quinta-feira, 28 de maio de 2015

Lacres de Alumínio

Uma maneira rápida e fácil de envolver seus amigos e ajudar o Pequeno Cotolengo.

Mobilize a coleta de lacres de alumínio e colabore com a 
aquisição de cadeiras de rodas e com a aquisição de itens 
de custeio, garantindo a qualidade de vida para nossos 
moradores.

1. Colete os lacres em festas, almoços e outras oportunidades;
2. Guarde os lacres em garrafas PET 2L;
3. Faça a doação das garrafas ao Pequeno Cotolengo;
4. O Pequeno Cotolengo vende os lacres como alumínio;
5. Os recursos são revertidos para cadeiras de rodas e itens de custeio.


* Em média, a cada 170 garrafas, é possível adquirir uma cadeira de rodas simples. O valor varia conforme cotação do alumínio e peso das garrafas.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

TRABALHO COM HORTAS AJUDA NA EDUCACAO DE JOVENS COM DEFICIENCIA


Olha que boa ideia. A Escola de Educação Especial 29 de Março, de Curitiba, monta hortas suspensas como parte de suas atividades com os alunos. A galera que tem deficiência física e múltiplas planta, cuida e colhe as verduras e legumes. Os professores contam que a atividade auxilia no trabalho pedagógico e terapêutico dos alunos. Veja a foto de Jaelson Lucas/SMCS.

Descrição da Imagem #PraCegoVer: fotografia de um jovem. Ele está sentado em uma cadeiras de rodas e sorri, fechando os olhos. Ele segura uma pá de horta, enquanto mexe nos alfaces plantados na horta. Ao fundo, há uma menina, também em cadeira de rodas. Apenas o rosto dela aparece por trás dos alfaces. Sobre a imagem, está escrito "trabalho com hortas ajuda na educação de jovens com deficiência".

terça-feira, 26 de maio de 2015

Não é a meritocracia; é o valor que se cria

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Meritocracia é uma palavra bonita. Não. É uma palavra que remete a uma coisa bonita: que cada um receba de acordo com seu mérito, que em geral é igual a esforço, dedicação; às vezes se inclui a inteligência.
E — é o que garantem alguns liberais — é isso que vigora no mercado. Quem se esforça, chega lá.
É questionável até que ponto esse tal mérito pessoal sequer exista. Hélio Schwartsman, na Folha, apontou aquele fato que ninguém gosta de lembrar: o esforço pessoal, o suor, a capacidade de trabalho, a inteligência; todos dependem de variáveis que estão fora da escolha pessoal — do mérito, portanto — do indivíduo. Essa esfera do que é só meu, do mérito próprio distinto das circunstâncias do ambiente e da história, simplesmente não existe.  Ao menos, não da forma simplória que se vende.
E existindo ou não, será verdade que o mercado premia justamente o mérito? Se for, caro liberal, então você está obrigado a defender que Gugu Liberato e Faustão têm mais mérito do que um professor realmente excelente e que realmente ensine coisas úteis.
Nada contra o Gugu e o Faustão, mas eles não são meu exemplo ideal de disciplina, dedicação e trabalho duro. E, mesmo assim, o mercado os recompensa muito bem. Do outro lado, milhões de trabalhadores labutam dia e noite, e outros milhões de desempregados procuram o que fazer, e continuam pobres. Ainda falta esforço? São preguiçosos, burros talvez?
Nada disso.
O que realmente determina a remuneração no mercado não é o mérito, não é a virtude, não é o esforço ou a dedicação. É apenas a criação de valor; o valor que aquela pessoa consegue adicionar à vida dos demais.
Não importa se é por esforço, inteligência, sorte, talento natural, herança; quanto mais imprescindível ela for aos outros, mais os outros estarão dispostos a servi-la.
O esforço por si só não garante nada. É verdade que, tudo o mais constante, se a pessoa encontra um campo em que ela gera valor, o esperado é que mais esforço gere mais valor. Com o passar das gerações, a ascensão social se acumula: a filha da retirante nordestina que trabalha de empregada tem computador, aula de inglês e provavelmente não será doméstica quando crescer.
É assim que as sociedades enriquecem. Não é de uma hora para outra, e não tem nada a ver com a crença ingênua de que a renda é ou deveria ser proporcional ao mérito.
Nada é garantido. Às vezes o setor em que o sujeito trabalha fica obsoleto, e o valor produzido pela dedicação de uma vida cai abruptamente. Havia gente muito dedicada entre os técnicos de vitrola de meados dos anos 1990; e mesmo assim…
Meritocracia é um conceito que se aplica ao interior de organizações. Promover membros com base no mérito (em geral medido por algum indicador) pode ser melhor do que fazê-lo por tempo de serviço, pela opinião subjetiva de um superior etc. Meritocracia é um modelo de gestão.  Até mesmo o governo, por exemplo, poderia se beneficiar dela, reduzindo suas ineficiências.  Não é um modelo sem falhas: a necessidade de mostrar resultados cria uma pressão interna muito grande e pode minar a cooperação, a manipulação dos indicadores pode viciar o sistema de avaliação.
Encontrar o sistema mais adequado a cada contexto é uma questão de administração, de funcionamento interno de organizações, que nada tem a ver com o mercado.  Mercado é o processo (sim, memorizem isso: o mercado é um processo) no qual algumas organizações existem e operam. Às vezes organizações nada meritocráticas prosperam no mercado, e organizações meritocráticas podem existir fora dele.
Satisfaça as necessidades dos outros, e as suas serão satisfeitas. Não importa se é por mérito, por sorte ou por talento. O cara mais esforçado e bem-intencionado do mundo, se não criar valor, ficará de mãos vazias.
Achou injusto? Então aqui vai um segredo: é você quem perpetua esse sistema. Se sua geladeira quebra, você vai querer um técnico esforçado e que dê tudo de si, ou vai querer um que faça um ótimo serviço, com pouco esforço e a um baixo custo? Quer um restaurante ruim mas com funcionários esforçados ou quer comer bem? O mundo reflete o seu código de valores e, veja só, ele não é meritocrático.
A vida não é e nem deve ser uma corrida que parte de condições iguais e na qual, no fim do jogo, vencem os melhores. Na medida em que esse sonho meritocrático é sequer possível (estamos muito longe de corrigir desigualdades genéticas, por exemplo), ele exigiria um investimento enorme só para produzi-lo; sacrificaríamos valor para criar condições artificiais que se adequem a esse ideal abstrato. Todos ficariam mais pobres para realizar esse sonho moral.
Mas quem disse que a igualdade é moralmente superior à desigualdade? Se um meteorito cai na minha casa e não na sua, isso é injusto? É imoral?
O sistema de mercado não premia a virtude; ele premia, e portanto incentiva, o valor. É feio dizê-lo? Pode ser, mas ele tem um lado bom: é o sistema que permite que a vida de todos melhore ao mesmo tempo. Que todo mundo que quer subir tenha que ajudar os outros a subir também. Ele não iguala o patamar de todo mundo, mas garante que a direção de mudança seja para cima.
O ideal da meritocracia tem o seu apelo, mas ele depende de meias-verdades: a ideia do mérito que é só meu e de mais ninguém, a de que meu suor justifica o que eu ganhei. Sem suor ou inteligência, o ganho é sujo, indevido. Mas o outro lado dessa moeda é feio: implica dizer que quem não chegou lá não teve mérito; que a pobreza é culpa do pobre.
A lógica do mercado é outra: você criou valor, será recompensado. Sua riqueza não diz nada sobre o seu mérito; ela não justifica e nem precisa ser justificada. O resultado desse foco no valor é que mais valor é criado. Você recebe aquilo que entrega e todos ganham.
[Nota do IMB: por que Faustão, Gugu, jogadores de futebol e artistas globais ganham mais de R$ 1 milhão por mês ao passo que um professor realmente bom ganha apenas uns R$ 5 mil?  Um bom professor pode realmente gerar valor, mas ele gera valor para uma quantidade ínfima de pessoas ao ano.  Quantos alunos diferentes ele tem?  Provavelmente, não mais do que 200 (um número bem exagerado).  Portanto, ele cria valor para 200 pessoas por ano.  É uma produtividade extremamente baixa.  Já os indivíduos supracitados têm alcance nacional (alguns, mundial), milhões de pessoas consomem voluntariamente seus serviços, e eles geram retornos — goste você ou não deles — para seus empregadores semanalmente, que estão satisfeitos em lhes pagar salários milionários.  Se não gerassem valor, seria simplesmente impossível terem esses salários.]

Joel Pinheiro da Fonseca é mestre em filosofia e escreve no site spotniks.com." Siga-o no Twitter: @JoelPinheiro85 
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2054

Se você acha que todos têm as mesmas oportunidades, dá uma lida nessa história em quadrinhos Por WILL

Privilégio e justiça social são dois temas que ganharam inúmeras discussões nas redes sociais ultimamente.
Em tempos de Eleições e crise econômica, todo argumento parecia rodear essas questões.
A verdade é que o entendimento sobre os assuntos são muito mais complexos do que qualquer discussão no Facebook costuma levantar. Mas, para nossa sorte, o ilustrador australiano Toby Morris criou um quadrinho que coloca um pouco de luz sobre isso.
Feito para qualquer um entender, On a Plate (“De bandeja”, em tradução livre) foi traduzido pelo pessoal do catavento*.

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http://awebic.com/cultura/se-voce-acha-que-todos-tem-as-mesmas-oportunidades-da-uma-lida-nessa-historia-em-quadrinhos/

Um cinema deu garrafas de água. Ninguém conseguiu abri-las. Então algo começou rodar na telona…

Em um cinema de Los Angeles, o The Water Project executou uma promoção: todos que estavam por lá ganhariam uma garrafa de água.
Mas, é claro, tinha uma pegadinha.

As garrafas eram praticamente impossíveis de abrir.

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Por quê? Para chamar atenção para uma causa social. Depois que as pessoas se sentiram frustradas de não conseguirem beber água, algumas palavras apareceram na grande tela.

“Se você acha frustrante fazer um pequeno esforço para beber água, imagine o que essas crianças sentem.”

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Invés de trailers de filmes, as imagens mostravam crianças que precisam se esforçar para buscar água todos os dias.
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Ficou claro o desconforto da platéia.

Clique no play e veja como aconteceu.

Nós reclamamos quando a crise hídrica bate em nossas portas e não temos água na torneira. A verdade é que existem pessoas em situação muito pior.
1 em 9 pessoas ao redor do mundo sofre com escassez de água para beber. Cerca de 2.000crianças morrem todos os dias de doenças transmitidas por água contaminada.

Agora a boa notícia

Melhorar o acesso de água potável no mundo não é impossível. Entre 1990 e 2002, 1 bilhão de pessoas ganharam meios de consumir água potável — e o número tem crescido ainda mais.
Vamos ser sinceros: colocar um monte de gente numa sala de cinema tentando abrir garrafas de água vai solucionar a escassez de água potável no mundo? Não. Mas o experimento é feito para chamar atenção a um problema básico que muitas pessoas enfrentam todos os dias.

Empatia pode se tornar ação

Se você acha que todas as pessoas do mundo deveriam ter acesso aos recursos básicos para a vida, então você conseguiu entender a proposta da campanha.
Basicamente você pode ajudar de duas formas: financeiramente através do site do projeto oucompartilhando este experimento social com seus amigos.
http://awebic.com/cultura/um-cinema-deu-garrafas-de-agua-ninguem-conseguiu-abri-las-entao-algo-comecou-rodar-na-telona/

terça-feira, 19 de maio de 2015

SONATA PARA VIOLONCELO - UM FILME SOBRE FIBROMIALGIA



'Sonata para violoncelo' de Anna M. Bofarull, vai ser apresentado ao mundo no Dia Mundial da Fibromialgia, 12 de Maio de 2015. 

Este é o primeiro filme dedicado a este tema.

Sinopse:
Julia é uma reconhecida violoncelista de quase 50 anos, que passa a vida a viajar para diferentes cidades do mundo, a fim de dar concertos.
O seu trabalho exige muitas horas de estudo e de ensaios o que ela aceita, porque gosta do que faz e porque desfruta da companhia dos seus amigos, mantendo uma vida social muito animada.
O aparecimento de um problema imprevisto vai obrigar Julia a repensar toda a sua vida, a longo prazo. Depois de vários anos sofrendo dores intermitentes em diferentes partes do corpo, é finalmente, diagnosticada com fibromialgia, uma doença crónica. Enquanto Julia tenta viver a sua vida como sempre fez, a doença vai impondo numerosos obstáculos e ela começa a relacionar-se com pessoas, até então, afastadas.
Com Montse GermánJuanjo PuigcorbéJan Cornet más
Género Drama
País España

trailer



Anna M. Bofarull diz "São poucos os que realmente entendem como vive alguém com fibromialgia". 
Neste filme a realizadora pisa um terreno que conhece muito bem, usando a música como fio condutor. A sua mãe sofre de fibromialgia há anos e, é esta a causa do envolvimento pessoal e da necessidade de falar sobre o assunto, através do cinema. Graças à divulgação que faz da doença, o filme recebeu o apoio de diversas associações e entidades, públicas e privadas, relacionadas com a fibromialgia. Para financiar o filme usaram-se os meios tradicionais mas também o crowdfunding (financiamento colaborativo).

Julia é uma mulher atraente, elegante e culta, disposta a viver a vida à sua maneira, entregue de corpo e alma à música. Reconhecida violoncelista de trajectória internacional, a determinado momento enfrenta uma reviravolta inesperada que a vai obrigar a repensar a sua vida, a longo prazo. Depois de anos de dores esporádicas em várias partes do corpo, Julia recebe um diagnóstico definitivo: fibromialgia. 

A longa metragem protagonizada por Montse Germán, Juanjo Puigcorbé e Anna Salas, rodou-se principalmente nas comarcas de Tarragona e também em Lleida, Barcelona, nos Pirinéus e em Berlim. A estreia do filme foi no Festival de Málaga e vai agora iniciar a apresentação em vários outros festivais, até chegar às salas comerciais.


COMO SURGE ESTE PROJECTO?

A ideia já surgiu há muito tempo. A minha mãe sofre de fibromialgia e a mim interessava-me ver o reflexo desta doença no grande écran. Quis confrontar este problema com o processo de criação, de modo a que a mudança de vida que a dor crónica implica não obrigue apenas a mudar de trabalho mas obrigue a renunciar à única coisa importante na vida de uma artista, neste caso uma violoncelista reconhecida a nível internacional. Para Julia, a protagonista, a dor converte-se numa limitação que a leva a lutar contra o próprio corpo para continuar a tocar.


APESAR DO GRANDE NÚMERO DE PESSOAS DIAGNOSTICADAS EM TODO O MUNDO, PERTO DE 4%, NÃO EXISTE AINDA NENHUM FILME QUE FALE DA FIBROMIALGIA...

Certo. Assim que tive um guião escrito e comecei a pesquisar formas de financiar o projecto, investiguei e fiquei muito surpreendida ao saber que nunca ninguém tinha feito um filme sobre este assunto, apesar do grande número de afectados pela doença. Assim pensei que este seria mais um motivo para apostar neste projecto.


PORQUE É TÃO DESCONHECIDA, A FIBROMIALGIA?

Nos últimos anos este nome 'fibromialgia' tem-se ouvido mais, mas, ainda que muitos comecem a associá-la a dor crónica, poucos são os que realmente entendem como vive alguém com fibromialgia. Os portadores desta doença queixam-se de que nem amigos nem familiares os compreendem, que os acusam de "fazer de conta" ou que não têm vontade de trabalhar, não são activos. Isto é muito injusto.


'SONATA PARA VIOLONCELO' PARTE DE UM CONTEXTO DE FICÇÃO, ATRAVÉS DO CINEMA, ATÉ À COMPLEXA REALIDADE QUE ENVOLVE A FIBROMIALGIA. O QUE VAMOS DESCOBRIR SOBRE ESTA DOENÇA?

O espectador vai descobrir, não tanto as razões médicas da doença, mas de que forma se pode viver com a dor, como se enfrenta, como condiciona muitos aspectos da vida. Trata-se de um caso concreto mas, até à data, o filme tem sido muito bem recebido por parte dos afectados pela doença (maioritariamente mulheres), que se vêm reflectidas, o que, para mim, é muito importante.


NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE ABORDAS, EM FILME, UMA PROBLEMÁTICA SOCIAL. O QUE TE ATRAI NO TEMA?

Para mim, escrever, realizar e produzir um filme significa dedicar muitos anos de vida a um projecto, envolver-me de forma obssessiva, já que o tema e os personagens me absorvem por completo. Por isso sinto necessidade de ser útil, de alguma forma, à sociedade onde vivo, que o meu trabalho tenha mais sentido do que a pura diversão cinematográfica. Consigo isso ao estar próxima de temas sociais relevantes.

A INTERNET E AS REDES SOCIAIS FORAM AS GRANDES ALIADAS DESTE PROJECTO. DE QUE MANEIRA CONTRIBUIRAM PARA QUE O FILME SE FIZESSE?

Há 4 anos decidimos avançar com este projecto, publicamente. Partilhamos a ideia e a dificuldade de financiar o filme com todos os portadores de fibromialgia, ao mesmo tempo que apelamos ao crowdfunding (uma forma de financiamento colectivo). O mais interessante foi receber o feedback de muita gente, em todo o mundo, durante todo este tempo, o que nos animava a prosseguir pelo duro caminho que se percorre para concretizar um filme. Houve momentos em que isto foi a única causa pela qual continuamos a trabalhar, sem atirar a toalha ao chão. A cada semana recebemos contactos a perguntarem quando poderão ver o filme, em cada um dos países.


PORQUE FOI ESCOLHIDO O FESTIVAL DE MÁLAGA PARA ESTREAR O FILME?

Foi uma espécie de prémio pelo longo processo de produção, um reconhecimento pelo trabalho realizado. Málaga é uma montra fundamental para o panorama cinematográfico espanhol, recebe muita atenção da imprensa e pode ser uma grande ajuda para abrir caminho até às salas de cinema.


Jan Cornet, Anna Maria Bofarull e Montse Germán no Festival de Málaga



website do filme Sonata para Violoncelo
El Diario
http://fibromialgiaempt.blogspot.com.br/2015/04/sonata-para-violoncelo-um-filme-sobre.html

domingo, 17 de maio de 2015

Agora ou Nunca: jovens angolanos cegos lutam por permanência no Brasil

Grupo chegou há quinze anos, e busca ajuda para custear vida longe de casa


Agora ou Nunca: jovens angolanos cegos lutam por permanência no Brasil

Grupo chegou há quinze anos, e busca ajuda para custear vida longe de casa

16/05/2015 às 17h10 
Atualizado em 16/05/2015 às 18h43
Jovens estão no Brasil há quinze anos (Foto: TV Globo)Jovens estão no Brasil há quinze anos (Foto: TV Globo)
Quinze anos atrás, um grupo de crianças angolanas desembarcava no Brasil em busca de melhores condições de estudo. Todos os jovens são cegos e desde que chegaram ao país continuam em contato com antigos sonhos.
“Nós viemos através de uma bolsa de estudos do governo angolano. Ano passado, falaram que tínhamos que voltar para a Angola e que a bolsa tinha acabado”, explicam os jovens que brigaram por um visto de permanência no Brasil.
“Nossa luta de permanecer no Brasil e estudar é justamente o amor que temos por Angola. Queremos voltar para ser parte de uma solução”, explica Prudêncio.
Para entender melhor o que aconteceu com os “irmãos”, Luciano Huck foi para Curitiba conversar com eles. Juntos, eles formaram uma nova família e alguns perderam o contato com os familiares que ficaram em Luanda, no país de origem. “Meu pai faleceu na guerra e, com o tempo, perdi totalmente o contato com a família”, explicou Jacó, integrante do grupo. Um dos estudantes, Rui, chegou ao Brasil com apenas sete anos.
Após desembarcar no Rio de Janeiro, os angolanos experimentaram as maravilhas da cidade carioca. No clima do circuito mundial de surf, os estudantes surfaram  e se divertiram. “Foi muito radical e eu gostei demais”, contou Mauricio empolgado. Já no palco do programa, o grupo aceitou o desafio de provas especiais do Agora ou Nunca e levou para casa trinta mil reais.
Luciano foi a Curitiba conversar com os angolanos (Foto: TV Globo)Luciano foi a Curitiba conversar com os angolanos (Foto: TV Globo)http://gshow.globo.com/programas/caldeirao-do-huck/O-Programa/noticia/2015/05/agora-ou-nunca-jovens-angolanos-cegos-lutam-por-permanencia-no-brasil.html

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Curitiba ganha primeiro centro de atendimento ao autismo



VIDA E CIDADANIA | 5:22 | 31/03/2015

Curitiba ganha primeiro centro de atendimento ao autismo

O ambulatório Enccantar recebe crianças e adolescentes com autismo. O atendimento com psicólogo, terapeuta ocupacional, neuropediatra e fonoaudiólogo deve ser solicitado na unidade de saúde mais próxima da residência da família.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Um lugar onde se pode ensinar e aprender de tudo – e não é uma escola: conheça a Cinese

Um lugar onde se pode ensinar e aprender de tudo – e não é uma escola: conheça a Cinese

Juliana Mariz - 11 de maio de 2015
As sócias do Cinese: Camila, Giovana e Anna.
As sócias do Cinese: Camila, Giovana e Anna.
Quando tinha quinze anos, Anna Haddad saiu de Campo Grande rumo a São Paulo para cumprir a meta traçada pela família: estudar no colégio Bandeirantes. A tradicional escola, que fica no bairro do Paraíso, é reconhecida pelo ensino rigoroso e por atrair alunos que não querem fazer escala (os famigerados cursinhos) para passar no vestibular. Anna cumpriu o roteiro. Tirou boas notas, terminou o ensino médio e, aos 17 anos, foi aprovada em Direito, na PUC, em São Paulo. Cursou a faculdade e, também seguindo o roteiro, começou a trabalhar em um escritório de advocacia, na área empresarial. Até que, aos 25 anos, a rotina e o tailleur passaram a incomodar:
“Olhava ao redor e não fazia ideia de como tinha chegado até ali, que percurso tinha realizado. Eu tinha 25 anos, era advogada, mas não sabia o que queria da vida”
Era hora de sair do roteiro: ela pediu demissão e pegou a estrada de volta para casa. No próximo ano e meio, passou a trabalhar com o pai na construtora da família e dividiu-se entre o expediente na empresa e uma pós-graduação em direito imobiliário, feita em São Paulo. “Pegava a estrada semanalmente. Foi ótimo me reaproximar da família, mas percebi que também não era aquilo que queria para a minha vida”, conta.
Quando estava em São Paulo, Anna aproveitava para pesquisar, ler, encontrar amigos e, dessa forma, tentar enfrentar a inquietação — pessoal e profissional. Durante o processo, percebeu que gostava de Educação e decidiu se aprofundar: passou a ir a encontros, aulas e palestras, principalmente as que discutiam a “descolarização” ou que questionavam o modelo tradicional de ensino.
Registros de um encontro Cinese realizado este ano: a educação também está fora da escola.
Registro de um encontro Cinese realizado este ano: a educação também está fora da escola.
Apesar da angústia que a crise de identidade provoca, nessa fase Anna não estava sozinha. Tinha como interlocutora alguém bem próxima, e que passava por algo similar: sua irmã mais nova, Camila Haddad — que também fez Bandeirantes e que também entrou direto na faculdade (iniciou Publicidade, trancou, e depois concluiu Administração de Empresas na FGV). Depois de formada, Camila estava em Londres, fazendo mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Lá, ela também estudou economia colaborativa. Foi quando o papo entre as duas ficou ainda mais estimulante. “Percebi que poderia me encontrar empreendendo um negócio que fizesse sentido para mim. Passamos a pesquisar juntas nessa direção”, conta Anna.
As irmãs (hoje com 27 e 28 anos) chegaram a montar um plano de negócios para uma empresa que “recirculasse” mercadorias e fosse colaborativa. Seria uma plataforma de compra, venda e troca de produtos. Elas mapearam o mercado, identificaram um ineditismo na proposta, montaram a estrutura, mas, segundo Anna, algo subjetivo não permitiu que seguissem em frente. “Não era um motivo racional, simplesmente não fluiu.”
AO TENTAR SE ENCONTRAR, ELA ENCONTROU UM NEGÓCIO
Na tarefa de autoconhecer-se, Anna percebeu a dificuldade que tinha em acessar conteúdos diversos. “Os formatos eram muito tradicionais, vinculados ao modelo professor-aluno. Eu sabia que tinha muita gente com muito conhecimento por aí, e tantas outras querendo aprender, mas sem se encontrarem. Eu era uma delas”, diz ela.
A angústia, dessa vez, serviu de ponto de partida para um negócio: o desejo de compartilhar conhecimento fez nascer a Cinese. A plataforma agrega pessoas que querem ensinar algo com aquelas que desejam instruir-se. Em qualquer lugar, em qualquer cidade. De matemática financeira a um bate-papo sobre futebol. Com doutorado ou sem. Anna fala a respeito:
“Qualquer conteúdo é válido se alguém tem interesse nele. No Cinese, acolhemos tudo e o pano de fundo é um só: o empoderamento das pessoas”
Antes de colocarem o site oficialmente no ar, as irmãs — que a esta altura já tinham acolhido uma terceira sócia, Giovana Camargo, 25, que cursou Gestão Ambiental e atua como gerente de comunidade na Cinese — fizeram uma espécie de “soft open off-line”, para testar a ideia. Será que as pessoas teriam interesse em educação informal? Em junho de 2012, as sócias organizaram a Semana Cinética, uma série de encontros em São Paulo com temas como educação informal, democracia e arte, música, urbanismo e mobilidade e minorias. “As pessoas se engajaram, cederam espaço. Foi incrível. Mais de mil pessoas passaram pelo evento”, lembra Anna.
Parte da equipe do Cinese: Anna e Camila Haddad, o designer Rafael Nepô e o programador Kenzo Okamura
Parte da equipe do Cinese: Camila e Anna Haddad, o designer Rafael Nepô e o programador Kenzo Okamura.
Com um investimento de 50 mil reais, meses depois do evento offline, em agosto de 2012 o Cinese foi ao ar. A plataforma funciona como uma rede social: de um lado, os usuários propõem encontros temáticos, palestras, aulas, workshops. Outros se inscrevem para buscar assuntos de interesse. O aprendizado é livre, coletivo e acessível. Desde o lançamento até hoje, já foram feitos 1 077 encontros entre os 10 920 usuários cadastrados.
No “menu” do Cinese há cursos e encontros gratuitos — como os de Meditação Transcendental, Modelos de Financiamento e Novas Moedas ou, ainda, Democracia Direta — e também opções pagas — Marchetaria Criativa (200 reais), Apreciação Musical (30 reais), Coaching de Carreira (2 790 reais). Além deles, há os canais curados, que levam a assinatura de instituições como o Cemec, o Estaleiro Liberdade, o portal Papo de Homementre outros.
OK, IDEIA LINDA, MAS: COMO CAPITALIZAR?
No começo, os encontros do Cinese eram gratuitos, o que acabou dando à plataforma uma característica de agregadora de cursos “socialmente relevantes”. Mas — e este é um dilema comum, central, a inúmeras ideias bacanas de plataformas digitais — era preciso capitalizar. Pensando nisso, Anna e Camila experimentaram cobrar uma taxa dos usuários que propunham uma aula remunerada. A conta era: cobrava-se 18% do arrecadado com a aula, dos quais 12% ficava com o Cinese e 6% ia para o MoIP (o sistema de pagamento on line utilizado). Deu certo, mas por pouco tempo.
“Percebemos que estávamos muito atreladas à meta de um determinado número de encontros por mês para fechar o orçamento. Não queríamos ser reféns disso. A visão de meta, lucro não faz sentido para nós. Por isso voltamos atrás e ainda estamos testando novos modelos”, afirma Anna. Ao questionarem o tipo de demanda que teriam de gerenciar, as sócias resolveram eliminar a cobrança da taxa. Elas mudaram o jogo. Mais que isso, colocaram todos os custos expostos no site, de forma transparente. Dessa vez, o retorno foi bem melhor.
Já no primeiro mês do novo modelo de arrecadação, voluntária, elas já conseguiam cobrir os custos fixos do negócio — que conta com o designer Rafael Nepô e o programador Kenzo Okamura. Além da participação pela aulas comercializadas via Cinese, outra fonte de receita são os chamados “canais curados”: escolas e espaços para cursos que publicam seus eventos na plataforma e contribuem com uma quantia mensal pelo uso do espaço.
Anna, em um encontro Cinese realizado no Lab89, fala sobre construção de comunidades.
Anna, em um encontro Cinese realizado no Lab89, fala sobre construção de comunidades.
Um pouco na tentativa e erro, mas também usando muito do que Camila tinha estudado sobre economia colaborativa e planejamento, aos poucos o Cinese percebeu que tinha um outro flanco no qual poderia atuar: elas notaram que a habilidade em ajudar outros a empreender também era um negócio. Assim, passaram a oferecer consultoria para ambientes e processos colaborativos. Aos poucos, conquistaram seus primeiros clientes nessa área, entre eles a Pharus, uma empresa de inovação e design, e a Petalusa, um espaço colaborativo na zona sul de São Paulo.
Quando pulou fora do roteiro que estava programado para si, Anna acabou encontrando — e reconhecendo — um novo percurso profissional. Encontrou também a parceria com a irmã, Camila, e ainda teve a sorte de ver transformada a sua necessidade de uma instrução mais fluida e objetiva em um business com relevância na sociedade.
Hoje em dia o Cinese tem os custos fixos cobertos pelas contribuições espontâneas (a taxa de percentual livre, que quem vende aulas repassa ao site) e pela mensalidade paga pelos canais curados. O dinheiro para reinvestir na empresa e remunerar as sócias e a equipe vem das consultorias.
Elas encontraram o rumo, já sabem para onde querem ir, mas ainda estão construindo o próprio caminho. Isso implica na vontade de estabelecer paradigmas inovadores também na forma de se organizarem como empresa. Por exemplo: no Cinese não existe hierarquia. As decisões estratégicas da pequena empresa são tomadas, na maior parte do tempo, em quatro mesas agrupadas em uma grande sala no Laboriosa 89, um espaço de coworking em São Paulo. Dali saíram as últimas definições do novo site, que será lançado em julho com a promessa de dar mais autonomia aos usuários.
No dia a dia, porém, elas perseguem o mesmo que qualquer empreendedor atento: buscam ter custo baixo e colaboradores volantes, que trabalham por projetos e com flexibilidade. “Quero uma empresa que tire o melhor de mim e não me trave”, diz Anna.
O objetivo no próximo ano é aumentar a comunidade Cinese e expandir a operação para outros Estados. Outra meta é a de atrair uma audiência mais jovem. “Queremos ajudar aqueles que ainda não ingressaram na faculdade. Dar uma força para que consigam ‘sair da caixa’ antes de escolher a profissão,” conta Anna. Ela parece querer poupar alguma outra garota recém-saída do colégio da angústia de seguir um roteiro sem saber o porquê. Com a Cinese, seus cursos livres e aulas experimentais, quem sabe não fique mais fácil encontrar sua própria estrada.

DRAFT CARD

Draft Card Logo
  • Projeto: Cinese
  • O que faz: Plataforma de aprendizagem colaborativa, com aulas pagas e gratuitas
  • Sócio(s): Anna Haddad, Camila Haddad e Giovana Camargo
  • Funcionários: 5 (incluindo as sócias)
  • Sede: não há. A rede usa espaços como o Laboriosa89
  • Início das atividades: agosto de 2012
  • Investimento inicial: R$ 50.000
  • Faturamento: NI
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