quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

“Cãodeirantes” em boas mãos


Postado em 16/01/2013 por Carolina Giovanelli | 7 comentários

“Cãodeirantes” em boas mãos

O casal Albano e Renata junto da cadela Princesa: eles constroem cadeiras de rodas para cães deficientes
A baiana Renata Cobo, de 35 anos, é protagonista de uma daquelas histórias de tocar o coração. Moradora de Uberaba, em Minas Gerais, a biomédica acompanhou o caso de Princesa, uma cadela que foi atropelada e levada para o hospital veterinário onde ela trabalha, em abril do ano passado. A mascote sofreu uma lesão na coluna e perdeu o movimento das patas traseiras. Após saber disso, seu dono nunca mais voltou.
A equipe do local decidiu fazer uma vaquinha para comprar uma cadeira de rodas para Princesa, que custava por volta de 500 reais. A partir de um caso que viu na internet, Renata teve então a ideia de construir ela mesma uma cadeira feita de canos de PVC e rodas de carrinhos de feira. Botou a mão na massa junto do marido, Albano, que é administrador, e produziram um modelo muito bem aproveitado pela cadela, que acabou sendo adotada.
Esse foi o pontapé inicial para o belo trabalho de Renata, que agora fabrica gratuitamente cadeirinhas para “cãodeirantes” do Brasil inteiro. “Desde então, já enviei 30 delas para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília…”, conta.
Recentemente, ela colocou um post no Facebook contando sobre seu serviço voluntário. A iniciativa se espalhou rapidamente. Já teve mais de 22 000 compartilhamentos. Agora, seu telefone não pára de tocar. Pelo menos seis pessoas a procuram todos os dias.
Ela possui 35 pedidos de cadeiras na fila de espera. Cada uma demora cerca de 20 minutos para ficar pronta. “Só posso construí-las em meus momentos de folga, nos finais de semana. Por isso, demoro de quinze a vinte dias para enviar”, diz.
A biomédica manda por e-mail para o interessado um esqueminha de como tirar as medidas do cachorro. Depois, caso haja algum desconforto, explica como fazer reparos a fim do aparato caber melhor no corpo do animal. Renata cobra apenas o material que usa e o frete. Aqui para São Paulo, o custo dos dois fica em aproximadamente 110 reais.
“Faço isso de graça porque amo cães”, afirma ela, que tem dois totós em casa, Dan e Raica. “Se pudesse, dava tudo para eles.”
Os telefones da Renata são: (34) 9922-8280 e (34) 9229-2072. Seu e-mail é re.cobo@hotmail.com.
Canos de PVC e rodas de carrinhos de feira: custo de fabricação e envio para São Paulo fica cerca de 110 reais
Valentina: ela hoje pode se locomover melhor graças a uma boa ação (Fotos: Arquivo pessoal)
http://vejasp.abril.com.br/blogs/bichos/2013/01/caodeirantes-em-boas-maos/?utm_source=redesabril_vejasp&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_vejasp

ADAPTSURF - Praia Acessível Macaé





A ONG Adaptsurf é uma associação sem fins lucrativos que promove a inclusão e integração social de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Isso garante igualdade de oportunidades e acesso ao lazer, esporte e cultura, pelo contato direto com a natureza.

Iniciado em 2007, o Projeto Acessibilidade das Praias tem como objetivo discutir, divulgar, promover e viabilizar a acessibilidade das praias. A ONG desenvolve estudos urbanos e ambientais sobre as condições de acesso as praias e entorno, além de analisar principalmente o acesso à faixa de areia e ao mar pelas pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Desde 2008, a Adaptsurf desenvolve o Projeto Praia Acessível, aos finais de semana, com uma estrutura completa para receber e acompanhar os visitantes. Uma equipe especializada formada por professores de educação física, fisioterapeutas, instrutores e voluntários garantem a total segurança.

Pioneira nas questões de acessibilidade das praias, a ONG foi a primeira a oferecer gratuitamente atividades de esporte e lazer adaptados. O modelo do Praia Acessível foi resultado de estudos realizados em praias do mundo todo, com exemplos positivos da Califórnia, Hawaii, Austrália, Espanha e no projeto desenvolvido em Portugal, desde 2004, chamado de Praia Acessível, Praia para Todos.

O Guia Acessibilidade das Praias foi elaborado em 2010 para facilitar turistas e moradores do Rio de Janeiro a escolher a praia ideal para o lazer e a pratica do surf adaptado. Disponibilizado no site da ONG, contém informações sobre as praias, condições de acessibilidade e qualidade das ondas.

Em 2010 e 2011, o modelo de Praia Acessível foi copiado por prefeituras e instituições privadas em várias praias, como Rio de Janeiro, Santos, Guarujá, Tramandaí, Porto de Galinhas, Vitória, São João da Barra e Guaratuba. 

Para participar, ser voluntário ou saber mais, acesse o site Adaptsurf.


Foto de capa Divulgação

Dança de Salão: Aprenda com Ritmo.


Fonte: Revista Scientific Americam Mente Cérebro, No. 238.

Aprenda com ritmo

Aulas de dança de salão exercitam a cognição, a memória e as habilidades sociais.

Por Suzana Herculano-Houzel
Neurocientista, Prof. da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/aprenda_com_ritmo.html
Gonçalo Viana
Aprender é algo que o cérebro faz a vida toda, conforme nossas experiências vão deixando suas marcas em nossos neurônios e suas conexões. O que funciona, e é usado, fica; o que não serve vai sendo descartado, cedendo lugar para outras informações. Se você estiver precisando se convencer de que continua capaz de aprender, e ainda quiser se divertir, suar a camisa e fazer amigos tenho uma sugestão: experimente fazer aulas de… dança de salão.
Lições de dança são um ótimo exemplo de como o aprendizado, de modo geral, acontece, e dos fatores que o influenciam. Para começar: nada de aprender uma coreografia complexa de uma vez só. Os professores sabem há tempos que o cérebro assimila novos programas motores aos poucos, então ensinam os passos em etapas. O córtex motor elabora a nova sequência de movimentos, até então nunca usada, ordena sua execução e começa a ajustá-la, de acordo com erros e acertos, com a ajuda dos núcleos da base. Cada movimento fica mais fluido conforme o cerebelo, através de tentativa e erro, vai ajustando os movimentos adequados, antes mesmo que eles sejam executados.
Mas, para a dança de salão, não basta aprender os passos; é preciso aprender os sinais associados a cada um, os pequenos gestos com que o cavalheiro conduz sua dama, indicando-lhe, sem falar, qual será o passo seguinte. Tudo isso requer repetição, mas prestar atenção é fundamental. Por definição, já que nossa atenção é limitada a uma coisa de cada vez, tem sempre mais eventos ocorrendo do que nosso cérebro consegue dar conta – e a atenção é o filtro que serve como porta de entrada para a memória. Sem prestar atenção no professor ou no parceiro, nada feito. O que é ótimo: como é preciso concentrar esforços sobre as próprias pernas, os problemas do mundo ficam… lá fora.
Depois de aprender os sinais e polir cada sequência de movimentos, é hora de coordená-las em um programa motor completo, que cuida da execução fluida de combinações de sombreros, coca-colas, ochos e outros passos – no ritmo da música, de preferência, se seu cerebelo ajudar. E haja cerebelo para manter o prumo com tantos rodopios. Motivação também é fundamental. Afinal, para ter a prática que leva à perfeição, ou pelo menos ao bom desempenho, é preciso ter vontade: é preciso querer estar ali. Experimentar um pouco de tudo nos dá oportunidade para descobrir do que gostamos, mas poder escolher investir no que se realmente gosta é fundamental.
Com a prática, chega-se ao ponto tão desejado onde a execução dos programas motores aprendidos se torna automática, liberando o córtex cerebral para outros assuntos, como conversar com o parceiro ou até cantarolar a música. É aqui que dançar deixa de ser esforço e vira prazer puro: sequências de movimentos executados sem precisar de supervisão cortical, simplesmente em resposta aos movimentos do outro. Seu cérebro aprendeu a dançar!
Dança de salão é tudo de bom. Academias são lugares alegres, cheios de jovens e idosos, todos dispostos a aprender coisas novas – e ainda oferecem um exercício completo para corpo e cérebro. Dançando, é possível suar, dar um fim a toda tensão muscular acumulada durante o dia, e manter saudável a resposta do cérebro ao estresse. Dançar ainda treina a memória, com o aprendizado de passos e nomes novos; exercita suas habilidades sociais, necessárias para interagir de modo cortês com pessoas desconhecidas e fazer novos amigos, e ativa o sistema de recompensa, o que garante boas horas de prazer e diversão.
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Vamos passear?



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Entrevista sobre Esquizofrenia (Parte 1/2) no Jô



G1

Exame de sangue que detecta síndrome de Down chega ao país



Laboratórios brasileiros começam a oferecer um exame de sangue para gestantes que detecta problemas cromossômicos no feto a partir da nona semana de gravidez.
O teste é colhido no consultório como um exame de sangue comum e vai para os EUA, onde é feita a análise do material genético do feto que fica circulando no sangue da mãe durante a gestação.
A versão mais completa é eficaz para detectar as síndromes de Down, Edwards, Patau, Turner, Klinefelter e triplo X e custa R$ 3.500 no IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia), em São Paulo.
Nos próximos meses, o laboratório do hospital Albert Einstein e o Fleury também vão comercializar exames similares, que já estão disponíveis no mercado americano há pouco mais de um ano.
Hoje, o diagnóstico dessas síndromes congênitas é feito por meio do ultrassom e do exame do líquido amniótico ou da biópsia do vilo corial, em que é retirada uma amostra da placenta.
Esses testes são invasivos e trazem um risco de até 1% de abortamento.
Além de não aumentar o risco de complicações na gravidez, o novo teste pode ser feito antes dos tradicionais, indicados, em geral, a partir do início do quarto mês de gestação. O resultado fica pronto em cerca de 15 dias. Segundo o ginecologista Arnaldo Cambiaghi, diretor do IPGO, nenhuma amostra de sangue foi enviada para análise ainda.
O obstetra Eduardo Cordioli, coordenador-médico da maternidade do hospital Albert Einstein, lembra que, se o resultado do teste de sangue for positivo, o diagnóstico deve ser confirmado por meio da biópsia do vilo corial.
"O novo teste vai reduzir o número de biópsias feitas de forma desnecessária. Mas é preciso confirmar os resultados positivos."
ABORTOS
O problema é o que fazer diante de um resultado positivo. O aumento no número de abortos foi uma preocupação de grupos da sociedade civil na Europa e nos EUA após a aprovação desse tipo de teste nesses mercados.
No Brasil, o aborto é proibido a não ser em caso de anencefalia, violência sexual ou risco de vida para a gestante, mas estima-se que mais de 1 milhão de mulheres o pratiquem por ano.
"Por um lado, o exame vai tranquilizar a grande maioria que não vai ter problemas. Por outro, permite que os pais se preparem caso vão receber uma criança com alguma anomalia cromossômica", afirma Cambiaghi.
Entre as síndromes detectadas pelo exame, a de Edwards e a de Patau são praticamente incompatíveis com a vida, de acordo com Artur Dzik, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
Para ele, a entrada do teste no país não deve aumentar o número de abortos porque o acesso ao exame de preço alto será restrito e porque as mulheres que vão procurá-lo já teriam indicação para realizar os testes tradicionais. "Isso vai fazer parte do pré-natal de alto risco, para mulheres com mais de 38 anos."
No caso das síndromes de Patau e Edwards, afirma Cordioli, do Einstein, é possível pedir uma autorização judicial para realizar o aborto. "Mas cada caso é analisado separadamente."
Para síndrome de Down, anormalidade cromossômica mais comum, esse tipo de autorização não pode ser pedida, porque o problema não é incompatível com a vida.
Volnei Garrafa, professor titular de bioética da UnB (Universidade de Brasília), diz que a oferta de um teste como esse e as questões morais ligadas a ele deveriam passar por uma discussão ampla, em um conselho de bioética e no Congresso.
"Para interromper a gravidez, os pais teriam de pedir liminares. Como o Legislativo não faz as leis, o Judiciário acaba fazendo, o que é uma distorção da democracia."
Editoria de Arte/Folhapress

“Cãodeirantes” em boas mãos


O casal Albano e Renata junto da cadela Princesa: eles constroem cadeiras de rodas para cães deficientes
A baiana Renata Cobo, de 35 anos, é protagonista de uma daquelas histórias de tocar o coração. Moradora de Uberaba, em Minas Gerais, a biomédica acompanhou o caso de Princesa, uma cadela que foi atropelada e levada para o hospital veterinário onde ela trabalha, em abril do ano passado. A mascote sofreu uma lesão na coluna e perdeu o movimento das patas traseiras. Após saber disso, seu dono nunca mais voltou.
A equipe do local decidiu fazer uma vaquinha para comprar uma cadeira de rodas para Princesa, que custava por volta de 500 reais. A partir de um caso que viu na internet, Renata teve então a ideia de construir ela mesma uma cadeira feita de canos de PVC e rodas de carrinhos de feira. Botou a mão na massa junto do marido, Albano, que é administrador, e produziram um modelo muito bem aproveitado pela cadela, que acabou sendo adotada.
Esse foi o pontapé inicial para o belo trabalho de Renata, que agora fabrica gratuitamente cadeirinhas para “cãodeirantes” do Brasil inteiro. “Desde então, já enviei 30 delas para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília…”, conta.
Recentemente, ela colocou um post no Facebook contando sobre seu serviço voluntário. A iniciativa se espalhou rapidamente. Já teve mais de 22 000 compartilhamentos. Agora, seu telefone não pára de tocar. Pelo menos seis pessoas a procuram todos os dias.
Ela possui 35 pedidos de cadeiras na fila de espera. Cada uma demora cerca de 20 minutos para ficar pronta. “Só posso construí-las em meus momentos de folga, nos finais de semana. Por isso, demoro de quinze a vinte dias para enviar”, diz.
A biomédica manda por e-mail para o interessado um esqueminha de como tirar as medidas do cachorro. Depois, caso haja algum desconforto, explica como fazer reparos a fim do aparato caber melhor no corpo do animal. Renata cobra apenas o material que usa e o frete. Aqui para São Paulo, o custo dos dois fica em aproximadamente 110 reais.
“Faço isso de graça porque amo cães”, afirma ela, que tem dois totós em casa, Dan e Raica. “Se pudesse, dava tudo para eles.”
Os telefones da Renata são: (34) 9922-8280 e (34) 9229-2072. Seu e-mail é re.cobo@hotmail.com.
Canos de PVC e rodas de carrinhos de feira: custo de fabricação e envio para São Paulo fica cerca de 110 reais
Valentina: ela hoje pode se locomover melhor graças a uma boa ação (Fotos: Arquivo pessoal)

"Criança com Down não é um fardo na vida", diz mãe


A advogada Maria Antônia Goulart, 37, é coordenadora-geral do portal Movimento Down, que reúne informações sobre a síndrome. Sua filha Beatriz, de dois anos e meio, nasceu com down.
Ela comenta o novo exame de detecção precoce de síndrome de Down.
*
"Descobrimos que a Beatriz tinha down quando ela nasceu. Quando a vi, ela estava ali e era minha filha, não um ser imaginário. Não tinha como não amar.
Nos exames de pré-natal, o ultrassom não deu alterações. Se na época tivesse o exame de sangue, seria melhor. Ficamos muito preocupados. A gente descobriu que tinha uma filha com isso e não sabíamos nada sobre a síndrome.
Luciana Whitaker/Folhapress
A advogada Maria Antônia Goulart, 37, e sua filha Beatriz, 2, em sua casa no Rio
A advogada Maria Antônia Goulart, 37, e sua filha Beatriz, 2, em sua casa no Rio
Quando descobrimos as doenças com maior incidência em quem tem down, demos graças da Deus por ela não ter nada. Se ela tivesse uma cardiopatia grave, não tínhamos um cardiologista lá, teria sido importante.
O exame pode dar um tempo a mais para os pais terem acesso a essas informações e vai permitir que as pessoas tomem sua decisão. Para qualquer mulher, cogitar e levar adiante a decisão de um aborto é algo muito duro. Ninguém toma essa decisão facilmente.
Quem quiser abortar vai abortar. Não cabe a mim julgar as decisões. Não acho que o jeito de resolver esse problema seja restringir o acesso à informação, à ciência.
O que acho importante como ativista e familiar de uma pessoa com down é esclarecer a sociedade de que ter um filho com a síndrome não é o fim do mundo. Tem cuidados a mais, mas é um filho que vai ter uma vida feliz, produtiva. Pessoas com síndrome de Down trabalham, namoram, têm vida social.
Julgar que as pessoas com a síndrome vão ter mais dificuldade é impedir que elas possam nos surpreender e elas sempre nos surpreendem. Hoje há mais campanhas nos meios de comunicação, temos o filme 'Colegas', com protagonistas com a síndrome, que decoram falas, compreendem a complexidade dos personagens, cumprem horários.
Isso dá a percepção de que eles podem ser felizes e acalma o coração de uma mãe que está num dilema como esse. Uma criança com down é mais um filho e não um fardo na sua vida."