O direito de ir e vir é garantido a todo cidadão brasileiro, mas alguns não conseguem exercê-lo devido à falta de acessibilidade. Quando falamos em acessibilidade nos referimos às pessoas portadoras de deficiência e a necessidade de condições especiais para que elas possam se locomover de forma independente como: rampas de acesso, elevadores, semáforos sonoros e até piso e caminho tátil. Por mais que as escolas e faculdades estejam se atualizando quanto a isso, ainda existem algumas dificuldades de estrutura em algumas instituições de ensino e nos transportes da cidade.
Em Malhação, Jefferson (Douglas Sampaio) é cadeirante e sofre diariamente com os acessos limitados nas ruas e a incapacidade de se locomover sozinho na favela onde mora. Será que a acessibilidade na sua região está dando conta do recado?
Valéria de Oliveira, professora de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que também é coordenadora do projeto “Rompendo Barreiras”, explica a importância da pessoa com deficiência conseguir se virar sozinha em qualquer lugar, principalmente na sua escola ou faculdade. “As pessoas com deficiência não se sentem à vontade para ter ajuda o tempo todo. Elas precisam se sentir acolhidas. Quanto mais autonomia elas têm, mais inserida na sociedade elas se sentem”, acredita a professora, que elogia a estrutura da faculdade em que trabalha. Mas também faz um alerta: a manutenção das rampas e elevadores.
“A estrutura da Uerj é boa. Existem rampas de acesso interligadas por todos os blocos, além dos elevadores para os teatros e salas. A faculdade possui uma rota acessível com postes de luz. Mas é preciso fazer manutenção em tudo”, diz a professora. Mesmo assim, as formas de acessibilidade na universidade não param por aí.
Valéria e seu grupo também pretendem implantar um projeto de viabilização de um caminho tátil para os cegos na universidade. “Queremos fazer isso para o ano que vem na faculdade de educação”, torce.
Valéria de Oliveira é formada em Letras e Pedagogia e dedicou quase a vida inteira às pessoas com deficiência. A professora, que adotou uma criança cadeirante que tinha na época 6 anos de idade, conta como surgiu a vontade de ajudar essas pessoas. “Na minha infância eu tive uma colega que era surda e que não conseguiu aprender a ler por falta de recursos na escola. Desde então, não consegui parar de pensar nessa situação. Hoje respiro pessoas com deficiência 24 horas por dia”, diz a professora de educação especial para crianças e adultos.
Em seu projeto na web, o “Rompendo Barreiras”, Valéria faz o máximo para alertar as pessoas sobre esse problema e ainda faz protestos contra a falta de recursos na cidade. Tudo isso em forma de artigos e casos reais. “Ainda falta muita coisa. As empresas de ônibus deveriam ter uma frota maior e os profissionais que estão trafegando com essa estrutura deveriam saber mexer nos equipamentos. Muitos não sabem. Tudo melhorou bastante, mas ainda falta”, acredita Valéria, ainda na luta para ajudar as pessoas com deficiência.
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