segunda-feira, 13 de abril de 2015

Osteopatia é tratamento cada vez mais procurado nas estações frias

Terapia manual não é invasiva e pode tratar de disfunções ortopédicas até enxaquecas

Mastrangelo Reino
Paciente é submetido à terapia manual no consultório do osteopata de Ribeirão Preto Eduardo Ito: ‘além da melhora da dor, existe uma melhora na mobilidade e na qualidade de movimento de todos os tecidos do corpo’, diz ele (Foto: Mastrangelo Reino/ Especial)
Noites mal dormidas, cadeiras desconfortáveis e assistir televisão deitado no sofá são algumas das situações que exigem muito do nosso corpo atualmente. Elas costumam provocar problemas físicos e dores, que aumentam significativamente nos meses frios. É quando aumenta também a procura pela osteopatia, segundo o fisioterapeuta Eduardo Ito, de 32 anos.
Terapia manual extremamente precisa e sofisticada, a osteopatia busca eliminar as causas de uma saúde prejudicada e fortalecer o poder curativo básico que já existe dentro de nosso próprio corpo. “Ela é baseada em princípios filosóficos estruturados na anatomia e fisiologia e, apesar de já ser comum na Europa e Estados Unidos, ainda é uma novidade para os brasileiros”, explica Ito, especializado na técnica.
Segundo ele, a terapia costuma ser procurada por pacientes com disfunções ortopédicas, como hérnias de disco, tendinites, fibromialgia e tensões musculares. Mas ela também propõe tratar problemas em órgãos como rins, intestino e estômago.
Criada no final do século 19 pelo médico Andrew Taylor Still, a Osteopatia é voltada aos diferentes tecidos do organismo (ossos, músculos, nervos, etc.) e não existe limite de idade para o paciente iniciar o tratamento.
“Atualmente existem osteopatas especializados em tratar de bebês recém-nascidos com traumas durante o parto, assim como idosos com queixas crônicas de coluna, insônia e vertigens. É só encontrar o certo para você”, relata.
Já os benefícios, segundo Eduardo, são inúmeros. Além da melhora da dor, existe uma melhora na mobilidade e na qualidade de movimento de todos os tecidos do corpo.
PrevençãoComo prevenir é sempre melhor do que remediar, com a aproximação do frio, Eduardo Ito recomenda realizar exercícios físicos ao menos três vezes por semana. “Eles aquecem nosso corpo, aumentam a circulação sanguínea e consequentemente nos deixa mais relaxados”, concorda a fisioterapeuta Beatriz Falco.
‘O corpo humano é muito inteligente’Segundo a fisioterapeuta Beatriz Falco, o corpo humano nos mostra quando existe algo errado por meio da dor. “Ele é muito inteligente”, afirma. Porém, antes de iniciar qualquer tratamento, ela aconselha fazer uma avaliação fisioterapêutica para não só investigar a queixa do paciente como também montar um tratamento adequado. “Cada paciente é de um jeito”, observa.
Já a frequência do tratamento varia da quantidade de correções que necessitam ser feitas. “Também analisamos a capacidade do organismo de se adaptar, pois um importante princípio é respeitar a capacidade de autocura do corpo”, comenta Eduardo Ito.
Apesar de não ser um tratamento invasivo, a Osteopatia muitas vezes pode tratar e até curar problemas, se forem acompanhados desde cedo. “Uma hérnia de disco, por exemplo, é uma parte do problema apenas. Existem inúmeras estruturas que podem participar desses sintomas no momento de crise”, explica o osteopata.

'O preconceito ainda é grande', diz jovem com epilepsia


Quem convive com epilepsia se vê obrigado a enfrentar, além dos sintomas da doença, o preconceito da sociedade. Segundo a publicitária Liana Toscano, de 28 anos, algumas pessoas têm medo de se aproximar durante as crises pois acham que é contagioso. "Mas não é", garantiu a jovem. Semana passada na quinta-feira (26/03), pessoas que convivem com epilepsia realizaram em todo o mundo uma ação com o objetivo de divulgar informações e combater o preconceito com a doença. O ‘Dia Roxo’, como é chamada a ação, surgiu em 2008, no Canadá, e é realizado no Brasil desde 2011.
A escolha do roxo remete à lavanda, a cor internacional da epilepsia, dado ao fato que a flor lavanda remete a um sentimento de isolamento e solidão, frequentemente vivenciado pelas pessoas com epilepsia.

Algumas pessoas têm medo de se aproximar durante as crises pois acham que é contagioso, mas não é"
Liana Toscano,
publicitária
“O preconceito ainda é grande", lamentou Liana. Ela sofre crises de epilepsia desde criança, mas só foi diagnosticada com a doença há quatro anos. “Passei por diversos profissionais que não conseguiram identificar o que causava as crises. Só aos 24 anos é que um neurologista detectou que eu tinha epilepsia”, comentou.
Segundo a publicitária, a maior parte das pessoas que têm preconceito são as que confundem a doença, que é neurológica, como sendo algo psicológico. “Muita gente não conhece a doença e acha que é coisa de pessoas com problemas mentais e até mesmo que é contagioso. Por isso é importante divulgarmos informações sobre a epilepsia, para que as pessoas conheçam sobre a doença e saibam como ajudar num momento de crise”, comenta.
Liana conta que antes de ser diagnosticada e realizar o tratamento adequado, chegava a tomar cerca de 13 comprimidos por dia e não controlava as crises. “Teve uma vez que tive nove crises no mesmo dia. Depois do diagnóstico, passei a tomar apenas quatro comprimidos e as crises foram reduzindo ao ponto que passei cinco meses sem nenhuma”, explicou.
A jovem também explica que o controle das crises e da doença é mais fácil com o apoio de familiares e amigos. “Este apoio é muito importante pra mim. Já tive crises dentro do trabalho e depois que os colegas aprenderam a me ajudar durante estes momentos, ficou mais fácil conviver com a epilepsia e não se sentir isolada por ter a doença”, concluiu Liana.
Sobre a doença
O neurologista Erasmo Barros explica que a epilepsia é uma doença neurológica passível de tratamento que possui controle na maioria dos casos. “A epilepsia tem causa variável e a evolução da doença se dá também de forma variável dependendo da causa. Em até 70% dos diagnósticos, com tratamento medicamentoso ou cirúrgico, as crises param totalmente”, disse.
O médico também explica que há uma diferença entre uma crise convulsiva e a epilepsia. “Nem toda crise convulsiva quer dizer que a pessoa sofre de epilepsia. Em casos isolados, a crise pode ter outra origem. Se houver recorrência, é necessário fazer uma investigação para saber se a pessoa tem epilepsia”, diz.
A neurologista Bianca Oliveira, comenta sobre a diferença entre as crises. "Há dois tipos de crise, as convulsivas, onde o paciente cai e se debate, e as não-convulsivas, onde os pacientes descrevem uma sensação de 'blecaute' ou 'ausência'. A maioria das pessoas tem a tendência a tentar puxar a língua do paciente que está se debatendo, mas não recomendamos fazer isso, pois a pessoa em crise pode involuntariamente acabar mordendo o dedo de quem tenta ajudar e causar uma lesão séria", explica.
Oliveira orienta as pessoas sobre como ajudar alguém que esteja em uma crise convulsiva. "O que deve ser feito é deitar o paciente de lado, para evitar que a pessoa se sufoque com a salivação excessiva e protegê-la para evitar que se machuque, afastando objetos próximos que possam causar lesões no paciente. Uma crise normal dura cerca de 5 minutos. Se passar deste tempo ou se acontecer crises seguidas uma da outra, a pessoa deve ser levada para a emergência, para que sejam feitos exames para identificar as causas da convulsão", completa a médica.
Fonte: G1

O perigo assistencialista da passagens de 'graça' para pessoas com deficiência

POR JAIRO MARQUES

 
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Na semana passada, uma advogada gaúcha, que tem deficiência, ganhou na Justiça, em segunda instância, o direito de não pagar por passagens áreas de uma viagem que fez a Brasília. Para ler, clique no bozo… bozo
Hoje, apenas transportes terrestres cumprem a legislação de destinar dois lugares no bumba em cada viagem para o povão com deficiência e comprovadamente carente.
O espírito da lei é compensar, de certa maneira, as restrições de ir e vir imposta a quem mal consegue botar o nariz para fora de casa e dar acesso a melhores condições de busca por tratamentos médicos (normalmente, os melhores, estão em grandes centros).
Para mim, não há muito o que contestar quando o quadro em questão é estritamente o relacionado à busca de melhores estruturas de cuidado à saúde, à reabilitação.
Desde que hajam regras claras, me parece mais do que justo que o erário público (não as empresas privadas) banque pelo custeio, não só do transporte, como de todo o translado de quem busca melhorarias na funilaria ou no motor… :shock:
A questão ganha outros contornos quando se defende que o transporte precisa ser gratuito a pessoas com deficiência em quaisquer condições em em qualquer modal. Então, se eu quisesse queimar as pelancas no Nordeste era só juntar meus “trem”, catar a mulher e os meninos e deitar o cabelo para praia. A minha passagem seria de graça.
É preciso que haja maior clareza entre os domínios do que é justo, do que equilibra realidades e o que é criado com o simples fundamento assistencialista, uma vez que é “bonito” agradar quem não tem perna, não vê, não escuta, nem nada…
viagem
O que a Justiça precisa estar atenta é na garantia das condições iguais ao trabalho, à educação, ao lazer. Paliativos como uma passagem aérea não agrega em nada à inclusão de fato e pode aumentar um ranço de dependência extrema que paira sobre o povo “estropiado”.
O cenário atual é cinzento, não tem regras objetivas e ainda enfrenta a ineficiência do próprio setor de transportes,como um todo, para atender as pessoas com deficiência. Hoje, pagando integralmente pelos bilhetes, somos destratados e recebemos atendimento indigente em aeroportos, rodoviárias, terminais.
Mas não acho e não estou de acordo com soluções paliativas e isoladas para tentar dirimir as distorções de tratamento e de acesso.
É fundamental que se fortaleçam as condições gerais de vida e a inclusão geral de cegos, surdos, cadeirantes etc para que cada tome autonomamente decisões de viagens, de deslocamento, sem assistencialismo.
“Jairim, e quando a pessoa necessita de um acompanhante. E aí?”
Essa situação também, dentro da ótica de Justiça, me parece translúcida: se para conseguir ir daqui para acola com autonomia uma pessoa necessita de um apoio de um cuidador, esse cuidador tem de ser amparado com benefícios fiscais ou mesmo isenção total do custeio das passagens, dependendo da situação em que se daria a viagem. Havendo equilíbrio, tudo certo.
Mais uma vez, para que isso funcione de maneira efetiva e clara, seria preciso mais seriedade no trato das regulamentações. Hoje, se acha demais e se sabe de menos.
Essa situação atual embolada, misturando dó e assistencialismo, só afeta a formação de uma identidade mais proativa e capaz de explicar à sociedade o que de fato são instrumentos para gerar equidade e para fornecer a todos uma vida minimamente equilibrada.