segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Abre as asas sobre nós, liberdade!



Ter uma deficiência significa conviver com a necessidade diária de superação de desafios, especialmente em nosso país, que despertou para a inclusão social há relativamente pouco tempo – e segue a passos lentos.


No cotidiano, a pessoa com deficiência precisa estar sempre equipada para viagem ou para exercer os esportes mais radicais: terá de navegar mares bravios, saltar de parapente sem ter sido treinada para isso, andar na corda bamba, escalar montes de preconceitos, pular obstáculos, correr maratonas, tatear no escuro, ouvir sem escutar. Viver uma deficiência não é para qualquer um, eu garanto. Não é que sejamos melhores que ninguém, mas deparar com uma limitação e seguir vivendo com coragem e alegria só é possível quando cada um acessa o que traz de melhor dentro de si, aduba o que encontrou e cuida do canteiro com zelo de jardineiro experiente.



Mas a grande meta, no final das contas, costuma ter o nome de autonomia ou liberdade. Todo indivíduo sonha com ela – mas para a pessoa com deficiência ela é fundamental. Contamos com a solidariedade, a gentileza e o carinho da família, dos amigos e até mesmo de desconhecidos, porém não podemos ficar dependentes disso. Nem sempre as pessoas estão disponíveis, nem sempre presentes no momento em que precisamos ou desejamos, nem sempre concordamem nos ajudar naquilo que é importante para nós. Às vezes negam auxílio, às vezes manipulam, fazem pirraça… Coisas de seres humanos. É preciso admitir que não é fácil estar disponível ao outro full time.


Além de tudo, já parou para pensar que é muito cansativo ter necessidade de recorrer ao outro o tempo todo? Me traz um copo d’água, por favor; pega aquele livro pra mim, me ajuda a tomar banho, a ir ao banheiro? Daqui a pouco? Não, agora! É agora que preciso! Ah, agora você não pode…



Com uma cidade acessível, inclusiva, a dependência progressivamente cede lugar à autonomia em inúmeras situações. Que tal se eu, como cadeirante, pudesse exercer meu direito constitucional de ir e vir sem ter de andar o tempo todo acompanhada? Mas as calçadas não me oferecem condições de circular sozinha. Seria tão bom se eu pudesse sair para almoçar sem depender de ninguém…


E se o cadeirante pudesse usar o banheiro toda vez que tivesse necessidade? E se uma pessoa cega pudesse entrar e sair de seu prédio sem precisar de companhia (a não ser que ela tivesse o desejo de estar acompanhada, é claro), caso o painel do elevador estivesse adequado, com placas em braile? E se os filmes e novelas tivessem legendas para a população surda? Será pedir muito? Tudo isso proporciona autonomia, e são coisas tão corriqueiras…



Não podemos viver à mercê das instituições, das pessoas, das autoridades, dos especialistas. Todos são importantes e necessários, mas as decisões que nos afetam precisam ter a nossa participação ativa. Precisamos de autonomia, de condições de conquistar metas que nos são caras (no sentido de importantes). Dispensamos paternalismo, concessões; somente queremos que respeitem nossos direitos, porque precisamos exercer nossa cidadania e cumprir nossos deveres.


Todas essas reflexões me vieram à mente agora, ao ler o seguinte texto de Rubem Alves. Porque, diante do inesperado que é cada manhã de uma pessoa com deficiência (nunca sabemos com certeza quais novos desafios vão se fazer presentes), o medo surge, mas ele não pode nos impedir de voar.


“Somos assim: sonhamos o voo, mas tememos a altura. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.


É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos voos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…”



De fato, temos medos e inseguranças: pra que dizer que não? Apesar disso, muitas de nossas cadeiras ganharão asas e voarão. É que a coragem se constrói na travessia, justamente porque o coração não abre mão do sonho da liberdade.


Muitos pés de pessoas cegas atravessarão pontes, abrindo mão do conformismo e da insegurança. Pessoas com paralisia cerebral ousarão sair de suas casas para mostrar talentos e buscar a realização de seus desejos. Pessoas surdas buscarão interagir, cantar, dançar, guiar automóveis. E por aí vai. Progressivamente, esse movimento ampliará a cidadania desses indivíduos e tornará o espaço físico mais inclusivo. As barreiras atitudinais também cederão.


Tenho diversos amigos com deficiência, grandes amigos, pessoas muito queridas. Todos são referência, para mim, da força descomunal que surge (apesar) da fragilidade orgânica. Quem olha o corpo não vê o tamanho do sonho. E não vê que a espécie humana é capaz de realizar o inimaginável…



Você ainda está dentro da gaiola, com medo de bater as asas? Não duvide de que o voo está no DNA do pássaro. E não tenha vergonha de pedir ajuda para voar! Todos precisamos de auxílio eventualmente, até que brote a confiança nos próprios potenciais.


Vai bater a asa, vai…






Este post é uma homenagem aos amigos com (d)eficiência; não citarei os nomes por puro medo de esquecer algum! Minha memória é bastante deficiente…


Ah! Já notou que este blog é cheio de imagens de pássaros?




Gostaria de atualizar este texto divulgando um link para a crônica do Jairo Marques que li ontem, 30/9.
Jairo é cadeirante, repórter da Folha. Esteve em Londres durante as Paralimpíadas, em missão muito especial. Ele conta o que é viver 15 dias numa cidade inclusiva e o choque ao voltar para o Brasil, um país que faz muito pouco por seus filhos com deficiência.
Clique aqui para ler: Quinze dias no mundo ideal





http://cadeiravoadora.blogspot.com.br/

Pessoas surdas não falam?

                                                     https://www.facebook.com/supernormais

Ainda está naquela que Terapia Ocupacional é passa tempo?


Ainda está naquela que Terapia Ocupacional é passa tempo?
VOCÊ PRECISA CONHECER MELHOR A NOSSA PROFISSÃO!!!

T.O em:Desenvolvendo HABILIDADES Ocupacionais

https://www.facebook.com/pages/TERAPIA-OCUPACIONAL-NA-PR%C3%81TICA/245526122172805

Bienal oferece visitas monitoradas para pessoas com deficiência

Ao chegar, a pessoa com deficiência deverá solicitar um educador para acompanhá-la em uma visita que deverá levar aproximadamente 2 horas. Há monitores intérpretes em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e que fazem audiodescrição, ou seja, descrevem as obras com riqueza de detalhes.

Símbolos que representam pessoas com deficiência
30ª Bienal de São PauloSite externo. promoveacessibilidade para todos. Quem quiser visitar a exposição no Pavilhão do Ibirapuera poderá contar com uma equipe treinada e capacitada para guiarpessoas com deficiência auditivavisual e física. Ao chegar, a pessoa com deficiência deverá solicitar um educador para acompanhá-la em uma visita que deverá levar aproximadamente 2 horas. Há monitores intérpretes em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e que fazem audiodescrição, ou seja, descrevem as obras com riqueza de detalhes.
Durante o percurso, o público terá também a oportunidade de ler legendas em braile e, para aqueles com baixa visão, foram elaborados textos com alto contraste para facilitar a leitura. No fim, deficientes visuais recebem uma cartilha em braile para se informar ainda mais sobre a exposição. De qualquer forma, para o deslocamento dentro do pavilhão, é imprescindível o acompanhamento dos deficientes visuais pois não há piso tátil.

Algumas obras poderão ser tocadas e, para finalizar a visita, as pessoas poderão manipular objetos utilizados para a realização das fotografias do artista Nino Cais, que cedeu gentilmente alguns itens. Há, por exemplo, a tampa de panela que ele usou para esconder seu rosto em uma das fotos apresentadas na Bienal. “A gente trabalha com obras que tenham apelo visual ou sonoro. Além disso, a ideia é que os monitores levem questões que tenham a ver com as experiências dos visitantes”, diz a coordenadora do projeto de acessibilidade da 30ª Bienal de São Paulo. Há também uma maquete tátil do pavilhão.
O Educativo também criou um ateliê para crianças com síndrome de Down e com deficiência intelectual que funcionará das 11h às 13h dos dias 10 e 24 de novembro. Serão realizadas atividades lúdicas para explicar a exposição.

AGENDAMENTO
Para atendimento em Libras:  terça e quarta, das 8h30 às 13h30; quinta, das 13h30 às 18h30; sexta,das 8h30 às 13h30; sábado, das 13h30 às 18h30; domingo, 8h30 às 13h30.
Para visitas em grupos de 10 a 20 pessoas é necessário fazer agendamento com a empresa de logística Diverte Cultural, pelo telefone (11) 3883-9090.
Já as visitas com audiodescrição e multisensoriais acontecem todos os dias em vários horários, tanto para grupos agendados, quanto para visitas espontâneas.

Em 10 anos, número de matrículas de alunos com deficiência sobe 933,6%

A quantidade de matrículas de pessoas com deficiência na educação superior aumentou 933,6% entre 2000 e 2010. Estudantes com deficiência passaram de 2.173 no começo do período para 20.287 em 2010 – 6.884 na rede pública e 13.403 na particular.

O número de instituições de educação superior que atendem alunos com deficiência mais que duplicou no período, ao passar de 1.180 no fim do século passado para 2.378 em 2010. Destas, 1.948 contam com estrutura de acessibilidade para os estudantes.


No orçamento de 2013, o governo federal vai destinar R$ 11 milhões a universidades federais para adequação de espaços físicos e material didático a estudantes com deficiência, por meio do programa Incluir. O valor é quase quatro vezes maior em relação ao investimento deste ano, de R$ 3 milhões.

O Incluir http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=495&id=12257&option=com_content&view=article tem como objetivo promover ações para eliminar barreiras físicas, pedagógicas e de comunicação, a fim de assegurar o acesso e a permanência de pessoas com deficiência nas instituições públicas de ensino superior.

Até 2011, o programa foi executado por meio de chamadas públicas. Desde 2012, os recursos são repassados diretamente às universidades, por meio dos núcleos de acessibilidade. O valor destinado a cada uma é proporcional ao número de alunos.

Entre 2013 e 2014, o governo vai abrir 27 cursos de letras com habilitação em língua brasileira de sinais (libras) nas universidades federais, uma em cada unidade da Federação. Além disso, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) vai ofertar mais 12 cursos de educação bilíngue (português–libras) a partir do próximo ano.

Para dar suporte de recursos humanos aos novos cursos nas universidades federais, será autorizada a abertura de 229 vagas de professores e 286 de técnicos administrativos. As ações fazem parte do eixo educação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência — Viver sem Limite, que envolve diversos ministérios para promover a inclusão, autonomia e direitos das pessoas com deficiência.



http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18124

Museus de Petrópolis investem em acessibilidade para deficientes


Museus de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, estão investindo em sistemas e projetos para facilitar o acesso de deficientes físicos, visuais e auditivos. A tecnologia ajuda, mas ainda existem obstáculos no caminho desses visitantes especiais.
O Museu Casa de Santos Dumont passou por adaptações e se tornou um exemplo de acessibilidade. O cadeirante pode entrar por uma rampa nos fundos da casa e por elevador. O banheiro é adaptado, mas as pontes construídas por Santos Dumont são estreitas demais para a passagem de uma cadeira de rodas. Isso foi resolvido com a construção de um tótem. Assim, o cadeirante pode fazer uma visita virtual pelo lugar.
Para quem tem problemas auditivos, foi disponibilizado um vídeo com uma versão em libras. E, para os deficientes visuais existe uma maquete tátil. Desta forma, eles podem conhecer a casa tanto por fora quanto por dentro. As placas também são escritas em braile para que o deficiente visual possa se guiar pela casa.
Mas nem todos os pontos turísticos estão adaptados. Um exemplo é a Casa do Colono, museu que conta a história da colonização alemã na cidade. Logo na entrada, um degrau de 20cm é um grande obstáculo à entrada de pessoas que utilizam cadeira de rodas, praticamente impossibilitando a visitação
Segundo a assessoria de comunicação da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, a falha foi detectada e o problema será resolvido.
Fonte: G1 

Amigos criam tirinha para falar sobre deficiência física e ser humano


"Super Normais" foi criada por três deficientes físicos que vivem em Curitiba.
Para eles, tirinha fala mais sobre temas do homem do que de acessibilidade



G1

Da esquerda para a direita estão Mirella Prosdócimo, Manoel Negraes, Rafael Camargo e Rafael Bonfin (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)Da esquerda para a direita estão Mirella
Prosdócimo, Manoel Negraes, Rafael Camargo e
Rafael Bonfin (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)
Um grupo de amigos de Curitiba decidiu retratar a deficiência física de uma maneira diferente e, principalmente, fora de padrões, preconceitos e estereótipos que eles percebem serem corriqueiros na sociedade. A consultora para inclusão, Mirella Prosdócimo, de 38 anos, o sociólogo Manoel Negraes, 33, e o jornalista Rafael Bonfin, 30, são deficientes físico e decidiram criar a tirinha “Super Normais” para mostrar que são pessoas comuns.

“Pessoas com deficiências normalmente são retratadas como super-heróis, pessoas que superaram milhares de desafio, então, são além do normal, ou como coitadinhos, dignos de pena. Então, a gente queria fazer este paralelo (...). Somos pessoas supernormais com histórias, como qualquer outra pessoa. Lógico que a gente acaba passando por algumas dificuldades, de vez em quando, mas são questões mais físicas, mais práticas do dia a dia como subir uma escada ou não conseguir usar um banheiro”, disse Mirella, que sofreu um acidente de carro aos 17 anos e ficou tetraplégica.

Composta por três quadros, a tirinha surge por meio de personagens reais, retrata as diferentes experiências vividas pelos três e nem sempre tem a deficiência como temática principal já que surge de conversas descomprometidas sobre o homem.
 (Foto: Divulgação/ Super Normais)Quadrinhos falam sobre deficiências físicas (Foto: Divulgação/ Super Normais)

A difícil tarefa de traduzir as reflexões de Mirella, Manoel e Rafael e também de dar o tom humorístico às ideias do grupo cabe ao desenhista Rafael Camargo, que não conhecia nenhum deles quando foi convidado para participar dos “Super Normais”.

Ele contou que ficou surpreso ao entender a proposta e perceber que a deficiência física era um fator menor. Para ele, este projeto trabalha essencialmente com a dificuldade do ser humano lidar com as dificuldades. “O que foi um soco no estômago, na verdade, foi que o que eles estavam mostrando para mim não tinha nada a ver com deficiência. Tinha a ver com respeito, com civilidade, resiliência. Eu falei: nossa isso é muito bom. É muito verdadeiro”, lembrou o desenhista. “Até no dia eu chorei, foi muito massa”.

No primeiro encontro se estabeleceu um entendimento imediato e quem foi convidado, incialmente, apenas para desenhar, deu nome a tirinha e passou a acumular a função de redator. A partir das conversar dos amigos, Camargo capta aquilo que pode render uma história contada em três etapas.

Para Rafael Bonfin, que teve complicações no parto e não consegue andar, Camargo tem uma sensibilidade e uma habilidade interessante para passar as reflexões para a tirinha. “Ele conseguiu perceber que na verdade o que a gente faz com os Super Normais é colocar uma lupa de aumento em relação aos desafios que qualquer ser humano tem. Falar sobre questões do nosso universo tem a ver com olhar com cuidado para os problemas inerentes ao ser humano”, explicou Bonfin.

É unânime entre Mirella, Manoel e Rafael que a sociedade dá mais importância à deficiência física do que o próprio deficiente. Contudo, este destaque é distorcido. “Elas [as pessoas] dão importância, mas elas pegam pelo lado de preconceito, de estereótipo e não da forma que deveriam dar para que se pudesse avançar em relação à cidadania e ao respeito de direitos. Então, ao mesmo tempo em que a gente vê que elas dão muita importância, elas ainda param na vaga exclusiva, elas não se preocupam em fazer a acessibilidade. Então, qual é este olhar que a sociedade tem maior do que a gente”, questionou Manoel, que tem 15% da visão.

O projeto
Uma vez por semana, os amigos se reúnem no Café New York, em Curitiba, para discutir o andamento dos “Super Normais” e também para conversar sobre assuntos diversos. A escolha do lugar não foi aleatória. O espaço prima pela acessibilidade, com rampas de acesso, banheiros adaptados, mesas e bancadas mais baixas e equipe capacitada para atender clientes que são deficientes.

É entre assuntos de trabalho e do dia a dia, um café e um sanduiche que surgem as tirinhas. Atualmente, o produto – que tem um pouco mais de um mês de vida - é divulgado na internet. A equipe aposta nas redes sociais para que os personagens e a linguagem da proposta se tornem conhecidos.

Para 2013, o objetivo é divulgar a tira em um veículo do grande circulação e lançar publicações impressas. Mirella, Manoel, Rafael e Camargo também trabalham a ideia de criar um material para criança, com uma veia educacional.
Eles se encontram no Café New York, em Curitiba (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)Eles se encontram no Café New York, em Curitiba (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)
A aceitação da deficiência física
Na avaliação de Camargo o humor de qualidade só pode ser expresso na tirinha dos “Super Normais” porque Mirella, Manoel e Rafael têm maturidade para lidar com as limitações. “No primeiro encontro eu dava muita risada e isso é legal porque é um lance de humildade. Você tira sarro com algo que é supernormal”, disse Camargo.

No caso de Manoel, a deficiência começou a se manifestar na adolescência e ele contou que demorou sete anos para assumir que precisava usar a bengala. Para ele esta fase de aceitação e totalmente compreensiva. O complicador, de acordo com ele, existe quando o deficiente age de uma forma que legitima o preconceito visível na sociedade. “Essas imagens de super-herói e de vítima não existem à toa. Não é uma coisa que foi colocada só de um lado. As pessoas com deficiência reforçam isso no dia a dia”, acredita Manoel.

Ele afirmou que, em muitas situações, é mais cômodo a pessoa se colocar como vítima. “A tendência é a gente se acomodar. As pessoas costumam fazer tudo para a gente e, se a gente deixar, a gente não faz nada, mesmo”. Manoel exemplificou ao dizer que se ele entra em um lugar e diz que está com sede, logo já tem um copo de água na frente dele. “Então é muito fácil a gente se acomodar e legitimar esta ideia de que a gente não pode fazer nada sozinho”, acrescentou.
Super Normais fizeram uma tira exclusiva para o G1 (Foto: Divulgação/ Super Normais)Super Normais fizeram uma tira exclusiva para o G1 (Foto: Divulgação/ Super Normais)
Mirella contou que viveu muito tempo esperando uma solução para a deficiência dela, esperando os movimentos voltarem. “Demorei muito tempo para me adaptar porque eu perdi todos os movimentos do pescoço para baixo. Não é uma situação que você se adapta do dia para a noite ou em um mês, dois meses”, confessou. Agora, depois que ocorre a aceitação, segundo Mirella, se torna mais tranquilo viver a ponto de esquecer que tem a deficiência.

“Uma das grandes barreiras que a pessoa com deficiência enfrenta para caminhar para a aceitação e lidar com esta condição é tentar enxergar a condição que ela tem como uma possibilidade, um potencial de transformação do universo ao redor dela. Isso é muito importante e muito difícil para uma pessoa com deficiência perceber que ela tem essa chance. Ela não enxerga esta possibilidade e ela não consegue perceber a responsabilidade que ela pode adotar para ela mesma”, complementou Rafael, que diz que não passou pelo processo de aceitação por ter nascido com a limitação para se locomover.

DEFICIENTE É O MEU PAÍS!!!





                               DEFICIÊNCIAS…
  
Sou Sylvio Ramos Ferreira, 84 e tive a oportunidade de discorrer sobre deficiências neste blog. Então quero aqui ressaltar e relembrar sobre um aspecto da deficiência aquela  incluída  no nosso Governo, pois bem sabemos o quanto poderiam promover uma série de medidas que diminuíssem esses mesmos problemas que geram as deficiências do país e estas ditas físicas, visuais, auditivas, psíquicas e mentais entre outras estão definitivamente interligadas e podem ser minimizadas dependendo da Acessibilidade Atitudinal.
Vamos enumerar algumas tais como: uma maior quantidade de ações viessem a favorecer a população  ,um maior cuidado com a educação nas escolas, desde o ensino básico com os professores bem melhores pagos  e preparados.  O ensino básico é tudo! Não o tendo a criança ,já partirá atrasada pra as séries seguintes e consequentemente um profissional despreparado para atuar na sociedade.
Discorrendo agora para área da saúde, são inúmeras questões  ainda á resolver,preventivas,saneamento básico,  hospitais precários em situações precários ,”SUS” cada vez mais incapazes de atendimento razoável e médicos ganhando pouco, desestimulando a atividade profissional.
E sem falar na infraestrutura das estradas, ferrovias, portos e aeroportos.
Enquanto isso nosso governo gastando cada vez mais nas suas administrações, desvios de verbas públicas ;isso tudo quem perde? A população. Sendo privada de recursos básicos, no qual tem direitos mas não chegam esses recursos para o crescimento das futuras gerações.
Não temos condições de fazer uma Copa do Mundo com tanto improviso, ou temos?

Vergonha Brasil precisamos mudar esse quadro!!!





 


Preconceito com cadeirante. “As quatro mãos do Futuro” excluídas desta vez. Que pena!!!


Preconceito com cadeirante.
“As quatro mãos do Futuro” excluídas desta vez. Que pena!!!
Engraçado! Como  surgem as ideias... Recebemos o título ”As quatro mãos do Futuro” pela nossa amiga Olinda Guedes, quando recepcionados  no lançamento do seu livro” O que traz, quem levamos para a Escola?” ,justificando as quatro mãos que fazem esse blog. Recepção maravilhosa que tivemos neste evento, pessoas carismáticas, criativas, com “OLHAR CLÍNICO”, pois ali existe AÇÃO, mais do que palavras ao VENTO. Veem e agem além dos olhos, com um lindo caminhar através da Ong “Pingo D’água” que vem colhendo frutos com os “beija-flores”, assim chamados os voluntários que cooperam com a causa, vejam no face: https://www.facebook.com/institutopingodagua e site :
Livrarias Curitiba, dia 4 de outubro de 2012, nada menos que um dia muito especial de um rapaz simples, sociável, inclusivo: São Francisco de Assis! Irmão da luz! Quer dia melhor que este para lançamento de um livro?
Puxa! Tudo fluía, o grupo teatral encenando trechos do livro, música de qualidade, avivamento de nossas lembranças do primeiro dia de aula e aquela professora que tantos nos inspirou e fez tornar profissionais do futuro, na doce voz de nossa amiga Olinda Guedes.
Saindo com esse espirito maternal, não podíamos deixar de celebrar o evento com o alimento predileto da Dupla do Futuro, nada menos que batatas Suíça. Pois então, adentramos num local que sempre frequentamos, tudo tranquilo. Dirigimos á uma mesa concedida pelo garçom de forma retangular para 8 pessoas e acessível, pois as demais quadradas, pequenas ,todas ocupadas e sem opção, a não ser uma redonda ,com pé no centro inacessível.
Após uns minutinhos o garçom volta para a mesa que nos tinha indicado e diz:
   _ Está bom assim? Tudo bem com vocês?
   _Sim, claro! Estamos bem posicionados.
  _ Chegarão mais pessoas para acompanhar vocês?
  _ Não, só nós mesmos!
Pedimos um refri e vimos o garçom impaciente. Ele retornou e diz:
  _Não preferem sair desta mesa e passar para outra redonda?
Não deu mais opções de mesa.
Então afastamos da mesa e devolvemos o refri e resta dizer:
  _ Boa Noite! Voltamos outro dia, não vamos usar a mesa redonda, ela é inacessível para mim, ficarei desacomodado.  O garçom por sua vez também pouco se importou com dois clientes que estavam propostos a consumirem saindo sem dar atenção.
Os clientes da Dupla do Futuro tomou a decisão de sair do restaurante do shopping sem culpa, sem acessibilidade e tiveram a  capacidade de subir um andar acima  do Shopping Barigui, entraram num rodizio de pizzas, que ocorre segundas e quintas neste outro restaurante, saindo muito satisfeitos .Pois sim! Neste local, a recepção foi outra, a pessoa logo percebeu a necessidade de optar por uma mesa compatível para “As Quatro Mãos,  Da Dupla do Futuro poderem registrar este texto para o leitor.
 Simples assim!!
Fica a indignação, como pudemos perceber posturas tão diferentes em ambientes diferentes, no mesmo dia! Como sempre dizemos primeiro em qualquer local vem a acessibilidade atitudinal, depois rampas, acessórios, adaptações, este primeiro que precisamos, preparar o público de maneira geral como lidar com as deficiências!!!

DUPLA DO FUTURO

Os guerreiros da Inclusão




Quando se fala em pessoas deficientes, vem logo a imagem daquele ser cego com uma bengala ou então surdos, cadeirantes por falta de um membro ou PCs que significa Paralisia Cerebral. A sociedade vê o aspecto físico somente da deficiência e esquece a emoção, a essência do indivíduo.

O termo deficiente para denominar pessoas com deficiência tem sido considerado por algumas ONGs e cientistas sociais inadequado, pois o termo leva consigo uma carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios portadores. Muitos, entretanto, consideram que essa tendência politicamente correta tende a levar os portadores a uma negação de sua própria situação e a sociedade não respeito da diferença.

         Quando vemos valorização do deficiente, uma acessibilidade e inclusão adequada, isto nota-se, só na ficção. Tivemos um exemplo de motivação para a superação dos desafios de uma cadeirante tetraplégica, sofrida após um acidente, na novela “Viver a Vida”, com Aline Morais, que por sinal soube viver intensamente a personagem, chegou a ter escaras, capacidade de utilizar-se de adaptações e a própria cadeira  que por si só, justifica transmitir um pouco a realidade do universo da deficiência física. Há exemplos de filmes como “Meu Pé Esquerdo “dirigido por Jim ShereadamO filme relata as dificuldades vividas por Christy. Ele que nasceu com deficiência física e paralisia cerebral, o que lhe impedia de movimentar praticamente todo o seu corpo, exceto seu pé esquerdo. Ele conseguiu superar diversos obstáculos como o preconceito, o desrespeito, o descrédito social, além dos problemas familiares como um pai extremamente autoritário e incompreensível (Sr. Paddy), que o julgava como estorvo, uma dificuldade a mais em sua existência. Sua mãe era carinhosa (Sra. Bridget) e, com muito amor e esperança, lhe ensinou o alfabeto e motivou na busca pela superação de seus limites. Esforçou-se na economia para a compra de uma cadeira de rodas, chegando a fazer a família passar frio por falta de carvão no inverno e a se alimentar precariamente para cumprir esse objetivo. Ela confiava que ele poderia encontrar soluções pessoais para as suas eventuais dificuldades. Ao lado de seus 13 irmãos  buscava incluí-lo nas atividades de recreação, tanto quanto possível.

        Mesmo com a atrofia de um dos membros e da paralisia cerebral, Christy, usando seu pé esquerdo, fez os seus primeiros rabiscos num pequeno quadro negro que tinha no chão de sua casa.
      Ou o lindo filme “Uma Janela para o céu”  trata-se de história passada em 1955, quando a jovem Jill, então com 18 anos de idade, revela-se um enorme talento para o esqui e aposta certa para vencer os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956. Mas acontece uma fatalidade: Jill por pouco não perde a vida após uma queda brutal na neve, mas fica paralisada do pescoço para baixo. Ainda que esteja impedida de praticar esportes para sempre, Jill agora tem uma outra batalha: viver e conviver com sua deficiência. Para isso ela vai contar com a ajuda de amigos, dos pais e parentes. história verdadeira entre inúmeros filmes que mostram superação.
A sociedade ainda se engana e não percebe o que seja ficção e real que um PC pode se virar em muitas  questões sozinho, pois eu Jussara Molina sou um caso destes, faço quase tudo sozinha, minha higiene, trocas, transferências, posso preparar algo básico para me  alimentar e muito mais ,pois então ,quem está escrevendo este texto? A não ser euzinha, salvo pela minha amiga Clara que faz alguma  correções, o principal está aqui neste blog a oportunidade de poder expressar meus pensamentos. E você leitor o que tem a dizer sobre este assunto?

Jussara Molina,48,PC