
Competidor durante a VI Paralimpíada do Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul
Foto: Rafael Gaijim / Capital News
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Interessante ver os competidores contar os passos medindo a distância dos obstáculos (cada quatro passos meu equivale a um galope, revelou uma delas). Outra cena evidente é o carinho que os animais recebem antes de entrar no circuito. “A Kodak está comigo há um ano e ela acalma com isso”, explicou a estudante Vitória Bráz, de 14 anos. O mais charmoso ainda são os nomes dos animais que o locutor vai narrando: Tereré. GF Scooby AL, GF Capitu e até um tal de Datena.
Está acontecendo neste sábado (14) no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) a VI Paralimpíada do Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), que segue até amanhã. São apresentações da equoterapia da PM e competições de sete equipes de Campo Grande.
Mais do que a competição em si, o evento é uma forma de igualar as pessoas portadoras de algum tipo de deficiência mental com os competidores, explicou o vice-presidente do centro, o subtenente Celestino Herislandio. “Eleva a auto estima deles.” O oficial é um dos que compra os animais para o centro, que possui 120 alunos. “Não é a raça, e sim a índole do animal”, explicou acerca dos atributos que um cavalo deve ter para ajudar na terapia das pessoas, em sua maioria crianças.

Professores do Centro de Equoterapia são das mais diversas especialidades
Foto: Rafael Gaijim / Capital News
Os profissionais que trabalham no centro são das mais diversas áreas, como fisioterapia, psicologia e terapia ocupacional. Lidam dia a dia com casos de crianças que não conseguem montar no animal a até uma aluna de 75 anos, a decana do centro. “[A modalidade] relaxa, acalma, principalmente com autistas. Após [a aula], saem tranqüilos”, disse a pedagoga Andreia da Silva. No centro há vagas para os interessados em participar de forma gratuita, porém há fila de espera.
O estudante Caio Assis Vieira, de 14, é portador de síndrome de down. Há nada menos que dez anos está na equoterapida da Polícia Militar fazendo aulas. Vieira joga futebol e toca bateria, mas “gosto mesmo é de cavalo”, disse, muito reticente durante a entrevista. Mas, ao caminhar em direção à sua turma que estavam com os animais, percebe-se a alegria contaminar a feição do adolescente.

Caio Assis Vieira, de 14 anos, joga futebol e toca bateria, mas o que gosta mesmo é de cavalos
Foto: Rafael Gaijim / Capital News
Equipes
A estudante Paola Stangherlin Raiter, de 16, é filha de fazendeiro, e desde os dois anos monta em cavalos. Apesar da alergia que tem dos animais — fica espirrando e seu corpo enche de manchas quando sai de um cavalo — e de um problema de ligamento das juntas, montar é o que mais gosta de fazer. “Não quero parar.” Ao lado do cavalo Montreal, com o qual competirá, disse que gosta do animal porque ele “é novo e nervoso”, ou seja, “é mais pra frente”, explicou.
Paola estava neste sábado com a turma da Hípica Soberano para competir no evento. A equipe pertence a também instrutora Márcia Toloi, que informou ter 100 alunos na escola. No Cras estavam oito hoje, todos medalhistas. “Em todas as provas eles trazem medalhas”, contou Márcia. A escola tem mais de 20 anos de atuação e está situada perto do Parque das Nações Indígenas.

Paola Stangherlin Raiter, de 16, monta em cavalo desde os dois anos
Foto: Rafael Gaijim / Capital News
O instrutor e diretor da Escola Hípica Campo Grande, Maurício Alves, disse ter levado 15 dos 30 alunos da escola para competir neste evento. Profissional de hipismo há mais de 20 anos, e ganhador de várias competições, Alves fala que não há idade para participar. “É a única [modalidade] que pode praticar até ficar idoso.” O instrutor contou que, caso a pessoa tenha aptidão, ela começa a ser treinada para as competições na equipe, que funciona dentro da sede da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Serviço:
Para os interessados em montar em cavalos, os telefones são:
Centro de Equoterapia da PMMS — 3326-0253
Hípica Soberano — 9217-3854 (Márcia)
Escola Hípica Campo Grande — 3045-7691 / 9234-8685 (Maurício)
Fonte: Gabriel Kabad - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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