quarta-feira, 9 de abril de 2014

O desafio de incluir portadores de TDAH na escola

Por
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

O Transtorno do de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH, é geralmente identificado na infância e a maioria dos casos persiste até a fase adulta, segundo o CID 10 (Código Internacional de Doenças) é nominado como F.90 Transtorno Hipercinético. Este transtorno é caracterizado por três aspectos, impulsividade, hiperatividade e desatenção, afetando então de alguma maneira, os aspectos cognitivos, sociais e psíquicos do sujeito. De acordo com o DSM-IV(Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais), o sujeito deve apresentar estes sintomas em um período mínimo de seis meses.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH tem alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro, isto é, a parte responsável pela inibição do comportamento, como a memória, o auto controle, organização e planejamento . Acredita-se também que possa ter influências genéticas, pois perceberam que nas famílias que já tinham algum caso de TDAH. Atualmente não há cura para mas este tipo de transtorno é  tratável, quanto mais cedo  administrar os sintomas , melhor é o desenvolvimento social, acadêmico e emocional da pessoa.
O problema  é geralmente notado pelos professores quando as crianças iniciam atividades na escola a partir dos seis anos de idade, pois antes disso o  comportamento infantil é muito variável, o que não assegura, por si só, a identificação do TDAH. Para ser considerado como TDAH é necessário que estes comportamentos possam ser percebidos em vários ambientes, tais como: escola, casa e trabalho.
“Este transtorno geralmente é reconhecido em crianças do sexo masculino e há críticas em relação a este tipo de diagnóstico diante desta população, compreendendo que as crianças estão em uma fase de descoberta do mundo através de muitas visualizações na internet, televisão, jogos etc, ” diz  Mariana Miranda Borges , psicóloga na clínica Aprimore  e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra .
 
“É importante que após o diagnóstico, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” diz Mariana, psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia da Ulbra.
 
O professor, assim como a escola conhece o dia-a-dia de seus alunos, e sabe qual deles têm dificuldades de aprendizagem ou comportamento prejudicial, podendo alertar aos pais para que busquem ajuda de um especialista.
Mas, o preconceito acerca desse assunto ainda é muito grande. A maioria dos  pais, quando surpreendidos pela sugestão de procurar ajuda, ficam amedrontados, e reagem muito mal, criando uma situação de estresse familiar e matrimonial. E neste caso o  apoio familiar é a base mais sólida para a otimização do tratamento, pois envolve afeto e dedicação.
“Muitos  pais interpretam erroneamente, não aceitam que devem procurar um especialista para ter uma melhor orientação” afirma Kallianna Novais Kós, professora na Escola Municipal Monteiro Lobato, em Palmas. Na unidade, ela dá aulas aos portadores de TDAH desde 2011, e é pós graduada em Atendimento Educacional Especializado (AEE), pela Universidade Federal do Ceará – UFC.
 
Professora Kallianna com os alunos Maria Tereza, 10 anos, e Guilherme M de Oliveira, 7 anos.
 
O diagnóstico do transtorno é realizado por um especialista geralmente (médicos neurologistas, psicólogos  com especialização em neuropsicologia e psicopedagogos)  em uma entrevista clínica, colhendo a historia da vida da criança juntamente com os pais, através  de uma avaliação baseado em uma lista de nove sintomas de hiperatividade e impulsividade.
Mariana acrescenta que é fundamental oferecer exames que observam atividade neuronal com  alguns testes psicológicos que verificam o desempenho cognitivo e a neurologia “ É importante também observar as capacidades visuais e auditivas, pois o comprometimento nestas áreas podem dificultar o foco e a manutenção da atenção durante a realização das atividades educacionais e laborais, podendo elaborar um diagnóstico errôneo.”
Uma vez diagnosticados, o professor tem condições de ajudar o aluno com o TDAH, sem prejudicar o andamento da turma, e através de algumas estratégias para facilitar o cotidiano desta criança na escola, com atividades lúdicas e concretas.
Kallianna diz que o  tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, pois requer também aplicação de medidas pedagógicas e comportamentais  “O que criamos são rotinas, regras, procuramos pausas regulares entre as atividades, tempo extra para responder perguntas, estimulação e elogio verbal nas atividades realizadas”, explica  “Usamos  técnicas de organização, estratégias para atrair atenção do aluno na sala de aula.”
Existem alguns autores que acreditam que o uso de farmacológicos é essencial para o tratamento do mesmo, colocando as psicoterapias como algo complementar. Enquanto, outros profissionais acreditam que o uso medicamentoso pode ser substituído por psicoterapia e atividade física.
Mariana  acredita que o medicamento, atividade física e psicoterapia são possibilidades de tratamento “Entendendo que o medicamento irá atuar no nível neuronal, diminuindo as disfunções e tratando a impulsividade e a dificuldade de atenção; atividade física poderá ser uma forma de descarregar a energia, diminuindo a hiperatividade; já a psicoterapia terá o papel de tornar consciente as escolhas que o sujeito está fazendo, bem como orientar os pais e professores a lidarem com estas situações.”
O papel dos pais é dar suporte emocional porque normalmente elas são muito carentes. Sentar, conversar e dar carinho, a criança precisa de troca, de afeto. Isso ajuda muito no tratamento das crianças com TDAH. “É importante que após o diagnóstico deste transtorno em seus filhos, os pais continuem colocando os limites e os acompanhando” finaliza Mariana.

3˚ SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ACESSIBILIDADE

CREA-PR dá continuidade ao debate do assunto que vem norteando ações do Conselho em todo o Estado
Por Daniela Licht/CREIA-PR
IMG_50310O CREA-PR promoverá em março, nos dias 27 e 28, no auditório Gralha Azul da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, o 3˚ Seminário Internacional de Acessibilidade, em parceria com a instituição de ensino e a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Após duas bem sucedidas edições realizadas em Foz do Iguaçu, em 2011 e 2013, neste ano o evento traz como tema principal Acessibilidade–Uma responsabilidade profissional e a expectativa de reunir mais de 500 pessoas para debater o assunto.
“Creio que está havendo uma conscientização maior das autoridades sobre a importância do tema acessibilidade. O CREA-PR vem alertando prefeitos e vereadores sobre a necessidade de alocar recursos orçamentários para obras de acessibilidade e a contratação de engenheiros em seus quadros próprios”, diz o assessor de acessibilidade do CREA-PR e membro da comissão organizadora do seminário, engenheiro civil Antonio Borges dos Reis. “A maioria dos obstáculos construtivos existentes nas cidades não podem ser quebrados em apenas uma gestão, por isso a importância da reunião de todos para o debate com foco no planejamento e organização de recursos”, completa.
Integram a programação do Seminário palestras proferidas pelo secretário Reginaldo Cordeiro (O Legado da Copa para a Acessibilidade), por Teresa Costa D’Amaral, do Instituto Brasileiro da Pessoa com Deficiência (Direitos da PcD) e pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Sérgio Luiz Kukina, que abordará o STJ e o direito das pessoas com deficiência (PcD), entre outras.
“Idealizamos um programa que permitirá o acesso a duas vertentes do tema acessibilidade. A primeira são as inovações tecnológicas, voltadas principalmente aos profissionais e gestores que trabalham com a questão. A segunda é a necessidade e urgência da inclusão social intrínseca às diferenças, ponto que proporcionará uma percepção sobre as limitações das PcD e dos indivíduos como um todo e mostrará a importância de preparar nossas cidades para abraçar todos os cidadãos”, acrescenta o coordenador do evento, administrador Claudemir Marcos Prattes.
Também serão promovidas oficinas técnicas sobre Acessibilidade na Educação, Acessibilidade nas Edificações e Acessibilidade e Sustentabilidade, além dos paineis Inovações Tecnológicas e Convivendo com as Diferenças.
As inscrições para o 3˚ Seminário Internacional de Acessibilidade são gratuitas e podem ser efetuadas pelo site do CREA-PR.

Balanço Fórum de Acessibilidade do CREA-PR em 2013
• 24 reuniões
• Público de 1,5 mil pessoas
• Participação em Grupo de Trabalho do CONFEA para formatação de convênio com Ministério Público Federal para fiscalização de obras públicas

Stadium recebe o "tubarão das piscinas" - Stadium

Terapia permite que quatro paraplégicos movam voluntariamente pernas e pés





Surge uma nova esperança para paraplégicos. Estudo mostrou que estímulos elétricos na medula espinhal ajudaram quatro pessoas na retomada de movimentos voluntários. Mesmo após mais de dois anos vivendo em cadeiras de rodas, eles conseguiram esticar os dedos dos pés, tornozelos e joelhos enquanto recebiam estímulos elétricos. Os movimentos foram reforçados ao longo do tempo, quando combinado com exercícios de reabilitação física.

O estudo, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), nos EUA, teve 100% de aproveitamento, visto que quatro dos quatro voluntários participantes obtiveram ótimos resultados. "Quando o primeiro paciente retomou o controle voluntário a partir da estimulação espinhal, éramos cautelosamente otimistas", disse Roderic Pettigrew, diretor do Instituto Nacional de imagem biomédica e bioengenharia (NIBIB) no NIH. "Agora que a estimulação espinhal foi bem sucedida em 4 de 4 pacientes, há evidências que sugerem que uma grande quantidade de indivíduos, anteriormente com pouca esperança de qualquer recuperação significativa da lesão da medula espinhal, podem se beneficiar dessa intervenção".

    Na técnica, a corrente elétrica é aplicada em diferentes frequências e intensidades e em diferentes lugares da medula. O objetivo é atingir densos feixes neurais que controlam grande parte do movimento dos quadris, joelhos, tornozelos e dedos dos pés. Assim que os sinais são acionados nos participantes que receberam a estimulação, a medula espinhal se reconecta a rede neural para controlar e direcionar movimentos musculares.
    A terapia de reabilitação intensifica o impacto da estimulação elétrica na medula espinhal. Ao longo do estudo, os pesquisadores notaram que os participantes foram capazes de ativar os movimentos com menos estimulação, demonstrando a capacidade da rede neural em aprender e melhorar as funções do nervo espinhal.
    "O cérebro é capaz de aproveitar as poucas conexões remanescentes, e então processa as informações visuais, auditivas e de percepção. É algo bastante surpreendente. Isto significa que as informações do cérebro estão indo para o lugar certo na medula espinhal, e assim a pessoa pode controlar, com precisão bastante impressionante, a natureza do movimento", disse V. Reggie Edgerton, Professor da Universidade da Califórnia e um dos integrantes da equipe de pesquisadores.
    Dois dos pacientes que se beneficiaram da estimulação espinhal tinham paralisia sensorial e motora completa. Nesses pacientes, a via que envia informações sobre a sensação das pernas para o cérebro é interrompida, além da via que envia informações do cérebro para as pernas, a fim de controlar o movimento. Os pesquisadores ficaram surpresos com o resultado e afirmaram que pelo menos algumas vias sensórias deveriam estar intactas.
    Ótimas notíciasO estudo é a continuação dos testes realizados com Rob Summers, jovem paralisado do queixo para baixo e que recebeu estímulos elétricos em 2009. Ele recebeu 16 eletrodos implantados na medula espinhal e passou por um treinamento diário. Ele foi posto em uma esteira apoiado em um suporte enquanto pesquisadores o ajudavam a andar. Gradualmente, ele conseguiu sustentar o corpo e eventualmente poderia ficar sem o auxílio de fisioterapeutas por até quatro minutos. Sete meses depois, ele tinha retomado algum controle voluntário de suas pernas.
    Os pesquisadores se surpreenderam com os resultados, pois o movimento intencional requer informações para viajar desde o cérebro até a medula espinhal inferior, um caminho que tinha sido danificado com a lesão. Outras deficiências causadas pela lesão de Summers também começaram a melhorar ao longo do tempo, na ausência de estimulação, tais como controle da pressão arterial, regulação da temperatura de corpo, controle da bexiga e função sexual.
    Os três pacientes que participaram da segunda fase do estudo também já apresentam ótimos resultados. Dois deles têm paralisia motor sensorial completa e o terceiro tem paralisia motora completa, mas uma capacidade de experimentar a sensação abaixo da lesão. Dentro de poucos dias após o início da estimulação, os três pacientes recuperaram algum controle voluntário dos músculos previamente paralisados.
    "Com este estudo, os pesquisadores puderam provar que os resultados do estudo publicado na The Lancet há três anos não eram uma anomalia", disse Susan Howley, vice-presidente de pesquisa da Fundação Christopher e Dana Reeve. "As implicações deste estudo para todo o campo são bastante profundas e agora podemos imaginar um dia em que a estimulação na medula espinhal possa ser parte de um coquetel de terapias usadas para tratar paralisia."

    Veja abaixo a evolução dos pacientes (vídeo em inglês):



    IG

    UnB lança software para auxiliar ensino de autistas


    Quebrar barreiras para a inclusão é o que pretendem os criadores do software Aproximar, que será lançado nesta quarta-feira (9), às 14h30, no auditório da Reitoria. O programa de apoio educacional promove o ensino de gestos sociais a autistas, como o aceno e o positivo. Desenvolvido pelo Projeto Participar, o software deve ser utilizado como suporte para a integração de estudantes com o transtorno nos processos de interação social, e pode ser utilizado em escolas que possuem programas de inclusão de todo o país.
    O software foi criado para o grupo de autistas denominado clássico. “São os autistas com maior grau de comprometimento”, explica a pedagoga e chefe do Núcleo de Transtorno Global do Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Educação do DF, Maraísa Borges Pereira. De acordo com a pedagoga, que também atua no Projeto Participar, a demanda veio em resposta ao alto número de estudantes autistas, inseridos em escolas especializadas, que não conseguiam ser integrados em escolas inclusivas. “Não existia nenhuma ferramenta tecnológica para atender o ensino de gestos sociais aos autistas clássicos”, aponta a professora.
    Apesar de o lançamento oficial estar programado para esta quarta-feira, o software já passou por processo de validação realizado por professores de escolas públicas do Distrito Federal. “O Aproximar é muito positivo, porque traz as tecnologias mais recentes para auxiliar o professor dentro da sala de aula”, avalia o professor Rudan Pereira de Souza. Ele trabalha no Centro de Ensino Especial 01 de Taguatinga com estudantes que possuem o transtorno do espectro autista.
    Acesse aqui o software.
    Na foto acima, os estudantes Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva, que desenvolveram o projeto como trabalho de conclusão de curso. “Estudando em uma universidade pública a gente tem que desenvolver soluções de utilidade pública”, defende Eduardo.
    Desempenho
    O Aproximar é um aplicativo desktop que não necessita de conexão com a internet para ser executado. Ele funciona a partir de um sensor de movimentos chamado Kinect, que permite ao usuário interagir com o computador. O software é composto por um sistema de reprodução de vídeos, separados em duas categorias: de tarefa e motivacionais.
    Ao longo das atividades, os vídeos dão os comandos que devem ser reproduzidos pelo usuário. São sete gestos sociais: mandar beijo, fazer sim e não com a cabeça, levar as mãos à cabeça, fazer sinal de positivo, bater palmas e dar tchau. O sensor avalia se a atividade foi realmente executada e dispara um vídeo de motivação para o usuário. “A intenção é trabalhar como uma brincadeira de imitar em frente ao espelho”, explica Alexandre Silva dos Santos, um dos desenvolvedores do projeto.
    Criação
    O software levou cerca de 12 meses até chegar a fase de lançamento, e envolveu todos da equipe do Projeto Participar. A pedagoga Maraísa Borges foi quem apresentou a demanda da Secretaria de Educação do DF aos demais integrantes do grupo e desenvolveu as bases pedagógicas do projeto. A jornalista Neuza Meller, diretora da UnBTV, respondeu pela produção e edição de imagens que compõem o software.
    Já o professor Wilson Veneziano, do Departamento de Ciência da Computação, coordenou o viés tecnológico do programa, elaborado pelos estudantes Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva, que desenvolveram o projeto como trabalho de conclusão de curso. “Estudando em uma universidade pública a gente tem que desenvolver soluções de utilidade pública”, defende Eduardo.
    O projeto também contou com a atuação de professores de duas escolas da Secretaria de Educação do DF, que colaboraram na construção e validação do software. Uma das escolas, de atendimento especial, trouxe ao projeto o parâmetro de atuação no caso de estudantes com características mais severas do autismo. A segunda escola, inclusiva, acrescentou a variável de autistas com menor comprometimento comportamental e cognitivo. “Alunos de várias classes especiais participaram do processo de validação”, conta Maraísa.
    Outros projetos
    Além do Aproximar, o Projeto Participar já desenvolveu outros três softwares educacionais para o auxílio à inclusão: os programas Participar I e II e o Somar, para ensino de matemática aplicada ao cotidiano de portadores de deficiência intelectual, que deve ser lançado em agosto deste ano.
    • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0