segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Dica de app: conheça o Peek, o exame de vista de bolso que vai até o paciente

Mirriam Waithara sendo submetida ao teste do Peek que detecta catarata
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 285 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com algum algum tipo de deficiência visual. Desses, 39 milhões são virtualmente cegas, e pior: 80% dos casos poderiam ser evitados. A OMS estima que de cada cinco casos de problemas de visão, quatro poderiam ser prevenidos ou curados.
Entretanto a grande maioria dos doentes está nos países pobres, em particular em lugares isolados onde falta tudo mesmo. Com isso o grande problema é levar médicos a todo mundo, e em casos extremos profissionais trabalham em situações precárias, onde até o acesso a água é limitado. Dispor de equipamentos para realizar exames oftalmológicos chega a ser luxo em alguns casos.
É aí que entra a ideia do dr. Andrew Bastawrous, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Ele e sua equipe usam o Peek (acrônimo de Portable Eye Examination Kit), um app que permite diagnosticar catarata em pacientes que morem em regiões mais afastadas, bastando apenas ter um smartphone.
O app utiliza a câmera para realizar a varredura do globo ocular e diagnosticar casos de catarata, além de acionar o LED e realizar uma oftalmoscopia (mais conhecido como exame de fundo de olho, mas de forma reduzida), capaz de prevenir doenças como o glaucoma e detectar outras como diabetes e hipertensão, que causam lesões na retina.
Peek realizando exame de funde de olho para verificar o estado da retina e nervo óptico
O app também pode realizar um exame de vista simples, exibindo letras na tela e reduzindo seu tamanho gradativamente. Com a distância correta, é possível determinar se o paciente precisa de óculos ou não.
O Peek pode armazenar os dados do paciente, inclusive a posição via GPS, e no caso de necessitar uma segunda opinião, ele pode mandar as informações via-email para outros médicos.
O dr. Bartawrous está testando o Peek na comunidade de Nakuru, no Quênia, e 5 mil pessoas estão sendo beneficiadas com o projeto. Mesmo que o exame não resolva o problema imediato de tratar uma catarata, ao diagnosticá-la em um lugar remoto e considerando que o paciente jamais seria capaz de se deslocar ao hospital para isso, daí para frente tudo tende a ficar mais fácil.
Os resultados do Peek estão sendo comparados a exames tradicionais e apesar do estudo ainda não estar completo, o app já tem demonstrado resultados: Mirriam Waithara, uma senhora da comunidade teve catarata diagnosticada pelo app, foi operada e voltou a enxergar.
Para o dr. Bastarwrous, “o que nós esperamos é levar tratamento ocular para os mais pobres dos pobres. (…) Muitos hospitais podem realizar cirurgias de catarata, que é a causa mais comum de cegueira, mas levar os pacientes até eles é o problema. Com o app, nós podemos mandar técnicos para suas casas, examiná-los e diagnosticá-los in loco”.
Claro que o app não substitui uma visita ao médico, mas em lugares como o Quênia e outros fins de mundo, não se encontra um “oculista” em cada esquina. Habilitando técnicos capazes de realizar o exame com smartphones, o trabalho dos médicos é agilizado e todos saem ganhando.
Caso deseje mais informações, acesse o site do projeto e entre em contato com a equipe nem que seja para elogiar, porque eles merecem.
Acompanhe o dr. Bastawrous explicando como o app funciona:
Fonte: BBC e Peek Vision via Ceticismo.

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