quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A insuficiência nigroestriada e a marcha parkinsoniana

      A) Marcha parkinsoniana; B) Insuficiência nigroestriada.
(Clique para ampliar)


síndrome parkinsoniana é definida pela associação de hipertonia plástica, acinesia e tremor de repouso, podendo um desses três elementos ficar em primeiro plano. Essas síndromes têm em comum o papel central da insuficiência do sistema dopaminérgico nigroestriado. ADoença de Parkinson propriamente dita é uma afecção degenerativa de causa desconhecida, a qual representa 60 a 75% das síndromes parkinsonianas, e deve ser diferenciada destas por não estar ligada a doenças neurodegenerativas mais difusas, ou por não ter relação com infecções, trauma, tumor e produtos tóxicos.
Em termos de prevalência, a Doença de Parkinson perde apenas para a de Alzheimer quando são listadas as doenças neurodegenerativas mais comuns. Como já dito, a fisiopatologia do Parkinson envolve a degeneração dos neurônios dopaminérgicos da pars compacta da substância negra, cujas projeções se fazem ao estriado. A consequência geral de tal deficiência, após analisarmos as complexas vias direta e indireta dos eixos de regulação do movimento que envolvem o córtex frontal, os núcleos basais e o tálamo, é uma forte inibição do próprio tálamo e, consequentemente, do movimento deflagrado pelo córtex frontal, em especial da área motora suplementar.
O exame clínico do paciente parkinsoniano é típico e chamam a atenção a postura e a marcha. Em estágios mais avançados da doença, a predominância da hipertonia parkinsoniana dos músculos flexores acarreta uma atitude específica, ligada a uma ligeira flexão do pescoço, do tronco e dos membros, que pode ocasionar uma postura inclinada para diante. A evolução da doença faz a marcha deteriorar, ocorrendo num único bloco, em pequenos passos, com ocasionais acelerações (festinação) ou bloqueios, especialmente ao dar-se meia-volta. Esses bloqueios, ou paradas cinéticas (freezing – congelamento), causam quedas frequentes.

Fonte: Neurologia (11ª edição), por Jean Cambier, Maurice Masson e Henri Dehen.

Nenhum comentário: