
Tenho um amigo que não se cansa de me chamar pra correr na Lagoa ou subir a Pedra da Gávea. Há quem diga que é distração ou até insensibilidade. Eu diria que é pelo simples fato de que a minha lesão/ deficiência/ limitação não tem nenhum impacto sobre ele, e por isso o poder ou não fazer algo acaba sendo subjetivo, pois ele simplesmente esquece que existe uma limitação. O que dá um certo alívio e acaba sendo engraçado muitas vezes. Claro que as pessoas são diferentes, e nem acho que todos tem que ser assim, cada um tem seu jeito. Mas quando se é deficiente e encontra alguém assim, te faz questionar muita coisa, pelo menos acontece comigo. Fico pensando o quanto da limitação tá em mim. O poder ou não fazer algo é muito relativo, e provavelmente é diretamente proporcional ao desejo de se concretizar algo. Ok, não acho que vá subir a pedra da Gávea, mas sei que se fosse algo que realmente quisesse veria as possibilidades e correria atrás. É importante se abrir, a vida é curta e tem tanta coisa bacana pra se viver! Muitas vezes me pego fechada no meu mundico, zona de conforto, e esqueço quanta coisa ainda posso fazer e querer. É bom, se não fundamental, ter pessoas que abram a nossa cabeça, ampliem nossos horizontes. Né, não?
Sei que infelizmente nem todo mundo é do mesmo jeito. Muitos já tiveram seus “Driss”, mas por estarem tão fechados no seu mundinho, não conseguem se abrir pro novo. Uma pena. Acho que a beleza do filme tá nessa amizade que só foi possível porque os dois estavam abertos para o diferente. Enfim, chega de filosofia de botequim, mas acho que é um filme que qualquer um pode se identificar, deficiente ou não. Basta estar aberto para o mundo. Quem puder corre pro cinema, vale muito a pena!
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