quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Curso gratuito de Braille para multiplicadores


Mãos de uma pessoa com deficiência visual "lendo" um livro em Braille.

A ADEVA vai realizar um curso de Braille dirigido a pessoas que enxergam e que tenham interesse em ensinar este sistema de escrita e leitura tátil.
As inscrições estão abertas e devem ser feitas até o dia 4 de março, com Márcio Spoladore, das 8h às 15h, pelos tels. (11) 5084-6693 / 5084-6695.
Dias e horários: oito encontros, às sextas-feiras, das 13h30 às 16h30.
Carga horária: 24 horas.
Início: 6 de março de 2015.
Local: Centro de Treinamento da ADEVA, na rua São Samuel, 174, V. Mariana, São Paulo (SP), próximo da estação Santa Cruz do metrô.
Conteúdo programático: Histórico do sistema braille, alfabeto braille, o sistema braille no Brasil, a produção braille, a leitura braille, o sistema braille integral, roteiro para o aprendizado do sistema braille integral, letras simples, letras acentuadas, pontuações, sinais gráficos, normas de aplicação do sistema braille, dinâmica de leitura e escrita braille, técnicas de transcrição, Código Matemático Unificado (CMU), abordagem histórica, observações importantes a respeito do CMU, roteiro para o aprendizado do CMU, representação dos algarismos, prefixos alfabéticos, símbolos operatórios, números ordinais, números romanos, números fracionários, números decimais, símbolos unificadores e parênteses auxiliares, teoria de conjunto, símbolos de potência, símbolo de raiz, símbolos de medida, símbolos diversos.
 Fonte: site Rede Saci.

Equoterapia ajuda crianças com paralisia, autismo e síndromes

Daniela Venerando 
Do UOL, em São Paulo

  • Arthur Silva Nascimento, de seis anos, durante sessão de equoterapia
    Arthur Silva Nascimento, de seis anos, durante sessão de equoterapia
Com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, Arthur Silva Nascimento, de seis anos, não andava antes de praticar a equoterapia, método terapêutico que utiliza o cavalo para reabilitar pessoas com deficiência física, paralisia cerebral, autismo, síndromes variadas, além de vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
"Ele vivia curvado com o queixo no peito e só se arrastava no chão. Graças à equoterapia, meu filho hoje anda e brinca com os colegas da escola", conta a atendente Maria Aparecida Nascimento, 39 anos, mãe de Arthur, que conseguiu andar com ajuda de um andador após um ano e meio de terapia. Quando completou quatro anos e meio, ele já andava sem o apoio.
Segundo Alessandra Vidal Prieto, fisioterapeuta da Associação Nacional de Equoterapia, em Brasília, "nenhum aparelho na melhor clínica do mundo produz uma resposta tão rica e rápida como o cavalo".
A fisioterapeuta explica que o animal, do ponto de vista motor, oferece o movimento tridimensional, ou seja, a cada passo, a pessoa movimenta-se para direita e para esquerda, para cima e para baixo, para frente e para trás, ao mesmo tempo.
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Donos contam como suas vidas mudaram com a chegada de bichos de estimação10 fotos

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O advogado Renato Waldomiro Liserre Jr, 43, de Campinas, tem um Golden Retriever, o Branco, de três anos (presente da namorada, Simone Sautchuk). "Como eu a chamo de Branca, dei o nome de Branco para o cachorro. Ele é de uma raça que desperta a atenção das pessoas, que acabam se aproximando para conversar. Foi assim que fiquei sabendo da ONG Atec (Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas). Lá, o Branco passou por exames e começou a atuar como co-terapeuta. O primeiro caso dele foi uma menina de oito anos com retardo mental. Foi como um preparativo para a chegada do meu sobrinho Pedro, de um ano e três meses, que tem síndrome de Down" Ricardo Lima/UOL
"As crianças que nunca tiveram oportunidade de andar vão se perceber pela primeira vez em um movimento tridimensional, que é 95% semelhante ao andar do homem. E assim elas têm a sensação de estarem realmente andando.  A gente brinca que são trocadas duas pernas paralisadas por quatro patas móveis", diz a equoterapeuta Andrea Ribeiro, coordenadora da Walking Equoterapia, em São Paulo.
A atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo, aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio, além do desenvolvimento na linguagem.
"A cada aula de 30 minutos, o praticante recebe cerca de 2.000 novos estímulos cerebrais, que são enviados pela medula espinhal até o sistema nervoso central. Nesse processo ocorrem as sinapses e a formação de novas células nervosas. Após quatro meses, acontece uma mudança em toda a arquitetura cerebral de tantas células nervosas que surgiram", explica Andrea.  
Todos esses ganhos são ainda mais potencializados com o acompanhamento da equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e psicopedagogos, instrutores de equitação, além de um médico responsável pelo centro de equoterapia.
Leonardo Soares/UOL
Amanda Oliveira, de cinco anos
Durante a aula, estes profissionais estimulam de forma lúdica os exercícios. Foi dessa maneira que Amanda Oliveira Ribeiro, de cinco anos, aprendeu a falar aos dois anos e meio de idade, após seis meses de tratamento.
"A melhora foi fenomenal. Antes, ela não falava e tinha o lado esquerdo do corpo paralisado. Hoje, a gente brinca que ela fala mais do que a boca. Ela se locomove com a ajuda de um andador, após dois anos de tratamento. E tenho esperança de que ela um dia vá andar", afirma Vanilda de Oliveira, de 46 anos, mãe de Amanda.
Após a aula, a criança alimenta o cavalo e o leva de volta à baia. Ou seja, aquele que é cuidado passa a cuidar.
A facilidade de criar vínculo afetivo com um animal ao mesmo tempo tão dócil e poderoso é outra vantagem do tratamento.
Existe uma frase que é muita conhecida por pessoas que trabalham com equitação e é atribuída ao comportamento dos cavalos: "eu te aceito do jeito que tu és", diz Andrea. Uma lição que todos nós deveríamos propagar. 

Onde encontrar a equoterapia?

São 300 centros de equoterapia espalhados pelo país, onde já foram atendidos 60 mil praticantes, de acordo com a Associação Nacional de Equoterapia. Em Brasília, na sede, as aulas são gratuitas; nas outra unidades é preciso verificar. 
Algumas escolas são pagas e outras, como a Walking Terapia, oferece 70% das aulas gratuitamente. Os outros 30% pagam pelo serviço, que custa R$ 360 por mês.
Para não aumentar a fila de espera, a Walking e muitos outros centros disponibilizam cartas de apadrinhamento, que podem ser pagos por empresas ou pessoas físicas.
É importante que o centro tenha um médico responsável (muitos não têm) para fazer uma avaliação rigorosa na criança, já que há contraindicação nos casos de epilepsia, luxação de quadril, doenças degenerativas, osteoporose grave, entre outros. 
Abaixo, veja a lista de sites de alguns centros especializados. No site da Associação Nacional de Equoterapia há uma lista completa dos filiados de todo o Brasil.