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Acompanhamos a rotina de deficientes físicos paulistanos para identificar o que ainda precisa ser alterado na capital – e os bons exemplos a seguir
por Elida OliveiraPRAIA DE PAULISTA Pessoas com deficiência visual também enfrentam dificuldades para usar o metrô. As pistas podotáteis não indicam o sentido de cada pista de embarque. Imagine estar na Estação Sé tentando adivinhar de que lado passa o trem que segue rumo ao Jabaquara. Difícil. Daniela Kovacs, que mora no Butantã e trabalha na Barra Funda, só se sentiu segura para usar o metrô depois que o cão-guia Basher chegou para ajudá-la, há um ano e meio.Doado pela ONG Íris, o labrador não só a ajuda a seguir na direção correta e a desviar de buracos como também desperta a atenção das pessoas para a falta de visão de Daniela, que nasceu com uma doença degenerativa na retina. “Quando eu não tinha o Basher, não arriscava fazer o trajeto do metrô até o Tribunal do Trabalho a pé, mesmo que fosse só 15 minutos andando”, diz. O problema? As calçadas.
A primeira calçada acessível de São Paulo foi feita há dois anos na Avenida Paulista. O endereço é considerado exemplar, por seu piso e sinalização adequados. A Paulista é também o modelo adotado pelo Plano Emergencial de Calçadas, projeto de autoria da vereadora Mara Gabrilli implementado em conjunto pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e pelas subprefeituras. Rotas estratégicas, que interligam os principais serviços públicos privados, foram delimitadas e têm prioridade no acesso a verbas para a reforma de suas calçadas. Do total de 740 quilômetros mapeados, 450 quilômetros (1,5% do total de calçadas da cidade) foram reformados com os custos assumidos pelo Poder Público.
Outro bom exemplo de acessibilidade apontado pelos entrevistados é o shopping. Tábata Contri recorre à “praia de paulista” sempre que precisa pagar uma conta, fazer compras ou simplesmente usar o banheiro. “Só nos shoppings eu sei que terei onde estacionar, que haverá banheiros adaptados e que o acesso aos serviços será fácil.” Neles, as vagas preferenciais são vigiadas para que outras pessoas não estacionem, os pisos são planos, há rampas e elevadores, além de faixas podotáteis para guiar quem tem deficiência visual e telefones adaptados para deficientes auditivos.
O preferido em todos os quesitos é o Shopping Villa Lobos, porque, além de toda a infraestrutura na parte de lojas e serviços, suas salas de cinema têm lugares reservados para cadeirantes nas fileiras de trás. “Os outros shoppings nos colocam lá na frente e ficamos muito próximos da tela, é desconfortável”, diz Tábata. “Acessibilidade é eu poder sentar onde quero.”
ELA NÃO PARA
Entre os ensaios do grupo de teatro e as reuniões que realiza com clientes, a atriz e consultora de acessibilidade Tábata Contri passa no Shopping Center Norte para almoçar e pagar contas. Ela também é uma das autoras do livro Inclusão – Conceitos, Histórias e Talentos das Pessoas com Deficiência
Entre os ensaios do grupo de teatro e as reuniões que realiza com clientes, a atriz e consultora de acessibilidade Tábata Contri passa no Shopping Center Norte para almoçar e pagar contas. Ela também é uma das autoras do livro Inclusão – Conceitos, Histórias e Talentos das Pessoas com Deficiência
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