
Gazeta do Povo
Veículos compartilhados atendem passageiros cadeirantes e regulares. Serviço com carros adaptados funciona há um mês em Curitiba e já tem clientela
Inclusão
Licitação também deu espaço para taxistas com deficiência
Além do táxi compartilhado em Curitiba, a nova licitação de táxis da Urbs abriu também 30 vagas para motoristas de táxi com deficiência. Apenas 11 dessas vagas foram preenchidas. O restante foi destinado ao serviço convencional. Um dos 11 é Claudeir Júlio de Lima, 48 anos, taxista desde 1996 e deficiente físico desde 1990, quando perdeu parte da perna direita em um acidente de moto. O táxi dele tem câmbio automático e acelerador na perna esquerda. “É preciso incentivar a pessoa com deficiência por meio de vagas em concursos e licitações como essa, para que ela entre no mercado de trabalho. A gente sabe que as pessoas com deficiência sofrem muita discriminação na sociedade. Eu já sofri, mas sempre levei tudo na esportiva. O importante é me sentir útil e trabalhar”, afirma. Apenas seis taxistas com deficiência estão rodando em Curitiba. Os outros cinco ainda estão no processo licitatório, segundo a Urbs.
Adaptações
Para fazer a adaptação dos táxis compartilhados, o tanque de combustível tem a capacidade reduzida para 40 litros, a posição do sistema de escapamento é alterada e as molas da traseira do carro são trocadas. Segundo a Urbs, os veículos são atestados por responsáveis técnicos inscritos no Conselho Regional de Engenharia e Agricultura (Crea-PR) e precisam estar adequados às normas da Associação Brasileira de Normas Temática (ABNT).
Rodando desde 28 de maio, ele conseguiu uma das 20 placas da nova licitação destinadas a essa modalidade. O nome refere-se ao compartilhamento do veículo por pessoas com necessidades especiais e por passageiros regulares. Sem cobrança adicional aos passageiros cadeirantes, o novo serviço, com táxis alaranjados e sinalizados com o símbolo universal de acessibilidade, ainda é pouco divulgado, mas tem demanda visível. “Atendi dez passageiros nesse meio tempo e, agora, eles sempre me ligam. Acredito que, conforme os outros táxis forem entrando na praça, a gente vai poder estabelecer uma comunicação melhor pelo rádio para cobrir a cidade”, opina.
Ronaldo José Ferreira é outro taxista de Curitiba com veículo compartilhado. A primeira cliente dele foi a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdócimo. “Fui chamado na secretaria e eles inclusive me informaram que estamos autorizados a buscar passageiros que solicitarem um táxi compartilhado no aeroporto”, disse. Até então, os taxistas podiam levar passageiros de Curitiba para o Aeroporto Internacional Afonso Pena, mas apenas táxis de São José dos Pinhais podem trazer passageiros de lá.
Avaliação
Outro passageiro de Ferreira foi o paulista Eduardo Sousa de Santos George, jornalista cadeirante que veio para Curitiba assistir ao jogo de Irã e Nigéria pela Copa do Mundo. “Já uso táxis compartilhados em São Paulo, mas não quis solicitar um para me buscar no aeroporto. Fui até o Jardim das Américas e de lá peguei o táxi do Ronaldo”, conta. George avalia positivamente o novo serviço. “O tratamento dele foi importante, o conforto, a acessibilidade e a pontualidade também.”
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