Universidades e bibliotecas públicas constroem acervos específicos para pessoas com deficiência visual
Por Sibele Oliveira
Uma casa sem livros é como um corpo sem alma", já dizia o pensador romano Marco Túlio Cícero. A prova de que os brasileiros já se conscientizaram dessa ideia é o crescimento contínuo do mercado editorial. Mas o prazer de mergulhar nos enredos de belas histórias ou tecer novos conhecimentos a partir da leitura não é privilégio dos que leem de forma convencional. Se antes os cegos precisavam frequentar bibliotecas especializadas para fazer pesquisas ou apreciar um bom romance, agora também podem recorrer às universidades, que promovem uma inclusão literária de qualidade e algumas dessas instituições investem em tecnologias sofisticadas e buscam meios de tornar o processo de aprendizagem mais acessível e estimulante.
Ao alcance da comunidade
Cumprindo seu papel social, além de focar na formação dos alunos, grande parte das universidades abrem as portas de suas bibliotecas para a comunidade. Entre os vários exemplos, destaca-se a Biblioteca Digital e Sonora (BDS), da Universidade de Brasília (UnB), que disponibiliza textos em formato digital e sonoro por meio do acesso on-line e empréstimo de CDs. "Os cegos ainda são bastante excluídos da sociedade, e a forma que encontramos para reverter isso é trabalhar a inclusão social por meio da leitura. É necessário ter em mente que todos nós temos direito à informação, direito de ampliarmos nossos horizontes e aprimorarmos nossos conhecimentos. Pensando nisso, oferecemos esse serviço para que todas as pessoas que desejarem tenham acesso a um material de qualidade para uma boa leitura", ressalta Marília de Freitas, bibliotecária da instituição.
Com o laudo médico, RG e CPF em mãos, qualquer pessoa com deficiência visual pode se cadastrar e ter acesso ao acervo da UnB. Embora ainda seja pequeno, o número de cadastros tende a aumentar à medida que os próprios frequentadores divulgarem a biblioteca aos conhecidos. "O trabalho ainda está bem no começo, porém, temos tido bastante retorno por parte dos usuários, que acharam a iniciativa fantástica e têm nos dado um retorno muito positivo", atesta Marília. Os benefícios do projeto são comprovados por um aluno da UnB. "A biblioteca tem sido muito importante, principalmente para a minha formação acadêmica, até porque o acervo é formado pelo que a gente apresenta de demanda. Quando preciso de um livro que ainda não tem na biblioteca, demora um tempinho para ser digitalizado, mas isso é um detalhe.
No geral, já está bastante bom", comenta Luciano Campos, estudante de biblioteconomia.
fonte: REVISTA SENTIDOS
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