quarta-feira, 13 de março de 2013

Amor de mãe !!! Muitas respostas estão comigo e com meu filho


Amor de mãe
Dengo de mãe
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível”.

É com essa frase que inicio a matéria de hoje. Posso dizer que tive muita sorte quando o Lorenzo nasceu, desde o início eu tinha um sexto sentido de que muito poderia ser feito por ele e eu não podia perder tempo. Logo nos primeiros meses comecei a pesquisar na internet, trocar informações com outras mães e conversar com a fisioterapeuta que o atendia. Em uma dessas conversas ela me disse que havia no Rio de Janeiro um instituto chamado Veras que fazia um trabalho diferente de reabilitação, mas ela não tinha mais informações e nenhum contato.
Pesquisei na internet e localizei, vi que eles faziam mesmo um tratamento diferenciado, um tratamento intensivo. Liguei e marquei avaliação. Havia um curso para pais como parte da avaliação e nesse curso a equipe do Veras apresentou o programa e deixou claro que são os próprios pais os responsáveis pela reabilitação dos filhos. Voltamos para casa com uma expectativa enorme, o tratamento era completamente diferente de tudo que eu já havia visto. O Veras baseia-se em intensidade, frequência e repetição. E durante os 18 meses que ficamos no programa os resultados foram realmente muito bons. Posso dizer que apesar de não estar mais no programa, o treinamento que recebi do Instituto me acompanha até hoje.
Outro grande inspirador da busca pela reabilitação do meu filho foi o filme O Óleo de Lorenzo, que fala da história de Lorenzo Odone, portador de Adrenoleucodistrofia (tema tratado em nossa última coluna). Voltando mais uma vez ao passado, ao período de internação pós-nascimento – certo dia estava na fila de entrada da UTI e um pai me perguntou se o nome Lorenzo vinha do filme “O Óleo de Lorenzo” e eu disse que não, que não tinha assistido ao filme. Providenciei logo que saí da visita e assisti ao filme inteiro em lágrimas. Eu percebi que muito além de um filme emocionante havia também uma mensagem especial.
Eu vi nesse filme uma oportunidade, um convite para o impossível, um chamado para a ação. Esse filme me inspirou, guiou meus passos e me inspira até hoje e assim como Augusto Odone (pai do Lorenzo Odone) eu também achei possível mudar a condição que a paralisia cerebral havia sido imposta ao Lorenzo. Eu não sabia como fazer, eu não sabia aonde chegaria ou como chegaria, mas eu sabia que precisava fazer a diferença na vida do meu filho. Eu sabia que tinha um longo caminho pela frente, um caminho não muito claro, sem direção, mas existia um caminho. E iniciei minhas buscas por informação, pesquisei blogs, conversei com médicos, terapeutas, mães e fui montando uma sequencia lógica. Percebi que muitas respostas estavam no meu filho. Analisava a dificuldade e pesquisava soluções, curiosamente apareceram pessoas em nosso caminho que nos ajudaram muito, algumas continuam nos ajudando até hoje.
A internet e as redes sociais nos proporcionam uma troca de informações importantíssima. Comecei testando tudo o que eu considerava passível de gerar uma boa resposta no Lorenzo e o caminho foi orientado pelos erros e acertos, o que não gerava uma resposta saia de cena, o que gerava resposta era intensificado. Terapias alternativas entraram para compor esse plano: acupuntura, fitoterapia, hidroterapia, equoterapia, stand-up paddle e etc. E um grande plano de reabilitação foi montado com ajuda de médicos e terapeutas e com base em todos os testes que fizemos até agora.
Os resultados estão aparecendo e nos guiando na direção correta. Percebi que muitas respostas estão comigo e com meu filho e divido isso com a equipe que o acompanha.  
Fica a certeza de que o amor de mãe é capaz de mudar muitas coisas, que a vontade de vencer pode nos levar a lugares que jamais imaginamos estar e que às vezes o impossível é apenas algo que nos inspira a querer quebrar essa barreira e ir frente.
Para saber mais: www.veras.org.br

Priscila Dutra, publicitária, é mãe de Lorenzo,  6 anos, e quer compartilhar a experiência com a reabilitação de seu filho com outras mães de crianças especiais.

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