O engajamento em associações e grupos de apoio auxilia
pacientes a conhecer melhor seu quadro clínico, comprometer-se mais como
tratamento e até a exigir mais do médico
Gazeta do Povo
Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Dudu nasceu em um tempo de pouca
informação sobre Síndrome de Down. Sua mãe foi atrás do que havia de mais novo
no assunto e ele leva uma vida normal
Universidades são grandes parceiras
Além de serem importantes para a divulgação de informações, as associações de pacientes também podem auxiliar grupos de pesquisadores na realização de pesquisas e testes clínicos que permitam conhecer melhor a doença ou testar terapias e medicamentos. Por outro lado, também são importantes para informar e auxiliar os portadores a obter algum remédio e ir atrás de direitos já adquiridos, como acesso a tratamentos.“Como temos contato com professores ligados a universidades, é comum que eles nos procurem para participar de projetos e pesquisas. Isso é bom para eles e para nós, que recebemos orientação, ficamos sabendo do que está sendo desenvolvido na área. Dá mais segurança”, diz a presidente da Associação dos Portadores de Doenças Reumáticas (Adore), Maria Delvani Almeida.
No caso da doença reumática, que muitas vezes demora para ser diagnosticada e é frequentemente confundida com outros problemas, Maria Delvani (que chegou a ser diagnosticada com câncer) diz que a orientação é fundamental. “Com a ajuda dos médicos, que pertencem à UFPR e à PUCPR, nós orientamos sobre o que perguntar ao médico, que exame é importante pedir, e até mesmo a mudar de médico em caso de não haver interesse em investigar a fundo.”
Maria Delvani, que tem a doença há 30 anos, é um exemplo de paciente que cobra. “Leio a revista mensal de reumatologia, participo de congressos, procuro por artigos em jornal, converso com professores, alguns até do exterior. A relação com o médico muda, eles começam a comentar o que eles sabem, a consulta vai longe”, diz.
Participação
De acordo com os médicos, a participação em grupos de pacientes é importante em vários aspectos:• Disseminação de informação: conhecer melhor a doença é o primeiro passo para compreendê-la e enfrentá-la.
• O que o futuro promete: A convivência com pacientes em diferentes estágios permite entender a progressão da doença, além do preparo necessário para enfrentá-lo.
• Senso crítico: a troca de informações com outros pacientes e a informação permitem ter mais controle sobre o tratamento e até segurança para questionar o médico.
• Orientação: o convívio com profissionais da área da saúde ligados às associações -- sejam os autõnomos ou ligados a universidades -- permite expor e tirar dúvidas de maneira informal.
• Pesquisas: estes espaços são um importante canal de comunicação com pesquisadores que estão desenvolvendo testes clínicos e estudos na área, dos quais o associado pode participar.
• Cidadania: através da união de forças, as associações podem pressionar por melhores políticas públicas na área de saúde, além de informar o paciente sobre como buscar seus direitos.
Fique atento
• É importante conhecer bem a associação antes de se unir a ela. Procure obter indicações de médicos, universidades, conselhos de classe e de saúde, além de conhecidos e órgão governamentais para encontrar uma que se adeque a seu perfil e que seja de confiança.
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