segunda-feira, 28 de abril de 2014

Menino cadeirante supera limitações e descobre paixão pelo taekwondo

Duas vezes por semana, o pequeno Luigi Palumbo, de cinco anos, encontra os coleguinhas na academia de artes marciais em Campo Grande para praticar o taekwondo, seu esporte preferido. A turma aprende os movimentos básicos da modalidade e se diverte com as brincadeiras propostas pelo mestre. Luigi é alegre e esperto como as outras crianças, mas a condição de cadeirante faz dele um exemplo de superação. É por meio do esporte que a família procura dar ao menino uma vida perfeitamente normal.
Luigi Palumbo pratica com o mestre de taekwondo, Tiago Brandão (Foto: Hélder Rafael)Luigi Palumbo pratica com o mestre de taekwondo, Tiago Brandão (Foto: Hélder Rafael)


Luigi nasceu com má formação do tubo neural na espinha dorsal, o que impede o movimento dos membros inferiores. Esse defeito congênito é chamado de mielomeningocele. Logo que entrou para a vida escolar, o menino recebeu incentivo dos pais para praticar esportes e adotar um estilo de vida saudável. Luigi chegou a iniciar no karatê, mas depois que mudou de colégio, conheceu o taekwondo por indicação de uma colega de classe, que também fazia aulas. 

- Nós o incentivamos porque, além de ser uma atividade física, o esporte é um meio de inclusão. Aqui ele é bem recebido pelos colegas, todos o adoram. Ele participa das aulas em iguais condições. Tudo isso trouxe reflexos no aspecto físico e emocional do menino, fez com que ele interagisse mais com todo mundo - conta o pai, o advogado César Palumbo Fernandes.
Embora o taekwondo seja uma modalidade que envolva chutes, isso não impede que Luigi aprenda os conceitos básicos e possa, inclusive, alcançar a faixa preta, como explica o mestre Tiago Brandão, faixa preta 4º Dan (veja no vídeo ao lado a rotina do menino na academia).

- Vi que ele tem bastante interesse e vontade de aprender. Sempre chega animado para as aulas. O importante é que ele faça algo que se sinta bem. Futuramente ele pode até se tornar um mestre, caso queira continuar se dedicando ao esporte.

A academia que Luigi frequenta, na região central da cidade, atende cerca de 100 crianças e adolescentes. O mestre Tiago Brandão tem graduação em Educação Física e ênfase no ensino adaptado para deficientes físicos, o que deu tranquilidade à família do menino.

Nos treinos, Luigi acompanha a turma em todas as atividades, desde a reverência às bandeiras do Brasil e da Coreia do Sul - como é tradição ao entrar ou sair do dojô - até a prática dos golpes de ataque e defesa. E se a hora é de brincar de pega-pega, por exemplo, Luigi também participa. Quando os colegas tentam ajudá-lo empurrando a cadeira a todo instante, os monitores orientam que é melhor para o menino que ele se locomova sozinho.
Menino brinca normalmente com os colegas no dojô (Foto: Hélder Rafael)Luigi brinca normalmente com os colegas no dojô (Foto: Hélder Rafael)
- É bacana que os outros também aprendem a conviver com ele - diz o mestre Brandão.

Luigi frequenta as aulas há pouco mais de um mês. Desde que fez os primeiros testes, se apaixonou e não larga o kimono. Até já ganhou medalha de segundo lugar em um festival por equipes. Perguntado sobre o que pretendia ser quando crescer, adivinha o que ele respondeu?

- Quero ser mestre - diz Luigi.

Incentivo dos pais é o que não vai faltar para o menino.

- A família entende que o esporte é fundamental para qualquer criança, e nós o incentivamos muito. Acho que ele deve ter sempre uma vida esportiva ativa, mas também gostaríamos que ele focasse na formação intelectual. Se o Luigi decidir ser um atleta profissional, vai ser fantástico - diz o pai.
Mosaico Luigi Palumbo taekwondo (Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com)

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Um comentário:

Graça Pereira disse...

Fantástico: Querer é poder!!
Bjs
Graça