terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A inclusão e a realidade nacional

As prioridades federais são nítidas e decorrem, entre outros poderes, do império de economistas que conseguiram acertar um plano após inúmeras tentativas frustradas durante as décadas de oitenta a noventa (Leitão) num Brasil quebrado pelo erro de previsão em relação aos efeitos dos choques do petróleo nos anos setenta e projetos incompatíveis com nossa realidade naqueles tempos (OS ARQUIVOS DE DELFIM, 2003). O dinheiro barato e fácil da abundância dos petrodólares transformou-se em pesadelo inflacionário após a elevação dos juros norteamericanos (Safatle, 2012), pesadelo que o Brasil enfrentou com táticas e técnicas equivocadas.
O mundo se transforma e é fundamental aprender, evoluir.
Em nosso país o combate à inflação criou um ambiente de retrocesso diante da falta de recursos. Todos sabiam o que seria necessário, era impossível fazer o que as boas técnicas de Engenharia, Educação, Saneamento Básico, Saúde, Segurança etc. recomendavam. Pior ainda, a corrupção tornou-se uma praga, só não pior, talvez (pois condena milhões de brasileiros a padrões de vida inferiores), do que a formada pelas drogas baratas que inundam nosso país.
Convenções internacionais e avaliações inovadoras exigem, entretanto, mudanças.
Felizmente o Brasil estabilizou-se (mas continua pagando juros de país em crise profunda???) e já se dispõe a emprestar dinheiro até para o FMI.
Temos, entretanto, problemas gravíssimos a serem resolvidos e programas estranhos de investimentos desconexos em certas áreas.
Na Educação a evolução das escolas e de seus profissionais é essencial ao futuro que almejamos. Isso está acontecendo de forma enérgica, firme e eficaz?
Estamos progredindo [(Brasil aumenta em 121% gastos por aluno até ensino médio, 2011), (Kang, 2012)], precisamos, contudo, avaliar a qualidade deste progresso e estimar metas com soluções inteligentes.
Por exemplo, como fica nesse desafio de crescimento o aluno com deficiência?
A inclusão é um desafio colossal, se entendida como algo a ser feito de forma competente, eficaz. O artigo (Escolas dos diferentes ou escolas das diferenças?, 2012) traz ponderações significativas.
Merece transcrição o final contundente:
“A Educação Especial conquistou posições importantes do ponto de vista legal e educacional na educação brasileira e esses marcos estão fundamentados na Constituição de 1988 e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência/ONU, 2006, ratificada e assimilada ao texto constitucional pelo Decreto no. 6.949/2009. A Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva/MEC 2008 é o testemunho de nossos avanços em direção à inclusão escolar. Ela é explícita quando propõe a diferenciação para incluir e reconhece o sentido multiplicativo da diferença, que vaza e não permite contenções, porque está sempre mudando e se diferenciando, interna e externamente, em cada sujeito. Em seu texto fica patente que a diferenciação é fluída (Burbules,2008) e bem-vinda, porque não celebra, aceita, nivela, mas questiona a diferença!
Não há mais como recusar, negar, desvalidar a diferença na sociedade brasileira e no cenário internacional. Cabe-nos, pois, como educadores, colocar em cheque a produção social da diferença, como um valor negativo, discriminador e marginalizante, dentro e fora das nossas escolas.”
Ótimo, mas como viabilizar escolas de bom nível se elas, sendo públicas, dependem no Ensino Fundamental dos municípios onde estão instaladas (qual é a capacidade fiscal e de investimentos e custeio dessas unidades?)? E nos demais níveis, o que fazer se os recursos diminuem (Corte de Dilma no Orçamento tira R$ 1,927 bi da Educação, 2012), quando sob responsabilidade federal, e nos estados os cortes orçamentários são uma rotina desde que inventaram o Brasil?
Quem mais perde com tudo isso é o aluno com deficiência física, sensorial, intelectual ou múltipla. Naturalmente ele precisa de professores bem preparados, escolas adaptadas, transporte escolar especial e educação de seus colegas, ou seja, uma ampla e custosa transformação de nossas tradições refratárias à boa educação, em qualquer nível.
A sensação que temos é que, diante do desperdício e definições de prioridades demagógicas, ainda levaremos muito tempo até chegarmos a um nível digno e necessário de escolas públicas, mais ainda em condições de acolher com dignidade e eficiência o aluno PcD.

Cascaes
27.2.2012
Brasil aumenta em 121% gastos por aluno até ensino médio. (14 de 9 de 2011). Fonte: portal apreniz: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/09/14/brasil-aumenta-em-121-gastos-por-aluno-ate-ensino-medio/
ANDES-SN, S. N. (16 de 2 de 2012). Corte de Dilma no Orçamento tira R$ 1,927 bi da Educação. Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN: http://www.andes.org.br:8080/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=5166
Grinbaum, M. D. (19 de 11 de 2003). OS ARQUIVOS DE DELFIM. Fonte: Isto É Dinheiro: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/12001_OS+ARQUIVOS+DE+DELFIM
Kang, T. H. (17 de 2 de 2012). Gastos em educação por estudante. Fonte: Oikomania: http://oikomania.blogspot.com/2012/02/gastos-em-educacao-por-estudante.html
Leitão, M. (s.d.). Saga Brasileira. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2011/07/saga-brasileira.html
Mantoan, M. T. (10 de 2 de 2012). Escolas dos diferentes ou escolas das diferenças? Fonte: LuMiy's Blog: http://lumiy.wordpress.com/2012/02/11/escolas-dos-diferentes-ou-escolas-das-diferencas/
Safatle, C. (10 de 2 de 2012). O homem que se reinventou. Fonte: Valor Econômico: http://www.valor.com.br/cultura/2525158/o-homem-que-se-reinventou
FONTE VIA:http://pp1-mirantedoaprendiz.blogspot.com/2012/02/arte-de-pensar-e-sua-dinamica.html

CHURRASCO NO PEQUENO COTOLENGO

NESTE DOMINGO TEM CHURRASCO NO PEQUENO  COTOLENGO!!! Preparem-se para um 


almoço com muita música diversão e solidariedade. Tragam a família e os 


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FONTE: PEQUENO  COTOLENGO