quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Por que sou um Guerreiro?

Nasci com paralisia cerebral em Cuiabá MT. Lá fiquei um mês, eu acho que passei da hora de nascer. Ia nascer no final de Novembro e nasci em Dezembro, mas tudo bem.


Em Cuiabá, o médico não descobriu que eu tinha paralisia cerebral. Mudei para o norte do Paraná, para Rolândia/Londrina, onde morava toda minha família. O meu avô paterno ficava comigo no colo, ele achava que eu estava muito “duro” e mandou os meus pais me levarem a uma neurologista. A Dra. Eliana Wanderlei pediu alguns exames e detectou que eu tinha paralisia cerebral. A partir desse momento comecei a fazer fisioterapia e não larguei mais.

Mudei-me novamente. De Rolândia para Curitiba, a capital do Estado do Paraná, onde havia muitas oportunidades de ensino e fisioterapia. Estudei na Associação Paranaense de Reabilitação (APR), fiz até a 5ª série, além de aprender o que é a vida. Lá também tive acompanhamento de informática, T.O., fonoaudióloga e muito mais. Saí da APR e fiquei um ano sem estudar porque nenhum colégio queria me aceitar, pois tinha cursado só até a 5ª série.

Voltei a estudar no CEBJA Paulo Freire e consegui uma professora de apoio permanente através do governo. Neste momento conheci a neurologista Dra. Lúcia Cotinho, e fiz com ela três aplicações de Box até agora. Ela deu um ânimo a mais na minha vida.

Tornei-me um guerreiro, quando então fui convidado pela Dra. Lúcia Cotinho para participar de um projeto de informática na Associação Pais e Amigos de Crianças com Deficiência Motora (APACDM), juntamente com o Comitê para Democratização da Informática (CDI). Para participar do projeto tive que fazer um curso de cidadania e depois tive que dar uma aula no fim curso. A coordenação me perguntou assim: “Matheus você quer dar aula? Se você não quiser não precisa!” Antes de responder eu pensei: “eu vou mostrar a minha capacidade!” E respondi: “EU VOU DAR ESSA AULA!” Peguei o tema EDUCAÇÃO. A aula foi um sucesso. Graças a Deus! Até rendeu reportagens na RPC, Paraná TV, e no jornal O Estado do Paraná. Segue anexa, a matéria do jornal O Estado do Paraná.

“Descobrir com a vida que nada é impossível, é só querer!”