segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"Dar a vaga porque existe a lei não é suficiente" (psicopedagoga Sheila Pinheiro). Ou seja, aceitar alunos com dificuldades de aprendizado é uma coisa; garantir a eles o real acesso ao conteúdo é outra.

Inclusão para um mundo melhor

Entenda como ela é praticada na educação e por que a escola inclusiva é direito de todos

20/03/2013 18:31
Texto Cynthia Costa
Educar
Foto: Maurício Melo
Foto: A escola inclusiva é uma vantagem para todos!
A escola inclusiva é uma vantagem para todos!
A Constituição Brasileira, de 1988, prevê o direito universal à Educação em seu artigo 208. O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, garante o mesmo. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) definiu regras a respeito da inclusão escolar, que foram reforçadas pela Política Nacional de Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada em 2007. Todos esses passos foram dados em direção a uma educação a que todos tenham acesso, independentemente de dificuldades físicas e intelectuais - e de qualquer outra natureza.
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"Não há como dissociar a inclusão educacional da social", afirma a psicopedagoga Mary Lopes Frizanco, de São Bernardo do Campo (SP), lembrando que a exclusão escolar no Brasil também atinge os pobres e outros grupos vítimas de preconceito. "As escolas tiveram o prazo de 10 anos, dado pelo MEC, para se adaptar à realidade da inclusão. Esse período acabou em 2010, mas ainda estamos caminhando nesse sentido", pondera a especialista em educação especial, que publicou, entre outros livros, Esclarecendo as Deficiências (Editora Ciranda Cultural).

Nesse entretempo, houve, na prática, uma grande diminuição de instituições de ensino especializadas em crianças com deficiência e a consequente maior abertura das escolas regulares para esses alunos. Agora, falta consolidar essa realidade. "Buscamos um modelo educacional que contemple todos. O encanto e o alimento da educação é a diversidade", declara Carmen Lydia da S. Trunci de Marco, psicóloga, pedagoga e diretora do Colégio Pauliceia, em São Paulo, que tem tradição de mais de 30 anos na prática da inclusão.

A psicopedagoga e especialista em inclusão Sheila Pinheiro, também da capital paulista, defende que não só os possíveis "excluídos" se beneficiam da inclusão, mas todas as crianças. "Todos nós temos particularidades que devem ser compreendidas e respeitadas", ressalta. "E a criança que aprende desde cedo a lidar com as diferenças dos amiguinhos será certamente um adulto mais tolerante".

Com a inclusão, assim, estamos construindo não apenas uma escola melhor, mas um mundo mais justo. Veja as diretrizes fundamentais para compreendê-la e colocá-la em prática.
inclusão real
Aceitar alunos com dificuldades de aprendizado é uma coisa; garantir a eles o real acesso ao conteúdo é outra. Em outras palavras, a inclusão na prática é diferente da do papel. "Dar a vaga porque existe a lei não é suficiente", ressalta a psicopedagoga Sheila Pinheiro, lembrando que, a partir do momento em que a escola recebe uma criança com deficiência, todos, do porteiro ao diretor, têm de participar do processo de inclusão. "A diferença deve ser aceita com naturalidade, afinal, todos somos singulares", argumenta Mary Lopes, lembrando que, em casa, toda criança é reflexo dos valores familiares. Assim, é importante que todos os pais, tenham eles filhos considerados típicos ou não, abram-se à inclusão e transmitam o princípio da igualdade no dia a dia.

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