terça-feira, 20 de agosto de 2013

Treino de cão-guia é vetado em clube

Dois labradores irmãos, batizados de Frontier e Footloose, são os pivôs de uma briga que se estende desde dezembro entre um associado do Esporte Clube Pinheiros e a própria associação, e que pode parar na Justiça.
Voluntário do projeto Cão-Guia do Serviço Social da Indústria (Sesi-SP), o advogado Bruno Caligaris foi responsável pela socialização de Frontier até maio e agora faz o mesmo com Footloose. Seu objetivo é expor os filhotes a diversas situações (trânsito, metrô, crianças, barulho) para que sejam, mais tarde, destinados a acompanhar deficientes visuais.
Apesar de ter tido problemas para entrar em alguns estabelecimentos com o cão-guia, como restaurantes e até a Defensoria Pública do Estado, a maior confusão foi no Clube Pinheiros, do qual é sócio há 20 anos.
Após uma reunião infrutífera com a diretoria, Caligaris optou por uma abordagem mais incisiva. "Em março, comecei a forçar minha entrada e causar um pouco de constrangimento. Eles não me expulsaram, mas alguns sócios reclamaram, e a diretoria me chamou para conversar", conta Caligaris. "O Sesi explicou o projeto, mas, uma semana depois, recebi uma carta com assinatura do diretor do clube dizendo que eu estava proibido de entrar lá."
O Pinheiros diz que o advogado "jamais respeitou limites no interior do clube, chegando a ingressar no restaurante central com o cão, deixando-o próximo a mesas com crianças". Também afirma que, por ser uma entidade de "frequência coletiva restrita", não é comparável a shoppings e teatros.
Um decreto federal determina que o ingresso de um cão em fase de socialização pode ocorrer em "local privado de uso coletivo", definido como "aquele destinado às atividades de natureza comercial, cultural, esportiva, financeira, recreativa, social, religiosa, de lazer, educacional, laboral, de saúde ou de serviços, entre outras".
A tímida expressão "entre outras" abre espaço para interpretações: "Isso significa que o rol de locais permitidos é só exemplificativo", diz Ricardo Morishita, advogado especialista em Defesa do Consumidor.
Ainda não se chegou a um consenso, mas a multa prevista para quem "impedir ou dificultar o ingresso e a permanência do usuário com o cão-guia nos locais definidos" pode chegar a R$ 30 mil. Frontier e Footloose poderiam ser os cachorros mais caros já vistos pelo clube.

MENINA QUE PERDEU PERNA EM BOSTON COMEÇA A USAR PRÓTESE

Jane Richard mostra prótese (Foto: Arquivo Pessoal/AP)
Jane Richard mostra prótese (Foto: Arquivo
Pessoal/AP)
Jane Richard (foto), de 7 anos, está se adaptando a perna mecânica. Seu irmão de 8 anos morreu nas explosões na Maratona em abril.
Uma menina de 7 anos que perdeu parte de uma de suas pernas nas explosões ocorridas na Maratona de Boston em abril deste ano está aprendendo a usar uma perna mecânica enquanto sua família ainda vivencia o luto pela morte de seu irmão mais velho, de 8 anos, no mesmo ataque.
A família de Jane Richard divulgou no último dia 16 uma foto da menina utilizando a prótese, e contou que a menina já consegue dançar e “anda com ele com muito orgulho”.
“Enquanto fizemos progressos em nossos ferimentos físicos, a dor emocional parece ser a mesma de quatro meses atrás”, disse a família em um comunicado.
Os pais da menina, Bill e Denise, também ficaram feridos no ataque. Denise perdeu a visão em um olho, e Bill teve perda auditiva. O filho de 11 anos do casal, Henry, não teve ferimentos. Já Martin Richard, de 8 anos, morreu em decorrência da explosão.
“A dor é constante, e mesmo os momentos mais doces podem se tornar terríveis quando nos lembramos: ‘Martin teria adorado isto’”, disse a família.
Denise e Bill Richard com os filhos Martin, Jane e Henry, em foto tirada antes do atentado. Martin (de camiseta azul-marinho), filho de Denise e Bill Richard e irmão de Jane, morreu no atentado (Foto: Reprodução/richardfamilyboston)
Denise e Bill Richard com os filhos Martin, Jane e Henry, em foto tirada antes do atentado. Martin (de camiseta azul-marinho), filho de Denise e Bill Richard e irmão de Jane, morreu no atentado (Foto: Reprodução/richardfamilyboston)
Duas bombas artesanais supostamente fabricadas por Dzhokhar Tsarnaev e seu irmão Tamerlan – de 26 anos, morto posteriormente – explodiram perto da linha de chegada da maratona de Boston, deixando três mortos e 264 feridos.
Os dois irmãos muçulmanos de origem chechena também mataram um policial horas mais tarde, quando tentavam escapar da perseguição. Tsarnaev pode ser condenado à morte, mas se declarou inocente no dia 10 de julho das 30 acusações pelas quais é acusado.
Fonte: G1