainda faixas que seguram as atletas presas à cadeira, além de uma rodinha na parte traseira para dar mais firmeza no chão. 

O principal objetivo do programa é promover a inclusão social por meio do esporte. Apesar disso, Lilian não descarta a possibilidade de investimento em atletas de alto rendimento. "O projeto não serve apenas para o lazer, mas também como um caça-talento", avaliou a secretária.

Segundo Lilian Fernandes, não há restrições de idade para participação no projeto, mas os interessados devem morar em São Caetano. Para participar das aulas, basta fazer inscrição na sede da Secretaria de Esportes e Turismo, que fica na rua Osvaldo Cruz, 2010.

Beatriz aprovou os treinos e já sente reflexo no corpo. "Antes não tinha muita mobilidade, andava mais devagar. Além disso, agora tenho uma cabeça melhor, porque tem pessoas com problemas muito piores do que os meus que conseguem se superar", avaliou a garota, que nasceu com problema na espinha.

ADAPTAÇÃO
O tênis adaptado praticamente não sofre alterações em suas estruturas ou regras. A única diferença, explicou o professor Luiz Otavio Martins França, é que a bola pode dar dois quiques no chão antes de ser rebatida pelo jogador. Isso porque os atletas levam mais tempo para se locomover, pois precisam empurrar a cadeira e ainda segurar a raquete.

O treinador também explicou que não sente diferença na hora da aula. "Para mim, não vejo dificuldade gritante ou acentuada ao ensinar. A única coisa é que passamos por expectativas diferentes com cada um dos alunos. Como qualquer um, eles têm suas dificuldades", disse Luiz.

Além disso, o professor encara as aulas com uma grande troca de experiências. "A própria superação de estarem aqui diz tudo sobre essas alunas. São muito esforçadas, alegres. Depois de uma aula a gente sai diferente da quadra", declarou o treinador.

Modalidade ajuda recuperação de aluna

Modalidade é responsável pela recuperação da aluna Ana Ribas Dalcollina, 53 anos, daquelas pessoas que contagiam qualquer um a sua volta. Quem a vê hoje nas aulas de tênis adaptado em São Caetano nem imagina o que ela passou há 22 anos.

Um acidente de carro no trajeto entre Curitiba e São Paulo foi responsável por impedir que a aposentada voltasse a andar. Na época, ela atuava como instrutora de tênis. A modalidade estava presente em sua vida desde os onze anos, quando começou a jogar. "Passei quatro meses hospitalizada com uma série de problemas para superar."

Ana até esboçou retorno às quadras algumas vezes, mas sem sucesso. "Não tinha tempo porque cuidava da minha mãe que estava doente e também tinha meu filho. Mas agora estou numa fase que posso pensar em mim", comentou. O segredo da superação? Ana explicou: "Todo mundo diz que sou uma pessoa alto astral, mas passei por problemas e fui em frente. Devo tudo isso ao tênis, porque quando fui atleta aprendi a ter disciplina, determinação. Foi isso que meu deu forças para continuar", declarou.