Banalizada nos dias de hoje com uma simplesalteração de humor, esta é uma doença mental grave. Causa sintomas como delírios, alucinações e surtos depressivos. Mas os portadores dessa doença também sentem, no início, um enorme desenvolvimento da capacidade cerebral. Geralmente, as pessoas com transtorno bipolar ficam inicialmente hiperativas, dormem poucas horas por noite e ganham vitalidade para passar longos períodos trabalhando e estimulando a criatividade. Por isso, muitos destes pacientes se notabilizaram nas artes, sobretudo na música e na literatura, como a escritora britânica Virginia Woolf. Infelizmente, todo esse furor criativo também se converteu em uma profunda depressão, que a levou ao suicídio em 1941.
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Há muitas manifestações esquizofrênicas devidamente relatadas nas biografias de grandes artistas. Algumas, no entanto, não foram precisamente diagnosticadas no período em que viveram. Um exemplo típico é o do irlandês James Joyce, conhecido pelos experimentos extremos com o idioma inglês em livros difíceis como “Ulysses” e, principalmente “Finnegans Wake”. Para muitos, tratam-se de obras quase que incompreensíveis, ainda mais se vertidas para outras línguas. A louca genialidade do escritor pode ser explicada pelos delírios auditivos que o acometiam. Carl Jung, baseando-se nos livros, cartas e relatos deixados pelo autor, sugeriu que ele pudesse ser portador de esquizofrenia. Um caso a ser melhor explorado.
Esquizofrenia paranoide
Das várias manifestações de esquizofrenia, a paranoide é a mais perceptível, por causa de sua homogeneidade. Suas principais características são os delírios que alteram as percepções sensoriais do paciente. Essaalteração acaba estimulando talentos especiais, como na música, que lida diretamente com o som e as emoções que este provoca. Um exemplo claro é o do compositor alemão Robert Schumann, que se tornou um gênio musical no século XVI. No entanto, o mesmo furacão mental que o tornara um mito das artes acabou por levá-lo à loucura. Outra grande personalidade enfocada foi o matemático norte-americano John Nash, vencedor do Nobel de Economia em 1994 e que teve sua vida e seu drama retratados no filme “Uma Mente Brilhante”, com Russel Crowe (foto).
Síndrome de Tourette
Desordem neurológica, a síndrome de Tourette
se caracteriza por espasmos constantes,
bem como vocalizações em incessante repetição. Essas espécies de tiques são tão particulares que não existem casos de duas pessoas com os mesmos sintomas no mundo. Diagnosticada pela primeira vez em 1885, ela já era descrita informalmente décadas atrás. O mais famoso portador da doença, inclusive, vivera cem anos antes: Wolfgang Amadeus Mozart, o genial compositor austríaco. Sofria de tiques musculares, sonoros, coprolalia (tendência involuntária de falar palavras obscenas) e passava por momentos de depressão. No entanto, também era afetado por uma hiperatividade que acabou influenciando em sua música.
Epilepsia psicomotora
Vincent Van Gogh, o torturado pintor holandês, é a mais conhecida vítima da epilepsia psicomotora. A doença foi diagnosticada em 1888 pelo médico Felix Rey, quando o artista tinha 35 anos. Àquela altura, ele já havia sofrido com surtos e delírios diversos, chegando inclusive ao cúmulo de cortar sua própria orelha. Durante os últimos anos de sua vida, em que os sintomas atingiram uma intensidade insuportável, ele sofreu com alucinações auditivas e visuais. Possivelmente, as cores fortes faziam parte desses instantes de loucura, que posteriormente seriam reproduzidos nos belíssimos quadros que se tornaram um marco do surrealismo nas artes plásticas.
Síndrome de Asperger
Doença mental com espectro autista, a Síndrome de Asperger não provoca atraso no desenvolvimento cognitivo de seu portador, como o autismo clássico. No entanto, causaforte desejo de isolamento social e
reclusão. Muitas dessas pessoas enfrentam dificuldades especialmente na adolescência, quando o convívio social começa a se intensificar. Estas dificuldades, no entanto, tendem a ser minimizadas na idade adulta. A reclusão e a obsessão por detalhes pouco perceptíveis, por sua vez, podem se tornar uma vantagem em algumas áreas, como a indústria tecnológica. Exemplos clássicos: o empresário Bill Gates, criador da Microsoft, e os físicos Albert Einstein (foto) e Isaac Newton, tidos como gênios de suas épocas.
TOC
Aviador, produtor e diretor cinematográfico, engenheiro aeroespacial Howard Hughes fez de tudo um pouco, inclusive se tornar um dos homens mais ricos dos EUA. Tudo isso graças à sua apuradíssima organização e disciplina espartana. O que parecia um hábito comum se revelou ser fruto de TOC, ou Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Sua vida passou por diversas atribulações e ele sempre sofreu com a fobia em doses extremas, especialmente aos germes: todos que se aproximavam dele tinham de estar com luvas. Sua comida era servida totalmente em lenços de papel e só conseguia dormir nu, em aposentos que ele julgava estar livre de micróbios. Sua vida foi retratada no filme "O Aviador", com Leonardo di Caprio (foto).
Psicose
Poucas obras são tão emblemáticas na descrição do desespero quanto o quadro “O Grito” (foto), do pintor norueguês Edvard Munch. Não era para menos. Ele sofria de um estado psicótico grave, que resultava em crises maníaco-depressivas. Ele próprio admitia ser portador de doença mental, mas curiosamente, recusava uma terapia. "Prefiro continuar sofrendo desses males, porque são parte de mim e de minha arte", chegou a afirmar certa vez. A frase sintetiza o que ele pensava de sua psicose: apesar de todo o sofrimento que lhe afligia, o artista acreditava que a doença era também o motor de seu incrível e indiscutível talento.
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