terça-feira, 17 de junho de 2014

Dica de Crystal - Fibromialgia... A dor da alma. Memória e fibromialgia


Aproximadamente uma de cada quatro pessoas com fibromialgia (FM) queixa-se de problemas com a memória e com a concentração. Exemplos deste problema incluem entrar num quarto ou noutro cômodo da casa e não se lembrar do que tinha que fazer, dificuldade para lembrar de palavras para finalizar uma frase e esquece...r nomes de pessoas. Problemas de leitura e de concentração em outras tarefas também podem aparecer.

Na verdade, estes problemas não acontecem só em pacientes com FM, mas em qualquer pessoa com dor crônica. Para o cérebro, a dor é sempre um sinal de que alguma coisa grave está acontecendo no corpo, como uma inflamação ou um tumor. Mesmo este não sendo o caso da fibromialgia, o cérebro continua dando atenção à dor, e outras funções cerebrais, especialmente a concentração, ficam prejudicadas. A nossa memória funciona como um gravador – para lembrar-nos de alguma coisa, esta precisa primeiro estar “gravada” no nosso cérebro, para ser lembrada algum tempo depois. Na maioria das pessoas com fibromialgia, não existe um problema de lembrar alguma coisa, mas sim desta informação não ter sido bem guardada.
O problema está em um baixo nível de concentração, e os fatos e nomes não são bem “gravados” no cérebro. Se eles não estão bem guardados, eles não podem ser lembrados depois. Vale a pena reforçar o conceito: na maioria das vezes em que o paciente não lembra um fato é porque este não foi bem guardado na primeira vez. Isso mostra que a memória está intacta, mas a concentração está deficiente por causa da dor crônica. Algumas medidas podem ser úteis para compensar esta diminuição de concentração:

1) Estabeleça rotinas : desde a hora de levantar da cama, tente manter a mesma rotina, por exemplo – lavar-se, tomar café, tomar remédios, etc... Sempre manter a mesma ordem ajuda a manter a memória e a concentração mais “descansadas” e assim que elas sejam necessárias para outras coisas, elas estarão mais preparadas.

2) Guarde suas coisas no mesmo lugar: chaves, remédios, costuras, etc...

3) ESCREVA RECADOS PARA VOCÊ MESMA(O) : quando o cansaço e a dor chegam, fica difícil contar com a memória, especialmente para detalhes. O fato de escrever não deixa a memória “preguiçosa”; pelo contrário, ajuda a gravar melhor fatos e palavras. Escreva tudo, desde o que tem que ser conversado com o(a) esposo(a) naquela noite, até o vencimento de contas.

4) Quando achar que alguma informação deve ser guardada, pare outras coisas que estiver fazendo e concentre-se naquilo. Repita uma, duas, três vezes frases que queira lembrar-se depois (faça em voz alta). Uma informação tem que ficar “passeando” na sua cabeça por pelo menos 15 segundos para ser bem guardada.

5) Seja paciente. Não reaja com tristeza ou nervosismo se alguma coisa for esquecida. Isto só irá piorar o problema. Lembre-se, você não está ficando louco ou com Alzheimer.

6) Divida com os outros suas dificuldades. Use senso de humor. Se você conseguir brincar sobre sua dificuldade em achar a palavra certa ou lembrar detalhes, os outros também ficarão relaxados e cobrarão menos de você.

7) Por fim, o tratamento dos outros problemas da fibromialgia, como a dor, as alterações do sono e depressão, também ajudará a melhorar os problemas de concentração e memória.

Projeto utiliza dança como terapia para crianças com paralisia cerebral

Instituto Guerreiros de Arte-Reabilitação utiliza o Hip Hop como instrumento de integração de jovens com doenças neurológicas
Reportagem Victoria Tuler
Edição Claudia Tavares



Grupo de jovens com distúrbios do sistema nervoso ensaia coreografias para apresentação no aniversário de Curitiba. (Foto: Victoria Tuler)
Garantir qualidade de vida para crianças e adolescentes com desordens neurológicas e comprometimentos motores através da dança é o objetivo de um projeto criado há 7 anos. O Instituto Guerreiros de Arte-Reabilitação, surgiu dentro da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e aposta no Hip Hop como ferramenta para o desenvolvimento e inclusão social de cerca de 20 jovens.
Criadora e presidente do Instituto, a fisioterapeuta Joseana Withers teve a ideia de investir na arte como terapia após enfrentar um problema de saúde que a obrigou a retomar a prática de atividades físicas. “Acabei encontrando na dança uma maneira prazerosa de reabilitação. Percebi que poderia ser um caminho para tratar doenças neurológicas”, conta.
As constatações de Joseana viraram tese de mestrado em 2007 e, em seguida, foram promovidas a pesquisa do Hospital de Clínicas (HC). Através de grupos de estudo e da aplicação de cerca de 200 questionários, respondidos por participantes dessa fase experimental do projeto, a fisioterapeuta conseguiu comprovar cientificamente a eficácia da dança como terapia complementar para jovens com paralisia cerebral. A partir de então, as primeiras aulas de dança organizadas pelo grupo começaram com pacientes do próprio HC. Não demorou muito para o número de interessados crescer, e a equipe começar a planejar seus primeiros passos fora da UFPR para conseguir atender a demanda. “Começaram a chegar crianças indicadas por outras instituições e sentimos que não podíamos recusar. Foi aí que precisamos correr atrás de um espaço maior e mais apropriado”, explica Withers. O Instituto funciona hoje em uma escola de dança no centro de Curitiba.
Jovens atendidos
Segundo Joseana Withers, a maior parte dos jovens beneficiados pelo Instituto Guerreiros sofre de paralisia cerebral, problema que atinge o bebê ainda dentro do útero e pode atingir diferentes funções, como movimentos, audição, visão, fala, aprendizagem ou raciocínio. O projeto também atende crianças e adolescentes com outras deficiências como a osteogénese imperfeita, popularmente conhecida como doença dos ossos de vidro – devido a fragilidade dos ossos de seus portadores – e vítimas de lesões medulares. O programa inclui crianças a partir dos 4 anos, mas não tem limite de idade. De acordo com a fisioterapeuta, há jovens de mais de vinte anos que continuam indo às aulas e não pretendem parar tão cedo.
A aluna Ilana Santiago tem 14 anos e frequenta o Instituto desde os 10.  Animada e com figurino de apresentação, a garota conta que adora a dança e os sentimentos que os passos de Hip Hop despertam nela. “Não quero parar nunca. Fico muito feliz dançando. Faz com que eu me sinta livre”, descreve. A mãe, Carmen Lucia Santiago Ferreira, diz que sempre incentivou a filha a assistir apresentações culturais. Para ela, a bagagem que a menina trouxe de casa ajudou muito nos resultados do projeto. “Sempre estimulei e fiz a minha parte. A dança aprimorou tudo que ensinamos. Ela sempre foi alegre, mas hoje é mais sociável, faz amizade com mais facilidade”, conta.
Patrocínios
O projeto se mantém exclusivamente com doações. De acordo com Joseana algumas empresas fazem contribuições frequentes, mas não há nenhum apoio financeiro de órgãos governamentais. “Estamos buscando parcerias com a própria prefeitura porque temos planos de expandir o Instituto. Queremos abrir as portas para portadores de autismo e síndrome de Down, por exemplo”, afirma.
O espaço em que as aulas acontecem é cedido pela escola de dança Cenário Espaço Arte, na rua Barão de Antonina, no Centro. O grupo conta ainda com o trabalho de quatro professores e uma psicóloga, que faz atividades com os pais enquanto os alunos ensaiam. Todos os funcionários são voluntários.
Prêmio
O trabalho do Instituto Guerreiros de Arte-Reabilitação tem ganhado reconhecimento. Além de já ter levado espetáculos para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a iniciativa conquistou recentemente o Prêmio Fani Lerner, destinado a instituições sociais, sendo escolhida entre 100 outros projetos de todo o Paraná.
No próximo sábado (29), em homenagem ao aniversário de Curitiba, o Grupo de Dança Guerreiros deverá ser uma das atrações da festa que terá atividades das 10 da manhã as cinco da tarde.  A entrada é franca.
http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/projeto-utiliza-danca-como-terapia-para-criancas-com-paralisia-cerebral/