domingo, 1 de maio de 2011

Apae usa tecnologia da Nasa

Método criado para combater atrofia em astronautas ajuda no tratamento de crianças especiais atendidas por escola de Cascavel

Apae usa tecnologia da Nasa
Método criado para combater atrofia em astronautas ajuda no tratamento de crianças especiais atendidas por escola de CascavelPublicado em 01/05/2011 Luiz Carlos da Cruz, correspondente

Uma tecnologia desenvolvida pela Nasa, a agência espacial americana, para combater a atrofia muscular presente em astronautas quando retornam do espaço, está sendo usada para auxiliar no tratamento de crianças atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cascavel. O PediaSuit, como é chamado, começou a ser testado há três semanas na unidade, a primeira do Brasil a usar o equipamento.
Por enquanto, três crianças estão sendo submetidas ao tratamento. O aparelho consiste numa roupa terapêutica composta por um material que oferece estímulos sensoriais suplementares aos músculos e articulações do corpo, agilizando o tratamento e ajudando a promover o crescimento e desenvolvimento da criança.

De acordo com Amanda Vicenti Basso, integrante do Conselho de Administração de Voluntários da Apae e responsável pelo setor de saúde da entidade, os resultados já começam a aparecer. “O número de estímulos proporcionados pelo método é imensamente maior do que na terapia convencional”, afirma. Ela conta que uma das crianças em tratamento evoluiu de forma extraordinária. “Ela [a criança] ficava em pé, mas agora já consegue mudar os passinhos”, diz.
A dona de casa Gezereane Pontes Nobre, mãe de Thierry, de 7 anos, confirma o sucesso do tratamento. “Estou vendo resultado. O controle de tronco dele melhorou bastante”, conta. Eduardo Henrique Weber, de 2 anos, portador de síndrome de Down, também está fazendo uso do equipamento. A mãe dele, Sandra Weber, acredita que o PediaSuit vai ajudar o filho a andar melhor e com mais agilidade. Vilson Basso, presidente da Apae de Cascavel, experimentou o tratamento com seus dois filhos especiais e gostou dos resultados. “É um grande avanço no desenvolvimento das pessoas atendidas pela Apae”, resume.
O tratamento

Diariamente, as três crianças selecionadas pela Apae de Cascavel para o tratamento (por meio de sorteio) recebem os estímulos do equipamento especial durante uma hora (custo de cerca de R$ 3,9 mil). A roupa, que custa US$ 2,5 mil, é semelhante a uma órtese – dispositivo aplicado ao corpo para corrigir uma função deficiente – e composta por colete, touca, shorts, joelheira e calçados. Integra a estrutura uma gaiola, chamada de spider, que auxilia no equilíbrio do paciente com ajuda de cordas elásticas.
Embora o equipamento tenha um custo relativamente baixo, a aplicação da técnica só pode ser feita com o acompanhamento de um especialista. O fisioterapeuta Luiz Henrique Natali foi treinado por uma equipe da Therapies 4 Kids, dos Estados Unidos, para trabalhar a nova técnica. A equipe americana estará em Cascavel de 23 a 26 de junho para treinar outras pessoas interessadas em trabalhar com o PediaSuit.

Novidade

O PediaSuit foi criado em Mi­­­­chigan, nos Estados Unidos, onde passou a ser usado em crianças com necessidades especiais. Ele foi trazido ao Brasil há pouco tempo, mas até então só existia em clínicas particulares de grandes centros. A Apae de Cascavel é a primeira a fazer uso da tecnologia.
O novo método tem chamado a atenção de outras cidades. A Apae de Macaé (RJ), por exemplo, deve enviar um profissional de Fisioterapia para ser treinado em Cascavel.


Publicado em 01/05/2011 Luiz Carlos da Cruz, correspondente