sábado, 19 de maio de 2012

Uma médica tem 406 filhos e é uma mãe exemplar Publicado em 18/05/2012 por Luis Ricardo em Notícias


Dela, são seis. Mas somando os que trata e se dedica como se filhos fossem, passa dos 400. Desde cedo, a médica Fátima Dourado aprendeu a transformar sua dor em um caminho que mudou não só a vida de seus filhos autistas, mas de milhares de crianças Brasil afora.
Uma médica tem 406 filhos e é uma mãe exemplar 
Médica Fátima Dourado
“Sempre gostei dessa possibilidade que o ser humano tem de reinventar a vida”. A frase que sai da boca da médica Fátima Dourado é a mesma que desenha sua trajetória. Em 57 anos de vida, ela conseguiu fazer do que lhe encanta na literatura sua própria história. Fátima se reinventou ao transformar a dor das rejeições sofridas pelo primeiro filho autista, Giordano Bruno, em um caminho de vida – dela mesma e de outras centenas de mães que têm seus filhos atendidos pela Fundação Casa da Esperança.
Mãe de seis filhos – dois dos quais têm autismo – Fátima se deparou com o transtorno numa época em que ninguém sabia do que se tratava. Na psicanálise, a teoria era de que os autistas eram crianças normais que estavam se refugiando em seu mundo porque tinham um problema de vínculo com a mãe, que chegaram a ser definidas pelo termo “mães-geladeiras”.
“Como era o que tinha na época, teve um tempo que eu cheguei a duvidar do meu amor. Onde eu tava amando errado para ter crianças tão lindas que não conseguiam desenvolver a fala?”, lembra Fátima.
Nela, não estava o problema e, sim, a solução, ou, pelo menos, a esperança. Quando viu o filho Giordano, hoje com 32 anos, ser rejeitado pela escola por estar dando muito trabalho e a instituição não ter profissionais treinados para atender àquele tipo de adolescente, Fátima decidiu criar a própria escolinha. De oito alunos iniciais, a então pequena escola para crianças com autismo hoje é uma referência nacional no tratamento do transtorno, onde 400 crianças têm assistência total e outras milhares recebem atendimento ambulatorial.
Além de não ter sido em vão, a luta de Fátima não foi solitária. Hoje, de tanto ver a dedicação da mãe, praticamente toda a família vive em torno do autismo. Fora Giordano e Pablo, 28, que foram a razão da médica ter mergulhado nessa luta, o filho mais velho, Alexandre, 34, além de ter casado com uma das mães fundadoras da Casa da Esperança que já tinha uma filha com o transtorno, é um militante na defesa dos direitos das pessoas com autismo.
A luta deu a Fátima também a oportunidade de reconstruir sua vida amorosa. Na própria instituição, conheceu o atual marido, o psicólogo Alexandre Costa. Dessa relação, vieram Gabriel, 13, e Maria Teresa, 6, que entrou na vida de Fátima quando ela já havia chegado aos 50. “Foi um presente que a vida me guardou na maturidade. Se houve um tempo em que achava que meu amor era azedo, foi legal que a vida tenha me dado a chance de curar uma menina do autismo com esse amor”, reflete. “A felicidade é uma coisa que eu nunca busquei fora. Não sei o que é inveja. Eu gosto da minha vida, da minha história, dos meus filhos, eu gosto de ser nordestina, de estar em Fortaleza. Eu tô feliz, Deus me colocou no lugar certo, na família certa”, comemora. (Naara Vale)

RAIO X DA MÃE

Nome: Fátima Dourado
Idade: 57
Profissão: pediatra e psiquiatra
Filhos: Alexandre, 34; Giordano, 32; Gustavo, 30; Pablo, 28; Gabriel, 13; Maria Teresa, 6.
Ser mãe é: “É abrir a cabeça e o coração para ajudar outra pessoa no seu desenvolvimento, adotar uma pessoa do jeito que ela é, com todas as suas possibilidades. Ser mãe, biológica ou não, sempre tem seu lado de adoção. É sempre uma busca de equilíbrio porque não tem uma fórmula pronta entre a proteção e o respeito às escolhas do indivíduo.”
Já Gustavo, 30, utilizou a profissão para implantar oficinas de música na fundação, da qual é o atual vice-presidente. Além disso, por um desejo compartilhado com a esposa, ele adotou Dudu, 7, que também tem autismo. “Nessa hora, eu tive que mudar meu discurso de que ninguém escolhe ser mãe de autista. Minha nora escolheu ser mãe de um”, orgulha-se. “O autismo não deu só dificuldades e desafios à nossa família, ele trouxe grandeza para esses meninos. Reduziu o preconceito ccom outras formas de ser”, completa

Rampa pra que?

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20 coisas que aprendi com meu filho especial



Por Andrea Werner Bonoli 
1. Aprendi que não sou dona do tempo. Nada vem exatamente quando eu espero, mas isso inclui as boas surpresas também.
2. Aprendi a respeitar ainda mais todo tipo de diversidade. E que todos, independente de raça, condição social, crença ou orientação sexual merecem ser respeitados. O que todo mundo quer, na vida, é ser feliz e ser aceito.
3. Aprendi a ler linguagem corporal. Já sei muita coisa sobre o meu filho só de olhar pra ele. E isso serve para os filhos das amigas também!
4. Aprendi que, aquilo que a gente fala quando está grávida (o importante é ter saúde) é, realmente, muito importante. Pouco importa se é menino ou menina, se tem olhos verdes ou castanhos.
5. Mas se, por um acaso, a criança não vier com 100% de saúde – seja lá o que isso significa – , você vai aprender a se virar também.
6. Aprendi que vale a pena perder um tempo observando o vento balançar a árvore, as folhas que vão caindo, a chuva batendo na janela.
arquivo pessoal


7. Aprendi que ninguém conhece meu filho tão bem quanto eu. E que, quem sabe o que é o melhor pra ele, sou eu. E, justamente por isso, aprendi a confiar mais nos meus instintos com relação a ele.
8. Aprendi que o controle das coisas não está totalmente nas minhas mãos. E que o futuro pode ser menos assustador se pararmos de pensar nele 100% do tempo.
9. Aprendi que é importante valorizar cada passo de formiga que meu filho dá. E que muitas mães – principalmente as mães de crianças “normais”- não sabem valorizar coisas simples como um “por que?” e reclamam das coisas mais absurdas. Não entendem que, pra algumas crianças, fazer algumas coisas triviais assim é o equivalente a um milagre.
1o. Com isso, aprendi a valorizar cada olhar, cada abraço, cada carinho, cada nova palavrinha que pode demorar 1 mês pra sair…e mais 4 meses pra ser repetida.
11. Aprendi que nem tudo que acontece é resultado das nossas escolhas ou desejos. Mas que podemos, muitas vezes, escolher como reagir a esses acontecimentos.
12. Aprendi que é importante estar bem para cuidar de quem está comigo.
13. Aprendi que cada pessoa sofre de um jeito. Umas começam a fumar, outras vão malhar, outras vão comer, mas todas sofrem.
14. Aprendi que não existe família perfeita e que todo mundo tem problemas. E o meu não é maior que o seu. Só é diferente.
15. Aprendi que várias pessoas que reagem de forma inapropriada perto de uma criança com necessidades especiais são, simplesmente, desinformadas. Outras, infelizmente, são cruéis mesmo.
16. Aprendi a não julgar ninguém pelas aparências. Principalmente aquela criança que parece agitada demais, grita, ou é inconveniente.
17. Aprendi que os profissionais que vão fazer meu filho progredir mais são aqueles que, verdadeiramente, amam o que fazem. E que amam o meu filho também. :)
18. Aprendi que, mais triste que descobrir que o filho é autista, deve ser descobrir que o filho não respeita ou ataca pessoas com deficiências, homossexuais, negros, ou qualquer outra minoria.
19. Aprendi que pedir ajuda não significa que você é incapaz. Significa que é humano.
20. Aprendi que o sorriso é uma linguagem universal. E que o amor não precisa de voz.