Alcione Rocha

Alunos da escola Maria Coeli Ribas Andrade e Silva durante atividade de pesquisa nos computadores
O colégio atende jovens carentes da região. Grande parte deles não possui computador em casa e entrou em contato com essa tecnologia por meio justamente do laboratório da escola, que está inserido na dinâmica do projeto Infoeduc desde 2008 e atende 600 crianças por semana. No início do projeto, eram 10 máquinas. Hoje, são 28. O investimento no incremento do número não foi à toa. As atividades, voltadas a jovens alunos com dificuldades de aprendizagem, vêm sendo bem sucedidas.
No início de cada semestre, os professores da escola fornecem um planejamento das suas aulas para que a professora Alcione Rocha, coordenadora do Infoeduc, encontre conteúdos, jogos e atividades que sirvam para reforçar essa aprendizagem, pois as aulas no laboratório de informática são utilizadas principalmente como reforço para os conteúdos vistos nas disciplinas do currículo escolar. Além disso, o educador de cada uma das matérias acompanha a ação dos estudantes no laboratório, tirando dúvidas e se envolvendo também nesse momento.
“O principal objetivo é despertar o interesse dos alunos para o conteúdo das aulas por meio de jogos virtuais, pesquisas e pelo uso de ferramentas da rede”, afirma Alcione Rocha. Ela diz que um dos maiores desafios da iniciativa é trabalhar somente com softwares, arquivos e recursos disponibilizados gratuitamente na internet, uma vez que não há verba disponível para compra desses recursos. Exemplo de educador que mesmo diante de dificuldades presentes no dia a dia de escolas públicas busca melhoras nas práticas de ensino e aprendizagem, Alcione reconhece, entretanto, que o projeto poderia ser aperfeiçoado com a utilização de novas ferramentas digitais e melhorias no espaço físico, por exemplo.
Além das horas obrigatórias
Aos sábados, o laboratório fica aberto para atender casos especiais, de alunos da escola que apresentam bastante dificuldade aprendizagem e também transtornos mentais. “Muitos vivem num ambiente de pobreza, fome e lidam com famílias desestruturadas e com violência doméstica”, afirma Alcione Rocha.
A disposição de trabalhar com estes e com os outros alunos da instituição mesmo fora da sala de aula levou também à criação, em 2009, do blog da escola. No espaço virtual, atividades realizadas com os alunos são compartilhadas. E são protagonistas do blog.
“Este é um projeto que realmente utiliza a tecnologia na educação”, destaca Zilda Tavares, supervisora de ensino da escola. Para ela, um ponto alto da iniciativa é o nível de interação entre as disciplinas no trabalho com a internet. Outro fator importante é o forte envolvimento dos educadores no conteúdo visto em laboratório.
Resultados
Alcione Rocha

Alunos aprendem com o uso de jogos e de recursos web
“É gratificante ver o entusiasmo de todos os alunos, a superação de muitos e as possibilidades que se desenham”, conta Alcione. Segundo ela, a aprendizagem dos jovens frequentadores do laboratório tem alcançado níveis cada vez mais altos. É o caso do estudante do 8º ano Marcos Paulo dos Reis, de 13 anos. Em parceria com mais quatro colegas, Marcos está desenvolvendo um jornal, que será redigido no laboratório e distribuído para toda a escola. A iniciativa partiu dos próprios alunos, mostrando que o projeto tem incentivado a criatividade dos estudantes e os estimulado a irem além das disciplinas do currículo.
“O jornal vai ter notícias sobre a escola e sobre o nosso bairro. Vamos colocar diversas curiosidades sobre as coisas que vemos na aula. Os leitores também terão espaço para enviar sugestões”, conta Marcos.
Assim como alguns dos moradores da região, o jovem já viveu em uma casa de lona e não tem computador em casa. O laboratório foi sua primeira oportunidade de entrar em contato com a informática. “Agora, quando não entendemos alguma coisa sobre a matéria que o professor está explicando, podemos usar a tecnologia em nosso dia a dia para aprender melhor.”
Acompanhe também a nossa página no Facebook.
Leia mais
Escola Municipal em Jundiaí utiliza tecnologias de forma integrada em suas atividades
Projeto leva tecnologia e educação para unidades de internação
Cursos de mobile learning auxiliam educadores e ampliam possibilidades nas salas de aula
Nenhum comentário:
Postar um comentário