sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sobrevivente de ataque a bomba cria app para acessibilidade


 
 

Sobrevivente de ataque a bomba cria app para acessibilidade

Ldn Access indica locais sem escadas e banheiros públicos adaptados, entre outros. Foto: Divulgação
Ldn Access indica locais sem escadas e banheiros públicos adaptados, entre outros
Foto: Divulgação

Um sobrevivente dos ataques a bomba em Londres em 2005 criou um aplicativo de smartphone para ajudar pessoas com deficiência a se locomover com mais facilidade pela capital britânica. Daniel Biddle perdeu as duas pernas, o baço e a visão do olho esquerdo quando um extremista detonou uma bomba no vagão de metrô na estação Edgware, no dia 7 de julho de 2005.
"O que aconteceu comigo em 7/7 me roubou toda a capacidade de ir praticamente a qualquer lugar", disse o sobrevivente à BBC. "Posso pensar em inúmeras ocasiões em que precisava encontrar um banheiro ou ir a um restaurante, e foi impossível. Faltam informações úteis para pessoas em cadeiras de roda, dificuldades de aprendizado e problemas de visão", continua.
Acessibilidade
O aplicativo Ldn Access, criado por Biddle e uma amiga, Tobi Collett, armazena detalhes sobre percursos sem degraus, rampas e instalações sanitárias adaptadas que podem ser encontrados em milhares de locais na capital britânica, como hotéis, teatros, restaurantes, bares. Através de tecnologia de localização, o programa consegue oferecer informações baseadas na área em que o usuário se encontra. Pode-se escolher uma categoria geral, como restaurantes, e a partir daí refinar a busca, por exemplo, por tipo de comida (indiana, chinesa, grelhados).
Biddle diz que a dupla criou um aplicativo simples de usar "porque alguém com problemas de destreza, ou artrite nas mãos, pode não ser capaz de digitar palavras muito longas". "É simplesmente apertar um ícone na tela", justificam.
O aplicativo tem informações inclusive sobre os locais que serão usados nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres, a partir do fim de julho. E funciona sem conexão com a internet, o que significa que mesmo dentro do metrô o usuário pode checar as informações.
"Para checar se as informações estavam corretas, fomos às ruas e visitamos aleatoriamente os locais listados no aplicativo", conta Biddle. "Tivemos de identificar os locais, entrar nos sites dos lugares, fazer ligações", relata.
A princípio, o Ldn Access roda apenas no sistema operacional iOS, da Apple, mas Biddle e Collett pretendem investir o dinheiro levantado com as vendas originadas na loja da Apple, onde está disponível (neste atalho: http://bit.ly/vZbzSE), para criar versões para Android, Blackberry e Windows Phone. A ideia também é expandi-lo com informações sobre outras cidades britânicas.
"Com esse aplicativo, queremos mostrar que a deficiência física não é um problema, o problema é a falta de acessibilidade", afirma Biddle. "A tecnologia pode ser excelente para prover independência. Queremos que ela ajuda os deficientes físicos a fazer o que quiserem", completa.

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