quinta-feira, 16 de outubro de 2014

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Conselho de Medicina de SP autoriza uso de remédio à base de maconha

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou, na última semana, mais de cem pedidos de importação do canabidiol. A procura aumentou depois que o Conselho de Medicina de São Paulo liberou a indicação do remédio, feito com uma substância encontrada na maconha.
O estado foi o primeiro a indicar esse tratamento, que ainda causa polêmica. Aos poucos as informações médicas e os resultados do remédio vão superando a polêmica. Com a decisão, os médicos ficam liberados para receitar o canabidiol. Quem usa o remédio diz que ele é fundamental para tratar casos graves de epilepsia.
Ayla Carla Martins Muniz brinca com as filhas gêmeas de 2 anos de idade e está feliz porque agora elas conseguem corresponder aos seus estímulos. Manuela e Gabriela nasceram com Síndrome de West, uma forma de epilepsia severa de difícil controle.
As crises de Gabriela se acalmaram com os remédios tradicionais, mas Manuela não melhorava. Chegou a ter 50 convulsões em um único dia.
“Acordava tendo convulsão e ia dormir tendo. Depois de ela tomar todas essas medicações que ela tomou, todas que tem para Síndrome de West, que se mostravam mais eficazes, ela tomou. Só que não deu certo, nenhuma controlou. Só aumentava as crises”, conta a mãe.
Manuela só melhorou quando começou a tomar o canabidiol no começo de julho. Depois de 15 dias as crises terminaram. Desde então, nunca mais teve uma convulsão.
“Deu qualidade de vida para a minha filha. Aliviou, hoje a gente pode dormir tranquilo. Sem ter que acordar com a Manu convulsionando”, afirma Ayla.
Mas para conseguir comprar o medicamento o processo não é simples: é preciso encaminhar para a Anvisa a receita e um relatório médico. Depois da autorização, importar o remédio, que custa cerca de R$ 400 e dura um mês.
“O custo é muito alto e tem muitas famílias que precisam. Demora a chegar e tem muita burocracia”, lamenta a mãe das gêmeas.
Ayla começou a importar o remédio antes da resolução do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo que autorizou o uso do canabidiol apenas para formas graves de epilepsia na infância. “Ele preenche uma lacuna que não era satisfeita pelas medicações já registradas e protocoladas na Anvisa. Na maioria dos casos essas medicações não fazem o efeito desejado na diminuição das crises convulsivas dessas crianças que sofrem dessas formas graves de epilepsia”, explica o vice-presidente do Cremesp, Mauro Aranha de Lima.
O canabidiol é um das 60 substâncias da planta Cannabis sativa que têm ação sobre o cérebro. Dessas 60, as duas principais são o canabidiol e o THC. O THC pode desencadear uma esquizofrenia, e o canabidiol pode tratar o surto psicótico e controlar as crises de epilepsia de Manuela, que só aos dois anos de idade sorriu pela primeira vez.
“A gente tentava brincar com ela e fazer ela sorrir, mas ela não sorria. O olhar dela era para cima, para o teto. É lindo ver a minha filha sorrindo”, comemora Ayla.
A anvisa já recebeu mais de 160 pedidos de importação do canabidiol.  Veja mais informações no site da Anvisa.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/10/conselho-de-medicina-de-sp-autoriza-uso-de-remedio-base-de-maconha.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=bdbr