segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Deficientes físicos reclamam da falta de estrutura de pontos de ônibus


Acordo assinado pela prefeitura de Maceió não foi cumprido.
Associação dos Deficientes Físicos cobra melhorias desde 2010.



G1
Cadeirante espera por ônibus em ponto sem estrutura (Foto: Jonathan Lins/G1)


Dez meses depois de a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) entrar com uma ação civil pública contra a Prefeitura de Maceió por melhorias nos pontos de ônibus, nada mudou. As calçadas seguem esburacadas, os pontos não têm cobertura suficiente e nem todos possuem bancos.
Segundo a assessoria jurídica da Adefal, em 2010, foi assinado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a prefeitura, mas ele não foi cumprido. No documento há uma lista de pontos ônibus que devem ser adaptados aos cadeirantes. Como a prefeitura não cumpriu o acordo, o Ministério Público entrou com a ação para que as exigências do TAC sejam realizadas.
Segundo informações da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Maceió (SMTT), há aproximadamente 1.200 pontos de ônibus espalhados pela cidade, mas apenas dois foram projetados para atender os deficientes físicos. Um deles está localizado na Avenida Fernandes Lima, em frente ao Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa) no Farol e, o outro na Avenida Menino Marcelo, próximo à Associação dos Deficientes Físicos de Maceió, na Serraria.
Calçadas esburacadas também prejudicam mobilidade  (Foto: Jonathan Lins/G1)Calçadas esburacadas também prejudicam
mobilidade(Foto: Jonathan Lins/G1)
Apesar dos dois pontos modificados, a população diz que as mudanças não foram suficientes e que só pioraram a situação. Rose Ferreira da Silva, 23, nasceu com má formação dos ossos da perna e desde criança utiliza cadeira de rodas. Ela conta que faz atletismo no Cepa toda semana e prefere pegar ônibus em um ponto mais longe ao invés de usar o local que é próprio para deficientes. “O nível da calçada é muito alto. Não tem como a rampa descer do ônibus para subir com a cadeira. É mais fácil eu praticar esportes do que lidar com a estrutura precária dos pontos”, comenta a jovem.
Falta de funcionários
O arquiteto Nelito Ferreira, da SMTT, conta que a prefeitura reconhece o problema, mas que pela falta de funcionários é difícil resolver a situação 'caótica'. “Ao todo, temos três engenheiros e três arquitetos que planejam o trânsito e sua estrutura física. É necessário que seja realizado concurso público na área, já que Maceió está crescendo e não foi uma cidade planejada. A demanda de serviço é grande e há muito que se fazer”.
O processo está no 14º Cartório Cível da Capital/ Fazenda Municipal e aguarda sentença desde fevereiro deste ano.

Regina Casé constrange deficientes físicos no ar


Apresentadora pede para plateia de pessoas com mobilidade restrita levantar a mão, antes de emendar "Quem puder levantar a mão, né?"

A apresentadora Regina Casé
A apresentadora Regina Casé  (Reprodução)
Regina Casé se colocou numa saia-justa na estreia da terceira temporada do Esquenta, neste domingo. Na plateia, a apresentadora recebeu deficientes físicos tratados na Rede Sarah Kubitschek em programa temático sobre inclusão social, assunto, inclusive, de entrevista concedida pela presidente Dilma Rousseff à apresentadora. Ao pedir para a plateia corroborar o grito de "Xô preconceito", Regina Casé, empolgada, convidou a todos a levantar a mão e, logo depois, soltou o comentário constrangedor: "Quem puder levantar a mão, né?"
O programa é gravado, portanto, manter a gafe na edição foi uma decisão da direção, talvez, numa tentativa de referendar o clima de espontaniedade do Esquenta. Não funcionou. 
Antes disso, o Esquenta abordou as dificuldades vividas pelos deficientes físicos em entrevista com o músico Herbert Vianna, vocalista da banda Paralamas do Sucesso, que ficou paraplégico após acidente. A apresentadora também chamou ao palco uma anã paramentada como rainha de escola de samba. "Não gosto de ser chamada de anã, prefiro baixinha", disse a convidada antes de sambar.
O tema também foi discutido pela presidente Dilma, que escolheu a unidade Sarah-Lago Norte do Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação da Rede Sarah como cenário da conversa com Regina Casé.
Vaia – Nesta mesma semana, Dilma também cometeu uma gafe com os deficientes. Na terça-feira, quando fazia um discurso na abertura da Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em Brasília, a presidente usou a expressão "portadores de deficiências", considerada pejorativa, e recebeu uma vaia do público.
Rapidamente a presidente se retratou: “Desculpa, eu quis dizer ‘pessoas com deficiência’. Eu entendo que vocês tenham esse problema. Portador não é muito humano, né? Pessoa é”. Esclarecido o equívoco, voltou a ser aplaudida pelos presentes. 
VEJA

Cerimônia de Entrega do Prêmio Ações Inclusivas - Edição 2012 é na próxima quarta 12/12


Foram 140 inscrições válidas, das quais 38 conquistaram o patamar de “Finalista” e dessas, serão premiadas as 10 melhores práticas inclusivas do Estado de São Paulo, sendo cinco governamentais e cinco não governamentais.

Logotipo do Prêmio Ações Inclusivas
Chegou o momento tão esperado pelas instituições e gestores públicos que inscreveram suas ações no III Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência - Edição 2012. A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaSite externo.realiza na próxima quarta-feira, 12 de dezembro de 2012, às 18h, a cerimônia de entrega do que estão chamando de Prêmio Ações Inclusivas 2012, na sede da Secretaria, no bairro Barra Funda, Memorial da América Latina, em São Paulo.

Foram 140 inscrições válidas, das quais 38 conquistaram o patamar de “Finalista” e dessas, serão premiadas as 10 melhores práticas inclusivas do Estado de São Paulo, sendo cinco governamentais e cinco não governamentais.

Na oportunidade, será anunciada a Personalidade do Ano 2012 na área de defesa dos direitos e inclusão da pessoa com deficiência. Todas as práticas Finalistas receberão Certificado.

O objetivo do Prêmio é estimular as ações inclusivas e aprimorar a gestão de políticas públicas voltadas ao segmento das pessoas com deficiência, que soma mais de 9 milhões no Estado de São Paulo.
Participaram da seleção práticas inscritas por organizações públicas e privadas dos municípios paulistas em período estipulado no Regulamento do Prêmio.
Os vencedores terão suas práticas divulgadas em publicação distribuída na cerimônia de entrega do Prêmio e reconhecimento público no website da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, além de ampla divulgação nas redes sociais. Os ganhadores também receberão Troféu e Placa de Menção Honrosa.
Concorrem práticas inclusivas realizadas nas cidades de Barueri, Bauru, Bertioga, Campinas, Capuava, Caraguatatuba, Jundiaí, Lençóis Paulista, Limeira, Lorena, Peruíbe, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Caetano do Sul, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo, Sorocaba e de muitos outros municípios do estado de São Paulo.
PARTICIPE DESSA FESTA DA INCLUSÃO. VOCÊ É NOSSO CONVIDADO ESPECIAL!
SERVIÇO
Cerimônia de Entrega do Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência
Dia 12 de dezembro de 2012 - às 18h
Local: Sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10 - Barra Funda, ao lado da estação de metrô e trem Barra Funda, São Paulo (SP).

Termina 3ª Conferência Nacional da Pessoa com Deficiência - Repórter Bra...

Prédios residenciais não têm acessibilidade total para cadeirantes em Manaus


Fonte: Portal D24 AM
Segundo o superintendente do Sinduscon, Cláudio Guenka, todos os empreendimentos têm que ter acessibilidade aos cadeirantes para serem aprovados na Prefeitura.
Manaus - Dos cerca de 300 empreendimentos verticais residenciais existentes em Manaus, apenas dois apresentam acessibilidade total aos deficientes físicos. É o que afirmou o dentista Said Souza Iamut, 58, cadeirante há 26 anos. “Só conheço dois. Um, onde morei que sofreu adaptações e o outro é o que estou residindo atualmente, localizado no bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus.
Said disse que antes de comprar o apartamento, pesquisou em várias construtoras de Manaus. Mas não encontrou um empreendimento residencial que, na prática, desse acesso total aos cadeirantes.
“Os empreendimentos dizem que têm acessibilidade. Mas só que eles apresentam apenas rampas na entrada dos prédios. O que a gente quer é que a área comum do prédio seja acessível a todos deficientes físicos, gestantes e idosos. É um direito que está na Constituição Brasileira, de ir e vir com autonomia, ou seja, sozinho, sem precisar pedir ajuda para se locomover”, destacou.
Segundo o síndico do prédio onde Said mora, Marcos Melo, que acompanhou o projeto, o empreendimento depois de entregue passou por algumas adaptações para tornar-se acessível aos deficientes físicos. “Não foi algo consciente da construtora. Nós, juntamente com o morador Said, cobramos as adaptações necessárias para tornar acessível os espaços do condomínio a todos”, disse.
Said comprou o apartamento há um ano, mas se mudou para o prédio apenas há três meses, porque aguardava as adaptações ficarem prontas.
Segundo o superintendente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas (Sinduscon), Cláudio Guenka, todos os empreendimentos têm que ter acessibilidade aos cadeirantes para  serem aprovados na Prefeitura.
“Os prédios têm que apresentar rampas, elevadores e banheiros adaptados, pelo menos nas áreas comuns. Mas sabemos que muitos empreendimentos não estão adequados”, disse, acrescentando que o Sinduscon não tem como saber quantos edifícios estão adaptados ou não.
“A fiscalização é com a Prefeitura, que é quem aprova o projeto. E na hora de liberar o Habite-se, se faz uma nova vistoria”.
O superintendente ressaltou que todos os novos prédios que estão surgindo deveriam ter acessibilidade. “Os antigos sei que é mais difícil, mas os novos deveriam ter”, disse.
O vice-presidente da Sinduscon, Frank Souza, disse que, geralmente, os empreendimentos residenciais verticais não são construídos para as pessoas com deficiência física. “Na planta do empreendimento, o cadeirante pode opinar sobre como ele quer seu apartamento, conforme sua necessidade específica”, disse.
Superação
Said ficou paraplégico quando tinha 32 anos, porque a calçada estava obstruída por um caminhão que descarregava madeira. E,  no momento que ele passava, parte da carga caiu sobre ele. Depois de cinco anos do acidente, Said mudou de profissão: de professor de Educação Física, virou dentista.
“Passei cinco anos estudando no cursinho para passar no vestibular. Não porque era burro, mas sim porque os cursinhos não eram adaptados para cadeirantes e, por isso, enfrentei muitas dificuldades para assistir às aulas”, contou.
Segundo Said, depois de tornar-se paraplégico, passou a lutar diariamente pela causa da acessibilidade. “São 26 anos de lutas diárias. Se eu sair agora, terei embates. A coisa não é fácil, mas a gente não se acovarda”, disse.
Said coleciona no seu currículo de lutas e conquistas de adaptações para deficientes físico como em hotéis, praças no Centro, faculdades e até no ônibus coletivo. “Mas os motoristas não querem parar quando veem um cadeirante e as pessoas acham ruim, porque não querem esperar a entrada do deficiente físico”, disse, acrescentando que a próxima luta é conseguir ir de barco para Parintins.
IBGE
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deficientes motores que não conseguem se locomover de modo algum no Amazonas são 9.068, em Manaus 5.657.
“Isso caracteriza quando a pessoa se declara incapaz por uma deficiência motora, de caminhar e subir degraus sem ajuda de outra pessoa”, explicou o disseminador de informação do IBGE, Adjalma Nogueira Jaques.
Já os que têm muita dificuldade são 50.675 no Amazonas e 27 mil em Manaus. “Quando a pessoa se declara ter grande dificuldade de caminhar ou subir degrau sem ajuda de outra pessoa. A tendência é que tenhamos cada vez mais esse tipo de clientes para os empreendimentos. Isso porque a população aumenta e as pessoas com deficiência também”, explicou.

Google premia mapa virtual com foco em acessibilidade criado por paulistano


Rampa de acessibilidade
Dono da ideia irá receber R$ 35 mil e fará viagem a sede da empresa para discutir projeto.
Google MapsSite externo. é a ferramenta mais usada por quem quer descobrir o melhor caminho para ir de um lugar a outro. Imagine uma versão adaptada paracadeirantes, que indica as melhores ruas – e até as melhores calçadas – para se locomover pela cidade. Essa ideia, transformada em projeto pelo paulistano Eduardo Battiston, acaba de ser premiada pelo próprio Google e pode virar uma ferramenta da gigante de buscas.

Eduardo é o vencedor do Creative Sandbox Brief, uma iniciativa anual da empresa para incentivar ideias inovadoras. Ele levou R$ 35 mil para dar início ao projeto e irá viajar para uma sede da companhia americana (pode ser na Califórnia ou em Nova York, não está decidido), para discutir a criação com desenvolvedores do Google.

O projeto se chama Accessibility View e inclui um aplicativo para que moradores das cidades possam atualizar as informações do sistema, reportando se um buraco foi consertado ou se uma guia foi danificada, por exemplo. "A intenção é que os principais municípios brasileiros tenham uma espécie de Googles Maps de acessibilidade", diz Eduardo.
Após morar dois anos em Madrid, ele percebeu como as cidades brasileiras ainda têm graves problemas de mobilidade para pessoas deficientes. "O dinheiro do prêmio servirá para botar a primeira fase do projeto no ar, o que significa começar o mapeamento e fazer o aplicativo", diz Eduardo, que tem 36 anos e é diretor de criação publicitária na Agência Click Isobar.
A princípio, o Accessibility View funcionará como um site próprio, mas, ainda que seja apenas uma possibilidade, pode se tornar um "botão" dentro do próprio Google Maps. "Se o Google gostar muito e quiser implementar no site, fico lisonjeado", diz Eduardo.
"A ideia é viável", afirma Marco Bebiano, responsável pela área de agências de publicidade dentro do Google Brasil. "Após ele ir para a sede da empresa, vamos revisitar a ideia e ver aonde ela pode chegar, mas pode, sim, virar um botão", diz.
De qualquer forma, Eduardo irá buscar viabilizar o site com anunciantes e pessoas dispostas a investir nele. "Espero que a primeira fase entre no ar no início do ano que vem, provavelmente na cidade de São Paulo", afirma. "O importante é que se torne realidade. É um projeto meu, mas quero que se torne dos cadeirantes", diz o criador.
O Creative Sandbox premiou ainda um projeto para mapear favelas pacificadas do Rio de Janeiro usando o Google Maps (como segundo lugar) e outro que mostra imagens de crianças desaparecidas nos resultados de busca do Google Imagens (como terceiro).