sábado, 29 de junho de 2013

Quadrinho da Febeca

Educação inclusiva beneficia mais de 300 crianças da rede municipa

Fonte: assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba
Há pouco mais de um ano o pequeno Felipe chegou à EM “Hélio Rosa Baldy”, do Jardim São Guilherme 3. Junto com as dificuldades e limitações impostas pela mielomeningocele (deficiências múltiplas), o garoto de 7 anos carregava o grande desejo de estudar, de aprender e conviver com outros garotos. Foi recebido pela professora Débora Cardoso Rodrigues, uma das especialistas em educação inclusiva da rede municipal, e sua vida começou a mudar.
Hoje, ele escreve e lê normalmente, não perde um só dia de aula e com ajuda da Sala de Recursos Multifuncionais consegue acompanhar os demais coleguinhas. A dedicação e força de vontade do menino para aprender deixam orgulhosa também a professora Adriana Gomes Traghetta Guidone, que trabalha com ele em classe. “Ele tem suas limitações e as vezes temos de adaptar tarefas para que consiga fazê-las, mas surpreende no desempenho”, conta Adriana.
Aos 13 anos, Pedro conquistou o respeito e a admiração da equipe escolar e dos colegas da 8ª série da EM “Matheus Maylasky”. A paralisia cerebral comprometeu por completo o movimento de seus membros inferiores e superiores, impedindo que possa se locomover ou escrever com as mãos. Com isso, para poder frequentar a escola, Pedro necessitava da ajuda permanente de uma auxiliar de educação que escrevia as lições passadas pela professora.
Sua vida começou a mudar no início do ano passado, quando recebeu um notebook e com esse equipamento ganhou a autonomia de poder estudar sozinho, fazer as lições. O nariz substitui os dedos para a digitação, enquanto o queixo controla o mouse. Seu desempenho nos estudos enche de orgulho não só a professora, Rosi Cruz Alexandre, a auxiliar Vilma Bombardelli, que o acompanha em classe, como também os demais educadores.
Inclusão é realidade
Pedro e Felipe estão entre as 328 crianças com deficiências, que frequentam a escola e estudam normalmente, graças ao trabalho desenvolvido em parceria pela equipe multidisciplinar do Centro de Referência em Educação (CRE), com gestores das unidades escolares e os professores que atuam no ensino regular nas escolas municipais. A secretária municipal da Educação, Dulcina Guimarães Rolim, ressalta o trabalho dos profissionais do CRE, que garante a essas crianças e adolescentes não só frequentar a mesma classe, mas acompanhar o mesmo nível de desenvolvimento dos demais alunos.
Moradora no Jardim Santa Cecilia, Zona Norte de Sorocaba, Cristiane Queiroz de Jesus, vibra a cada avanço, a cada conquista do filho Felipe. “Antes era difícil, ele queria ir à escola, mas não podia, porque não desenvolvia, não conseguia acompanhar, ficava triste. Hoje ele é alfabetizado, é outra criança. Tem até facebook para conversar com os amiguinhos”, revela feliz.
Já Ezoil Benitez conta que o computador portátil se tornou as mãos e o caderno, um instrumento essecial na vida do filho Pedro. Graças ao equipamento cedido pelo Centro de Referência em Educação, pode fazer as lições e tirar boas notas, às vezes, superior aos demais alunos da classe. “Tratamos normalmente e exijo sempre boas notas dele na escola”, afirma Benitez.
Escolas preparadas
Atualmente, são 29 escolas municipais equipadas e preparadas, que contam com o suporte da Sala de Recursos, criadas pelo Centro de Referência em Educação. Consiste na realidade em um espaço dotado de equipamentos voltados à acessibilidade, onde crianças que apresentam alguma deficiência podem estudar normalmente e o que é melhor, aprender ao lado das outras. Assim como Débora, outras 9 professoras do município fizeram o curso Atendimento Educacional Especializado (AEE), desenvolvido pelo Ministério da Educação.
Além dos alunos da EM “Hélio Rosa Baldy”, Débora atende também 14 crianças de unidades de bairros vizinhos. Juntamente com os profissionais do Centro de Referência (fisioterapeutas, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e professores), entre outros, é estabelecido um plano de atendimento para cada aluno, respeitando suas dificuldades e habilidades.
As vezes demanda a aquisição de equipamentos diferenciados para que a criança tenha condições de estudar, como é o caso de Pedro. Pode ser uma cadeira especial, uma cadeira de rodas, uma mesa, um computador com configuração diferente ou utensílios. Toda essa preocupação é para que o mesmo trabalho aplicado aos demais alunos, possa ser acompanhado por aquele que tem alguma deficiência. “Essa é uma das ações do Centro de Referência que busca uma educação de qualidade na perspectiva inclusiva”, afirma Miriam Rosa Torres de Camargo, responsável pelas Salas de Recurso Multifuncional.
Trabalho diferenciado atende 328
Funcionando na rede municipal desde 2010, as Salas de Recursos foram responsáveis por mais de 10 mil atendimentos só em 2012. Atualmente, são 328 crianças e jovens do ensino infantil, fundamental I e II, ensino médio e EJA, beneficiadas com esse trabalho diferenciado, realizado por profissionais especializados. “A inclusão é o melhor caminho. Aprender com as outras crianças, observar os demais alunos pode mudar a vida dessa criança e da escola toda”, afirma a professora Débora.
Na rede municipal de ensino, a inclusão esteve sempre presente, porém a partir de 2009 por meio das ações da equipe multidisciplinar e dos programas desenvolvidos pela Secretaria da Educação, os alunos com necessidade educacional passaram a receber, por meio das salas de recursos multifuncionais, o apoio que é essencial para o seu desenvolvimento escolar no ensino regular. A rede foi dividida em setores, visitados regularmente pelas equipes, que trabalham individualmente cada aluno e com isso garantindo não só a frequência a sala de aula, mas também o aprendizado.
Além da capacitação contínua, professores que trabalham com esses alunos, recebem apoio integral dos profissionais do CRE, especialistas como: pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, que atuam em sintonia com os educadores (professores, diretores, coordenadores e supervisores).

Empregabilidade para pessoa com deficiência é debatida com entidades e comunidade



A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência promoveu na tarde desta sexta-feira (28) um debate sobre a empregabilidade com entidades sociais, comunidade e familiares de pessoas com deficiência. Esta é a quarta reunião realizada com públicos específicos. Já foram assunto de debate a saúde,  o esporte e a acessibilidade.
"Não queremos fazer valer somente a lei de cotas ou a obrigatoriedade legal das empresas para incluir a pessoa com deficiência. O maior desafio é trabalhar para proporcionar um trabalho digno às pessoas com deficiência ", explicou a secretária Mirella Prosdocimo.
Foram analisadas questões sobre a necessidade daqueles que precisam trabalhar, a tecnologia assistiva e a acessibilidade nas empresas, as oportunidades do mundo do trabalho que nem sempre são aproveitadas por falta de preparo de quem procura uma vaga e a desinformação de profissionais de Recursos Humanos.
Manoel José Passos Negraes, que tem baixa visão e que ocupa a coordenação de Relações com a Comunidade da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, contou que se qualificou para o mercado de trabalho nas áreas que desejava. "Tenho graduação em Ciências Sociais e pós em Sócio-Psicologia" contou ele,  ao explicar que começou a perder a visão aos 15 anos de idade.
A coordenadora técnica do Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Regiane Ruivo Maturo, informou que a entidade oferece capacitação da equipe de recursos humanos e gestores, diagnóstico de acessibilidade, palestras e consultorias para preparar as indústrias para receber a pessoas com deficiência em seu quadro funcional. "É preciso oferecer ferramentas, pois nem sempre as empresas estão preparadas para receber a pessoas com deficiência", disse Regiane.

Deficientes no mercado de trabalho


Cadeirantes Também São Felizes