A estudante de pedagogia Odalice Pereira da Silva, 44 anos, só conseguiu entrar na Faculdade Araguaia, no Setor Bueno, em Goiânia, para fazer o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (9), após receber ajuda de uma colega. O problema aconteceu porque ela estava com a filha Gabriela, de 21 anos, que tem paralisia cerebral, e os fiscais não permitiram a entrada e permanência da acompanhante. Sensibilizada com o caso, a também estudante de pedagogia, Cleonice Barros Bonfim, 28, desistiu de fazer a prova para cuidar da garota.
Segundo Odalice, no sábado (8), ela não tinha com quem deixar a filha, que precisa de cuidados especiais, e a levou junto para a faculdade. “Não queriam me deixar fazer a prova, pois eu não tinha feito pedido de atendimento especial, mas depois de muita insistência liberaram”, conta. Sendo assim, Gabriela ficou na mesma sala enquanto a mãe fez o exame.
No entanto, segundo Odalice, ao fim das provas a coordenação que atua na instituição a informou que neste domingo a permanência da menina não poderia ser novamente liberada. “Disseram que houve um erro, em deixar minha filha ficar na sala, e que hoje eles não podiam persistir com ele”, afirmou a estudante.
Ciente de que teria problemas neste domingo e sem ter com quem deixar a filha de novo, Odalice seguiu assim mesmo para a faculdade. Na entrada, foi avisada de que não poderia entrar acompanhada da garota. Depois de tentar convencer os fiscais, ela já estava quase desistindo, quando Cleonice decidiu intervir.
A jovem perdeu a prova no sábado, pois errou o local, e foi neste domingo para tentar obter pelo menos parte das notas. No entanto, ao ver que Odalice perderia o exame, ficou responsável por cuidar de Gabriela. “Decidi ajudar”, relatou Cleonice.
Com isso, enquanto a mãe faz o exame, Gabriela está sob os cuidados de Cleonice em uma sala dentro da instituição.
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