terça-feira, 24 de agosto de 2010

Paralisia Cerebral

Definição:

A Paralisia Cerebral é uma doença do foro neurológico que afecta as funções básicas do ser humano (fala, postura, movimento).

Existem vários tipos de Paralisia Cere-bral: espástica (em que o movimento é difícil); atetósica (o movimento é descontrolado e involuntário); atáxica (o equilíbrio e a sensibilidade profunda são anormais); mista (uma combinação de vários tipos).

Causas / Sintomas e Sinais:

A Paralisia Cerebral é provocada por uma lesão no cérebro e no sistema nervoso ocorrida antes do nascimento; durante o parto ou depois do nascimento (pouco depois do nascimento).


Os sintomas variam consoante a área de extensão da lesão, podendo incluir: tiques; perturbação da marcha; espasmos; convulsões e fraco tónus muscular.


Para além da motricidade, a Paralisia Cerebral também pode afectar a visão, a audição, a inteligência e a fala.


Diagnóstico:

A necessidade de um diagnóstico precoce prende-se com o facto de dar início à terapia o mais cedo possível.


A Paralisia Cerebral pode manifestar-se logo à nascença ou mais tarde. Em caso de suspeita deve-se consultar um neurologista pediátrico a fim de determinar a extensão e localização da lesão cerebral, de forma a colocar de parte outras doenças.


Exames a efectuar: análises de sangue e urina (para eliminar a hipótese de outras doenças que produzam sintomas semelhantes): electroencefalograma (para medir a actividade eléctrica do cérebro); electromiograma (para medir a actividade eléctrica dos músculos); um TAC. (Para detectar alterações cerebrais.

Tratamento médico:

O tratamento deve envolver uma equipa de profissionais ao nível da saúde: Fisioterapeutas; Terapeutas da Fala e Terapeutas Ocupacionais; um Psicólogo; um Ortopedista e um Neurologista.

A Paralisia Cerebral não tem cura, o objectivo do tratamento médico é ajudar a criança a conseguir uma maior independência possível.

Alguns exemplos: as convulsões podem ser controladas por medicamentos; o tratamento ortopédico pode incluir talas, canadianas e aparelhos diversos que possam evitar contracturas e outras deformações dos braços e pernas; a cirurgia ortopédica pode ser também uma opção cortando músculos e tendões contraídos (permitindo a sua distensão) ou unindo determinados ossos (de modo a estabilizar as articulações).
Este tipo de cirurgias pode permitir à criança um melhor equilíbrio e andar.

Ensino-Aprendizagem:

O Processo Ensino-Aprendizagem deve ser organizado e estruturado de forma a privilegiar o desenvolvimento geral da criança ou jovem com Paralisia Cerebral.
Deve existir uma equipa de profissionais que trabalhem no sentido de suprimir as dificuldades da criança ou jovem.

A criança/jovem com paralisia cerebral deve beneficiar de áreas que possibilitem e auxiliem o seu desenvolvimento, tais como:

- Terapia da Fala – Para elevar a capacidade de expressão oral e de comunicação.

- Terapia Ocupacional – De forma a desenvolver aptidões úteis que lhes permitam desempenhar tarefas de rotina.

- Psicomotricidade – Para melhorar a adaptação ao mundo exterior, através do domínio do equilíbrio; controle da inibição voluntária e da responsabilidade; consciência do corpo; eficácia das diversas coordenações globais e segmentárias; organização do esquema corporal; orientação espacial; etc.

- Apoio Psicológico – Para acompanhar a criança/jovem durante o Processo Ensino-Aprendizagem ao nível psicológico.

- Fisioterapia – Através da utilização do exercício e técnicas de relaxamento; para ensinar a caminhar com o auxílio de canadianas muletas e outros aparelhos (como cadeira de rodas); para auxiliar a rotina diária da criança ou jovem.

- Áreas de Expressão – A Dança e Música podem auxiliar as crianças ou jovens a elevarem a sua coordenação, desenvolverem o tónus e força muscular, autoconfiança, etc. As actividades de Expressão Plástica, como a Pintura podem ajudar no desenvolvimento da motricidade, comunicação, etc.

- Actividades Aquáticas – O contacto com a água ou realização de exercícios dentro de água auxiliam um melhor funcionamento do sistema circulatório, respiratório, fortalecimento dos músculos, aumento do equilíbrio, relaxamento muscular, diminuição de espasmos, aumento da amplitude de movimentos, etc.

- Massagens – Aliviam espasmos e reduzem contracções musculares.

- Informática – A utilização do computador pode ajudar ao nível da comunicação, assim como ao nível da motricidade fina.

- Actividades da Vida Diária – Para trabalhar a higiene, segurança, entre outros.

A criança ou jovem com Paralisia Cerebral pode estar integrada no Ensino Regular ou Especial. Contudo, a criança/jovem deve beneficiar numa primeira instância de uma Estimulação Global e só posteriormente de uma Iniciação Académica.

O trabalho realizado pelos técnicos (Professor, Educadora, Psicóloga, Terapeutas, etc.), assim como a inter-acção de todas as áreas acima mencionadas deverão procurar elevar o nível Cognitivo; Autonomia Pessoal e Social; Comunicação; Psicomotor; Sócio-Afectivo; assim como desenvolver a área Sensorial-Perceptiva.


Encarregados de Educação:

Os Encarregados de Educação podem proporcionar um ambiente que estimule a aprendizagem e a exploração.

Ajudando no exercício físico regular; no desenvolvimento de hábitos de higiene; utilização de materiais e utensílios que auxiliem a criança/jovem com Paralisia Cerebral (tais como: talheres especiais, auxiliares para vestuário, escovas de dentes próprias, entre outros).

A Paralisia Cerebral é uma doença que dura toda a vida e geralmente requer uma adaptação e uma formação no sentido de atingir a auto-suficiência.

É necessário que exista um trabalho conjunto entre Técnicos e Encarregados de Educação, proporcionando uma diversidade de áreas, no sentido de desenvolver e elevar as capacidades gerais da criança/jovem com Paralisia Cerebral, assim como a sua qualidade de vida.
Autoria: Prof. Pedro Santos

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