Conheça tecnologias para facilitar o acesso à informática
Apesar de o País ter 25 milhões de pessoas com deficiência, software para acessibilidade são raros e caros. Mas há soluções gratuitas feitas por aqui.




Vagner Dinis, responsável pelo censo, explica que as barreiras não são de ordem tecnológica, mas de tomada de consciência. “É muito fácil fazer um site adequado aos padrões de acessibilidade, sem custo adicional”, diz. São mudanças simples, como uma configuração de recursos de navegação pelo teclado ou uma codificação da página e inserção de descrições das imagens para deficientes visuais, e até mesmo um aumento no contraste de gráficos para atender ao daltônico, que não é capaz de diferenciar certas cores.
Mesmo com essas opções, a inclusão não é fácil. “As empresas acham que um deficiente dá trabalho e representa gastos. Há uma grande resistência”, explica Teresa Costa d'Amaral, Superintendente do IBDD e autora da lei federal 7.853/89, que trata dos direitos da pessoa com deficiência e criminaliza o preconceito. “Dos 40 mil com currículos cadastrados, conseguimos empregar apenas 73 nos últimos seis meses”, lamenta.
A falta de acesso às tecnologias assistivas perpetuam um círculo vicioso que condena os deficientes à invisibilidade. Sem elas, é difícil obter informação, educação e trabalho. Desempregadas, as pessoas com deficiência não formam um mercado consumidor vigoroso capaz de sustentar esta indústria tecnológica. As tecnologias assistivas são, portanto, uma necessidade. Elas aumentam a qualidade de vida e abrem caminhos que, de outra forma, estariam fechados para as pessoas com deficiência.


Contudo, nem todas as tecnologias assistivas são gratuitas. Algumas podem atingir preços exorbitantes, como o Jaws, leitor de tela para cegos, que custa de R$ 2.700 a R$ 4 mil, e o Magic, que amplia os conteúdos exibidos e é usado por pessoas com capacidade reduzida de visão, que custa entre R$ 1.100 e R$ 1.500. Programa similar para celulares, o Talks é muito usado por deficientes visuais e custa em torno de R$ 700. Além de caros, os programas são difíceis de encontrar no mercado.
