quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pernas pra que te quero! Primeira corrida para crianças em cadeira de rodas

Saiba mais sobre o evento que busca promover a inclusão e socialização de crianças em cadeiras de rodas. Primeira corrida Pernas pra que te quero! Leia mais:
Pernas pra que te quero! Primeira corrida para crianças em cadeira de rodas
ESPECIAL,  SEM CATEGORIA
29 DE ABRIL DE 2015
 
 


Crianças se divertindo com seus familiares ou voluntários. Essa ideia é extraordinária e por isso merece todo o nosso apoio. Dia 21 de maio, acontece em Curitiba a Primeira corrida para crianças em cadeiras de rodas. Esse super evento é promovido pela Associação Paranaense de Reabilitação (APR) em parceria com a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) e apoio da Secretaria da Pessoa com Deficiência de Curitiba. Você pode ajudar de diversas formas, inclusive sendo voluntário como corredor.  Leia o texto que você saberá como pode participar.
Porque mais importante que partir é a vontade de chegar
Inspirada na história de Karolina Cordeiro que largou tudo para se dedicar ao filho Pedro – diagnosticado com uma grave paralisia –  e correr junto com ele, a APR adere a esse desafio inovador. O objetivo é permitindo que todas as crianças, mesmo as com dificuldade de locomoção, possam praticar a corrida, promovendo a sua inclusão e sociabilização.
“Pernas pra que te quero” é uma ação que integra crianças que usam cadeiras de rodas ao Circuito Infantil de Corridas da Cidade de Curitiba. Nesta proposta, as crianças são levadas por corredores voluntários em suas cadeiras adaptadas, podendo sentir a emoção de “correr” através das pernas de outras pessoas. A primeira corrida “Pernas pra te quero” será no próximo dia 21 de junho, com a participação de 20 crianças cadeirantes e 60 voluntários corredores.
O projeto é desenvolvido pelas empresas SerSustentável e Bliss Care e a comunicação é de responsabilidade da Agência de Transformação Social Nossa Causa.
corrida

Se você quer ver uma criança feliz, não fique parado!

Você pode garantir o seu lugar na corrida “Pernas pra que te quero”. Faça parte da construção desse evento e contribua colaborativamente através da plataforma Kickante, afinal, só juntos vamos mais longe: http://www.kickante.com.br/campanhas/pernas-pra-que-te-quero-por-nossas-criancas
Seja um apoiador curtindo e compartilhando as novidades da nossa página no facebook:https://www.facebook.com/CorridaPernasPraQueTeQuero.
Você pode ainda ser um patrocinador, adotando uma criança em sua cadeira de rodas. Entre em contato pelo email contato@pernaspraquetequero.org e corra para garantir a sua participação!
Para os interessados em se voluntariar como corredor ou parte da organização é só efetivar sua inscrição pelo link e comparecer na sede da Associação Paranaense de Reabilitação, na Rua dos Funcionários, 805 Cabral – Curitiba/ PR, nesta quarta-feira, dia 29/04, às 19h30.
09/05 1º Treino
O 1º treino vai ser também o 1º contato entre criança e voluntário. Esse momento é muito importante para que as crianças adquiram confiança no seu corredor e possa desfrutar de um momento inesquecível sem preocupações. Também é nesse treino que vamos avaliar a força e resistência dos atletas para definir as distâncias a serem percorridas.
Haverá, nesse dia, barraquinha para venda solidária de materiais promocionais da campanha, cedida pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude.
Horário: 10h
Local: Parque Barigui encontro no estacionamento próximo à ExpoRenault

06/06 2º Treino
No 2º treino já teremos o sistema de encaixe pronto. Esse sistema será encaixado na cadeira das crianças para incluir uma terceira roda, que dará estabilidade para a cadeira e uma manopla que ajudará o corredor a guiar a criança de maneira segura. Nesse treino, também haverá barraquinha para venda solidária de materiais promocionais da campanha.
Horário: 10h
Local: Parque Barigui encontro no estacionamento próximo à ExpoRenault
21/06 2ª Etapa do Circuito Infantil de Corridas de Rua de Curitiba
E finalmente, no dia 21 de junho vai acontecer a verdadeira inclusão. 20 crianças e 60 voluntários participarão da ação, que insere crianças em cadeiras de rodas no Circuito Infantil de Corrida de Rua de Curitiba. Os corredores correrão lado a lado e se revezarão conduzindo a cadeira, enquanto os outros dois observam a criança.
Será uma experiência única e inesquecível.
Horário: 8h30
Local: Parque Náutico
 Serviço
1ª Corrida Pernas, pra que te quero!
Data: 21 de junho 2015
Local: Parque Náutico
Horário: 8h30
pernaspraquetequero.org
contato@pernaspraquetequero.org
http://www.maezissima.com.br/sem-categoria/pernas-pra-que-te-quero-primeira-corrida-para-criancas-em-cadeira-de-rodas/

O desenhista Mauricio de Sousa fala sobre a criação de personagens com deficiências

Confira entrevista com o jornalista e cartunista que, além da Turma da Mônica, também criou personagens para homenagear pessoas com deficiência e mostrar, por meio das histórias, um pouco do universo desse público, contribuindo para a educação e inclusão.
Publicada em 14 de junho de 2012
Mauricio de Sousa está ao lado de um desenho do personagem Bidu
Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre

Mauricio de Sousa é criador de histórias e de personagens que divertem, educam e inspiram a imaginação de adultos e crianças há mais de 50 anos. Em 1959, enquanto era repórter policial no Jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), criou seu primeiro personagem, o cãozinho Bidu. A partir de uma série de tiras em quadrinhos com Bidu e Franjinha (o dono do cachorro), publicadas semanalmente na Folha da Manhã, Mauricio de Sousa iniciou sua carreira.
Nos anos seguintes, Mauricio criou mais tiras, outros tabloides e diversos personagens - CebolinhaPitecoChico BentoPenadinhoHorácio,RaposãoAstronauta, etc. Até que, em 1970, lançou a revista daMônica, com tiragem de 200 mil exemplares, pela Editora Abril. Hoje, entre quadrinhos e tiras de jornais, suas criações chegam a cerca de 30 países. Entre as revistas de histórias em quadrinhos mais vendidas do País, dez são de Mauricio de Sousa – atualmente, suas revistas respondem por 86% das vendas no mercado brasileiro.
O que poucos sabem é que, além da Mônica, Cebolinha, MagaliCascão, Bidu e companhia, este jornalista e cartunista também criou alguns personagens para homenagear pessoas com deficiência e mostrar, por meio das histórias, um pouco do universo desse público, contribuindo para a educação e inclusão. Luca, um garoto cadeirante, e Dorinha, uma menina com deficiência visual, inspirada na Dorina NowillSite externo., são os dois exemplos mais marcantes.
A primeira em vez que Luca apareceu nos gibis foi em 20 de dezembro de 2004, na edição nº222 do gibi da Mônica. O personagem ama os esportes, principalmente o basquete, e foi apelidado carinhosamente pelos novos amiguinhos de “Da Roda” e “Paralaminha”, por ser muito fã do cantor Herbert Vianna e da banda Os Paralamas do Sucesso. Já Dorinha foi a pioneira, e chegou às bancas no final de novembro deste mesmo ano.
Para conhecer um pouco melhor sobre seu trabalho, entrevistamos Mauricio de Sousa. Confira!
Vida Mais Livre: Quando e por que surgiu o interesse por personagens com algum tipo de deficiência?
Mauricio de Sousa: A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vivem e agem como crianças normais, como nossos filhos ou conhecidos. Todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência e convivemos harmônica e dinamicamente. Aprendemos as regras da inclusão aí.
Consequentemente, não poderíamos deixar de apresentar, no universo dos nossos personagens, amiguinhos da turma que também tivessem algum tipo de deficiência. Até acho que demorei muito para perceber esse vazio nas nossas histórias.
Vida Mais Livre: Você se recorda da situação em que teve a ideia de criar o primeiro desses personagens?
Mauricio de Sousa: Acho que foi quando criamos uma história onde um novo amiguinho da turma surgia de muletas. Ele participou de uma ou duas histórias, mas depois sumiu. Ficou a necessidade de mantermos esse tipo de convívio. Posteriormente, fui buscar um cadeirante para preencher o espaço.
ImagemVida Mais Livre: Conte um pouco sobre o processo de criação da personagem Dorinha.
Mauricio de Sousa: Quando pensei em criar uma menina cega, busquei uma referência e me veio a figura de Dorina Nowill, da Fundação do mesmo nome. Dorina, líder, de inteligência brilhante, sem preconceitos (para com os videntes), elegante, preocupada com a causa de mostrar caminhos aos cegos. Tirei daí tudo da Dorinha.
Vida Mais Livre: Há uma frequência para ela entrar nas histórias?
Mauricio de Sousa: Não. As histórias fluem e, quando um tema permite, ela entra.
Vida Mais Livre: Qual foi a repercussão entre as crianças?
Mauricio de Sousa: Das melhores. Principalmente, quando a Dorinha, como personagem vivo, no antigo Parque da Mônica, aparecia. Daí era um auê. Todas as crianças se aproximavam dela para perguntar sobre seus hábitos, como fazia isso, como resolvia aquilo. E nossa artista que dava vida à Dorinha estava sempre muito bem preparada para falar como uma deficiente bem resolvida.
Vida Mais Livre: Você também criou o Luca, que é cadeirante. Como ele foi criado? Foi inspirado em alguém, assim como a Dorinha?
Mauricio de Sousa: Para criar o Luca, conversei com os atletas paraolímpicos, o que foi, para mim, uma descoberta e uma alegria. Eles são muito bem resolvidos, também. Entusiasmados, alegres, espertos, inteligentes, com o moral lá em cima. Foi fácil transpor esse clima para o personagem, que continua acontecendo muito fortemente nas nossas histórias, a ponto de a Mônica, nos quadrinhos, estar meio de asinha caída para o Luca.
Vida Mais Livre: E, novamente, qual foi a reação das crianças?
Mauricio de Sousa: Mais uma vez, a curiosidade da criançada, mais sua ousadia, fizeram do Luca um repositório de informações sobre o que é e como é fazer tudo a bordo de uma cadeira de rodas.
Vida Mais Livre: Além da Dorinha e do Luca, há também o André, com autismo, e uma menina com Síndrome de Down, correto? Conte um pouco mais sobre estes personagens.
Mauricio de Sousa: O André nasceu de um estudo que fizemos para uma campanha. Saiu uma revistinha muito gostosa, que serviu e serve para muita gente entender um pouco melhor o autismo e suas diversas manifestações. Já a menina com down é mais recente, pouco conhecida e ainda não suficientemente utilizada nas histórias. Está ainda em fase de estudos, devido à variação de graduações que o Down apresenta. Ainda estou buscando em que nivel está a menina.
Vida Mais Livre: Além dos gibis, esses personagens com deficiência farão parte de DVDs, vídeos educativos, algum projeto especial, etc.?
Mauricio de Sousa: Todo o material educacional que produzimos e que estamos planejando terá a participação desses personagens, sempre com mostras de como vivem numa comunidade onde se instalou a inclusão.
ImagemVida Mais Livre: Há casos de pessoas com deficiência em sua família ou amigos próximos?
Mauricio de Sousa: Sempre há em todas as famílias. Desde criança, até os idosos, no final de suas energias, todos tivemos contato com deficientes. Faltava é a conscientização que agora se percebe.
Vida Mais Livre: E na sua empresa, há muitos empregados com deficiência? Como vocês lidam com a inclusão?
Mauricio de Sousa: Há alguns, sim. Numa convivência onde a gente até se esquece que um ou outro tem alguma limitação. Porque, como sempre, eles rompem os limites. E nos integramos. 
http://www.vidamaislivre.com.br/especiais/materia.php?id=5328&%2Fo_desenhista_mauricio_de_sousa_fala_sobre_a_criacao_de_personagens_com_deficiencias