quinta-feira, 17 de março de 2011

Bancos são os maiores empregadores de deficientes, diz especialista



O professor e presidente da Associação Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho (Ibret), Hélio Zylberstajn, disse que os bancos são os que mais empregam pessoas com deficiência no País


A afirmação foi feita na tarde desta quinta-feira durante o 24° Fórum Serasa Experian de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência

Zylberstajn mostrou dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que dão conta de que desde 2008 os bancos foram os que mais empregaram essas pessoas. "Isso mostra que os bancos são os setores mais sensibilizados e com mais propensão a receber pessoas com deficiência", afirmou.

Segundo ele, o salário médio total por tipo de deficiência (fisica, auditiva, reabilitados, entre outros) é em media R$ 4 mil, por conta dos cargos serem preenchidos por pessoas com qualificação. "Elas são mais qualificadas e por isso a média salarial é maior", disse. E acrescentou que a empresa que não emprega portadores "joga para a sociedade um custo negativo que não precisaria existir".

O professor apresentou também informações sobre o mercado formal de trabalho no Brasil e no Estado de São Paulo. Dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) indicam que em dezembro de 2009 havia 41 milhões de postos de trabalho formais no País, destes, 280 mil eram ocupados por pessoas com deficiência, um total de 0,7%. Em São Paulo o valor é um pouco maior, 0,8%, com um total de 12 milhões de postos formais, e 96 mil ocupados por essas pessoas.

O Fórum contou ainda com outros dois palestrantes, entre eles uma professora americana, Suzanna Bruyère, diretora do Employment and Disability Institute, órgão ligado à Cornell University de Nova York, insitutito responsável por realizar pesquisas nessa área.

O terceiro palestrante, o professor José Pastore, da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da USP, e da Fundação Instituto de Administração da USP, acredita que a melhoria das condições de empregabilidade dessas pessoas passa pela melhoria e ampliação dos sistemas de cotas.

"Há outras formas de trabalhar que estão surgindo que não necessariamente se apresentam como emprego, uma delas é o empreendedorismo, outra é o trabalho temporário, além da terceirização e contratação de autônomos"

Para Pastore, as empresas e autoridades demonstram maior compreensão sobre o assunto do que há 10 anos, quando ele desenvolveu um estudo sobre a inclusão dos portadores no mercado de trabalho. "O caminho a percorrer é muito grande, mas a sociedade brasileira, incluindo a iniciativa privada, tomaram mais consciência da responsabilidade de abrir espaço para este grupo", disse ele. "Porém, o desafio é melhorar o que já conquistamos. O sistema de cotras pode ter limitações, mas vejo que podemos melhorá-lo e ampliá-lo.
fonte:terra