Dispositivo portátil ajudará quem não enxerga a ler e contar dinheiro
da Redação/ http://saci.org.br
Talvez este seja mais um exemplo de que com dedicação e objetividade podemos fazer coisas consideradas para muitos como improváveis.
Aos 20 anos, o gaúcho Carlos Alberto Wolke descobriu que perderia a visão completamente. Diagnosticado com retinose pigmentar, uma doença genética, ele decidiu então dedicar-se ao trabalho, à medida que o mundo ao seu redor escurecia. Tornou-se um empreendedor. Fundou a Pináculo, uma empresa de segurança e telecomunicações com sede em Taquara, nas proximidades de Porto Alegre (RS).
A escuridão total veio aos 32 anos, quando passou a usar um software para leitura da tela do computador. Mas não era o bastante. Percebeu, então, que não existia ainda no mercado um aparelho portátil capaz de fazer algo semelhante. Daí decidiu inventá-lo.
Ele queria um aparelho capaz de realizar tarefas simples, cotidianas e que pudesse ser pequeno, de fácil manuseio e transportado facilmente. Criou o Vocalizer, um dispositivo portátil que por meio de uma câmera de alta resolução lê jornais, livros ou revistas.
Um software de conversão de imagens em textos (OCR) e um sintetizador de voz, permitem ao usuário fotografar textos e ouvi-los em viva voz ou em fones de ouvido. É possível gravar os textos na memória ou descarregar arquivos de um Pen Drive. Além disso, o equipamento que é do tamanho de um radiocomunicador, também consegue reconhecer cores, códigos de barras, cédulas de dinheiro e detecta lâmpadas ligadas. Também funciona como agenda, relógio, calculadora, editor de textos, grava recados e tem acesso à internet. “Como roda Linux, é possível desenvolver outros aplicativos para ele”, afirma Wolke, que atualmente está com 40 anos.
O Vocalizer é uma ferramenta revolucionária, destinada às pessoas com baixa visão ou com deficiências visuais, possibilitando uma fantástica experiência ao mundo da informação com maior autonomia e uso simplificado. O projeto só saiu do papel após receber R,3 milhão da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Não tínhamos domínio da tecnologia que seria usada, e por isso o desenvolvimento sairia muito caro”, afirma seu criador. O aparelho levou três anos para ficar pronto. Agora, está na fase final de ajustes e deve chegar ao mercado até o fim do ano. O preço inicial previsto é de R.000,00.
A Pináculo participou em abril deste ano da 11ª Reatech – Feira Internacional Tecnológica em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade – que ocorreu em São Paulo. A projeção da empresa é que o Vocalizer seja vendido em larga escala brevemente.
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