sábado, 13 de julho de 2013

Parceria da PUC-PR com ONG possibilita a prática do Power Soccer em Curitiba

A PUC PR incentiva o Power Soccer, uma modalidade de futebol em cadeira de rodas motorizadas. A ONG “Instituto Pontapé Inicial” sediada na universidade apoia a inclusão de deficientes físicos no esporte através de uma equipe chamada Quatro por Quatro Power Soccer. O grupo da modalidade é vice-campeão brasileiro e busca mais divulgação para o esporte, visando sua existência na Paraolimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
Maria Luiza Barbosa sempre observou seus dois filhos, ambos cadeirantes, limitarem seu gosto pelo futebol à tela da televisão. Mas isso mudou quando a família foi ao festival de música “Rock n' Rio” e uma equipe de inclusão convidou os rapazes para jogarem o até então desconhecido Power Soccer – jogo de futebol em cadeira de rodas motorizadas – e desde então a vida dessa família mudou.
Maria Luíza e seu marido Ilson Barbosa criaram a ONG de apoio e inclusão ao deficiente físico no esporte. Dentro deste projeto, criou-se há um ano a equipe de futebol paraesportivo “Quatro por Quatro Power Soccer”. O presidente do grupo é Ilton Barbosa Júnior, um dos filhos cadeirantes do casal. 

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná firmou parceria com esta ONG, oferecendo-lhe espaço para treinamento dos atletas todos os sábados. 
Além dos coordenadores do Instituto, os atletas podem contar com apoio psicológico, tático e fisioterapêutico. Júlio Brock atua como treinador do time, Betina Schreiner é a psicóloga que atende os atletas e Luzanira Correia Feitosa fornece o atendimento fisioterapêutico. Tais profissionais trabalham voluntariamente para a ONG. 
A psicóloga Betina Schreiner faz um trabalho motivacional de relaxamento e integração entre os jogadores. A sessão ocorre com os atletas unidos, numa conversa aberta e com atividades de interação. “Focamos no potencial de cada um deles”, afirma a psicóloga, que também diz ser este um trabalho desafiante e precioso. Já a fisioterapeuta Luzanira Correia Feitosa classifica os atletas para o Power Soccer de acordo com o seu nível motor, físico e mental apresentado. 
Claudiane Ribeiro, mãe de um dos atletas considera que a melhora de vida dos praticantes do esporte é visível e substancial. “Houve uma mudança muito grande na autoestima dele, vaidade e também com os amigos, ele está muito mais solto”.
A atleta Agatha Vieira diz que gosta da união do grupo e a considera muito importante. “Sou melhor compreendida no mundo e no mundo deles pois antes não tinha contato com pessoas que tem os mesmos problemas físicos que eu.” 
Ilton Junior, presidente da Instituição, concorda com os demais e diz que se sente mais feliz pois agora tem uma atividade motivante para praticar, antes ficava só em casa sem nada para fazer.
O diretor Ilton Barbosa reclama que como a maioria dos esportes paraolímpicos, a divulgação desta modalidade é pequena. “Lamento que poucas pessoas saibam que o Power Soccer exista e que a PUCPR apoia esse esporte para a população”. De acordo com ele, eles precisam de mais divulgação pois muitos não sabem que o portador deficiência pode praticar um esporte. “O esporte traz responsabilidade, coragem, trabalho em equipe e interação. Todos os que tem essa oportunidade tem uma grande chance de melhora, um grande exemplo de superação para a vida” declara. Eles ainda fizeram um apelo por voluntários para ajudar nos treinos e para a área de divulgação.

A evolução do Power Soccer
O grupo começou com quatro jogadores, hoje já são em vinte. Em 2012 competiram na 1º Copa Brasileira de Power Soccer no Rio de Janeiro e foram vice-campeões. Como o movimento de divulgação deste esporte ainda é lento, existem apenas duas equipes em todo o Brasil, cada equipe possui quatro times: uma no Rio de Janeiro, e esta em Curitiba. 

Os esportistas usam cadeiras de rodas motorizadas com uma grade de proteção para os pés. Existe uma cadeira específica para o esporte, mais veloz, porém cara e fabricada somente fora do país. Uma empresa paulista está começando com os estudos para a fabricação nacional de cadeiras de uso exclusivo ao atleta do Power Soccer, mas o projeto está ainda em desenvolvimento.
Porém, o Power Soccer, ou Futebol em Cadeira de Rodas não é novidade. A modalidade paraesportiva nasceu na década de 70 na França e no Canadá, paralelamente. Pode ser praticado por homens, mulheres, adultos e crianças.
Somente em 2006 o esporte foi regularizado com a criação da FIPFA, a Federação Internacional de Futebol em Cadeira de Rodas. No ano seguinte foi possível a realização da primeira Copa do Mundo deste esporte. Atualmente o esporte já é praticado em mais de 18 países no mundo todo.
No Brasil, a expectativa é que o esporte já esteja hábil para sua prática na Paraolimpíada de 2016. O país é o primeiro membro sul-americano da FIPFA e responsável pela divulgação do Power Soccer para os demais países da América do Sul. 

Grupo: Cristina Keune, Izabela Weber e Sâmela V Rodrigues
Jornalismo 1ºperíodo Noturno
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