As praias inacessíveis
Há trinta anos atrás, andava sozinha nesta praia tão
gostosa! Tão cheia de prazeres que se da àquele homem carnal, que está inserido
na massa dos que buscam a vida livre, sem compromissos, no seu recanto de lazer
para fuga do estress, da rotina urbana. Sim! Eu estava lá. E a minha busca era
o prazer de sentir as descobertas da sensibilidade, meu pé na areia, o vento no
rosto, o calor do sol a me envolver, a brisa a suavizar, o banho do mar que
lava a alma e faz sentirmos livre sim! Mas pelo simples fato de ali estar, para
perceber as maravilhas do Senhor!
Meus pais não gostavam ou
temiam na verdade a minha liberdade de adolescente, hoje os entendo que por
pura proteção, então combinamos irmos sempre juntos os três, quando por alguns motivos os não
queriam ir, eu fugia. Pois eu era uma
jovem com 16 anos, deficiente física com uma vontade enorme de viver! Por isso via menos dificuldades,
aqui neste paraíso! “Uma família muito unida e também muito ouriçada...”. Assim
como várias outras. E pessoas maravilhosas que até hoje eu tenho e considero
privilegiadas como eu, a tia Marilda, Isa sua irmã, Amelinha nossa grande
mulher, amiga, companheira e nos tempos atuais a Clara, minha Claríssima amiga que veio agregar-se
a nossa família, são pessoas abençoadas
pelo Pai Celestial e possuem por mim carinho e atenção.
Trinta e um anos depois, estou em uma
cadeira de rodas, numa praia sem Acessibilidade nenhuma! Uma porque ai não existe pessoas capazes de tomarem uma atitude e começarem mobilizar
a comunidade, que sinônimo de Acessibilidade, não é somente para cadeirantes.
Quem ganha com isso? Toda a comunidade. O
direito de ter conforto, saúde, lugares acessíveis, protegidos,
sustentáveis, tornando-se ambientes belos, trazendo progresso e o que interessa
para essa sociedade capitalista é o dinheiro.
Não sejamos hipócritas! Mas tudo na vida tudo tem um preço e é a moeda circulante
que gera o movimento revolucionário.
A vida de uma cadeirante não é fácil,
as escolas em geral ,nem especificamente a local, pois está se encontra no
litoral onde esquecem que aqui também vivem cadeirantes, cegos, surdos e todas especificidades, não estão adaptadas, preparadas
para pessoas que fogem do padrão social que até hoje receberam , aqui ou em
qualquer lugar da sociedade falta arquitetos mais sensíveis ,capacitados para
modificarem a arquitetura convencional e projetarem um futuro mais acessível á
todos sejam gordos, altos, cadeirantes, cegos, surdos, idosos e até por que não,
pensando nas mulheres que usam seus belos e charmosos saltos ou mamães com seus
carrinhos de bebês e ainda por que não
pensarem na higienização dos ambientes locais, nas pessoas que levam seus
cachorrinhos de estimação ,todos necessitam de acessibilidade. Acessibilidade é
uma preocupação mundial e poderá gerar renda, tecnologia, profissões novas no
mercado de trabalho tão concorrente.
Pensemos nisso! Aqui mais uma vez o meu
desabafo de viver ao lado de uma das grandes maravilhas que um dia tive o
prazer de usufruir e hoje a minha visão é restrita, não vejo o mar, estou
sempre do lado de cá, além das calçadas, pois estas nem posso chegar com minha
cadeira, ou minha bicicleta e poder ver as pessoas passarem com elas sentir o
que sentem, ver os MOMENTOS DA VIDA, dias tão felizes como o Natal, a chegada
de Ano Novo que qualquer cidadão tem o direito de ser feliz. Desculpem–me mas hoje sinto me assim, sei
que as futuras gerações serão mais
SENSÍVEIS, haverá um tempo onde tecnologia e sensibilidade caminharão juntas
para o bem todos!É SINTO QUE ESSE NOVO TEMPO SE APROXIMA, QUANDO AO MENOS OS SHOPPINGS ASSUMEM A ACESSIBILIDADE EM MUITOS ASPECTOS, POIS IDENTIFICAM QUE ESSA CATEGORIA TAMBÉM PAGA IMPOSTOS,CONSOMEM E MERECEM ESPAÇOS DE LAZER.MAS ESSE ASSUNTO FICA PARA OUTRO MOMENTO, AS FOTOS POR SI SÓ, DIZEM E INTERPRETAM OS SENTIMENTOS MEUS.ABRAÇO ATÉ A PRÓXIMA!
Texto elaborado por Jussara Molina(colaboradora do blog).Retificado por Eliane Clara Pepino
SE VOCÊ LEITOR TEM INTERESSE DE COLABORAR COM NOSSO BLOG, ENTRE EM CONTATO NO mfkmatheus@gmail.com ,ou clarapepi@gmail.com (estaremos analisando o conteúdo).
Obrigado:EQUIPE DO BLOG FUTURO
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Um comentário:
Estupenda entrada, yo vivo en Málaga (España) una ciudad de mar y afortunadamente hay playas preparadas para que todos puedan bañarse. Gracias también a los muchos voluntarios que ayudan a disfrutar del mar a las personas con discapacidades. Me considero muy afortunada de vivir aqui.
Saludos.
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