segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Mudanças no Código Brasileiro de Trânsito endurecem as penas para quem desrespeita vagas reservadas

Foto: www.band.uol.com.br
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Mais de dez mil motoristas foram multados no ano passado por pararem em vagas destinadas a pessoas com deficiência ou idosos, em Curitiba. Os dados são da Secretaria de Trânsito (Setran) da capital. De janeiro a novembro de 2015, 2.931 condutores foram flagrados em vagas de estacionamento destinadas a deficientes físicos. Já os locais reservados para idosos foram ocupados por 7.171 motoristas infratores. O número total de multas aplicadas pela Setran no ano passado foi 14% maior do que as de 2014. Para o diretor de Fiscalização da Secretaria de Trânsito de Curitiba, Eder Rodrigues, os números são alarmantes
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A partir deste mês, motoristas de todo país passam a ser regidos por mudanças no Código Brasileiro de Trânsito. A mais significativa delas altera de leve para grave a infração pelo uso irregular das vagas reservadas para idosos e deficientes físicos. Atualmente, a multa rende 3 pontos a menos na carteira de habilitação e multa de R$ 53,20. Com a nova regra, a punição é de cinco pontos na CNH e R$ 127,69 de multa – uma alta de 140%. Eder Rodrigues explica que a lei vai permitir mudanças também na fiscalização
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Outras alterações que também passam a valer a partir de janeiro vão atingir os novos condutores. Para tirar carteira em 2016, o candidato será obrigado a treinar com o simulador de direção. O projeto também prevê a colocação de chip eletrônico nos veículos que já circulam. O dispositivo é conhecido como placa eletrônica e teve aplicação adiada duas vezes após ser aprovado em 2014. Ainda não há prazo para a conclusão da implantação do projeto. Isso porque o governo ainda precisa acertar alguns detalhes como custo e infraestrutura para capitar os dados. O equipamento promete melhorar a fiscalização e a gestão do trânsito e da frota pela União. A partir deste mês, também passará a ser exigido que motos zero quilômetro tenham sistema de freios ABS ou CBS. A obrigatoriedade vale, num primeiro momento, para apenas 10% de todas as unidades novas produzidas no país ou importadas. A expectativa do governo é de que, até 2019, 100% das motos tenham o sistema de frenagem. Outro ponto polêmico é a exigência de cadeirinhas para as crianças em vans escolares. A obrigatoriedade só entra em vigor a partir de 1º de fevereiro, mas a fiscalização só começa no ano que vem. Isso porque as empresas reclamam da lei e dizem que não é possível adaptar os veículos de forma tão rápida porque a maioria não tem cinto de segurança com três pontos, necessários para segurar a cadeirinha.

Em busca de lar para cão deficiente, grupo do DF faz ensaio fotográfico

'Leão' é paraplégico e foi abandonado; ele mora em um hospital veterinário.
Ensaio foi produzido no Parque da Cidade; cão é da raça chow-chow.

Jéssica NascimentoDo G1 DF
Leão e o estudante Pedro Henrique Nunes no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)Leão e o estudante Pedro Henrique Nunes no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)
Voluntários do Distrito Federal criaram uma campanha na internet para encontrar uma família que adote o cachorro da raça chow-chow "Leão", de 5 anos. O animal foi abandonado e ficou paraplégico após sofrer maus-tratos. Ele foi encontrado em outubro do ano passado pela publicitária Carolina Morais, de 32 anos, na via Estrutural, com feridas e lesões pelo corpo. Para estimular a adoção, um ensaio fotográfico com o pet e o cadeirante Pedro Nunes foi realizado no Parque da Cidade.
 Leão têm blog e até uma página nas redes sociais. A publicitária Carolina conta que encontrou o cachorro por volta das 8h20 do dia 7 de outubro de 2014. Segundo ela, o animal estava deitado e observando os carros. Como estava em horário de pico e na via inversa, a mulher não o resgatou.
"Fui até o meu trabalho e o pensamento ficou nele o tempo inteiro. Quando deu 9h, voltei com um colega do trabalho para tentar pegá-lo. Descemos do carro e, para nossa surpresa, ele não conseguia se mexer. Reparamos um corte profundo em seu tórax e o levamos para o hospital veterinário", disse.
Segundo Carolina, Leão passou por cinco cirurgias e atualmente faz sessões semanais de fisioterapia. O tratamento, que já está em R$ 14 mil, é pago com a ajuda de rifas, vaquinhas e "paciência" dos veterinários de um hospitalpara pets no Setor Policial Sul.
"Ele mora na clínica e é amado por todos. Ele teve uma luxação na vértebra da coluna e por isso não anda mais. Todos os funcionários dão atenção para ele. Entretanto, não é a mesma coisa do que ter um lar definitivo, né?", indaga a publicitária.
Ensaio fotógrafico de Leão no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)Ensaio fotógrafico de Leão no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)
Ela acredita que a deficiência do cachorro afaste possíveis famílias interessadas na adoção. "As pessoas focam nas dificuldades e esquecem o amor incondicional que estes peludos nutrem por quem os acolhe. O Leão está com boa saúde, é castrado e está com as vacinas em dia. Ele é superdócil e carinhoso."
As pessoas focam nas dificuldades e esquecem o amor incondicional que estes peludos nutrem por quem os acolhe. O Leão está com boa saúde, é castrado e está com as vacinas em dia. Ele é super dócil e carinhoso"
Carolina Morais
publicitária
Além de amor e carinho, o cachorro também precisa de alguns cuidados especiais com a higiene e saúde. Por Leão ser paraplégico, é necessário que alguém manipule a sua urina. "É preciso esvaziar a bexiga de tempos em tempos, para que isso não lhe cause nenhum problema renal", explica.
Campanha
O ensaio de Leão conquistou 400 compartilhamentos e 370 curtidas em rede social 24 horas depois de publicado. A fotógrafa Aline Caron, de 31 anos, foi quem clicou o pet e o estudante Pedro Henrique Nunes, de 22 anos. Ela é dona do projeto "Estrelas Tortas", que estimula a doação de animais carentes de Brasília.
"Sou mãe de quatro cachorros. Um deles viveu comigo por seis meses e por uma fatalidade morreu durante uma cirurgia. Ele era um cão especial que me ensinou a não ter preconceitos e ainda me ensinou que todos somos imperfeitos, como as estrelas. Com essa minha nova filosofia e em homenagem ao meu Ricky criei o projeto estrelas tortas", diz Aline.
Leão quando foi encontrado, na Estrutural, e depois no hospital veterinário. (Foto: Carolina Morais/Arquivo Pessoal)Leão quando foi encontrado, na Estrutural, e depois no hospital veterinário. (Foto: Carolina Morais/Arquivo Pessoal)
Segundo Aline, todo ensaio é especial e emocionante. Entretanto, o de Leão foi particulamente diferente. "Minha intenção é tentar comover as pessoas por meio das fotos para que ajudem. Acho que o ensaio do Leão mexeu comigo porque tentei refletir a beleza única dos dois. Mas fiquei realmente emocionada com a disposição e atitude do Pedro em participar."
Pedro, que é cadeirante há três anos devido a um acidente, diz que ficou emocionado ao ver as fotos. Apaixonado por animais, o estudante de direito não hesitou em aceitar o convite para participar do ensaio fotográfico. "Já tive cachorro, papagaio, preá, peixinho e hoje tenho um gato. Acho que todo mundo têm o dever de fazer tudo que está a seu alcance para fazer o bem. Espero que Leão encontre uma nova família", diz.
Para Carolina, o pet é um guerreiro que já conheceu o "pior lado do ser humano", além de passar por inúmeras dificuldades com "muita garra e determinação". Segundo a publicitária, a história de vida do animal é uma verdadeira "lição para alguém tão pequenino".
"Amor não têm raça e nem cor. Leão é amor e merece um lar para chamar de seu. Seria o nosso presente de Natal. Meu, do Leão e de dezenas de pessoas que o acompanham e torcem desde o inicio por um final feliz."
Interessados em adotar o chow-chow podem entrar em contato pela própria página do animal ou enviar email para krolmorais@gmail.com.
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Leão, que é raça ChowChow, e o estudante Pedro Nunes no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)Leão, que é raça chow-chow, e o estudante Pedro Nunes no Parque da Cidade, em Brasília (Foto: Aline Caron/Arquivo Pessoal)