sábado, 20 de março de 2010

Médicos realizam cirurgia cerebral em paciente tocando violino

Médicos americanos realizaram uma cirurgia cerebral que provocou espanto no mundo todo, porque o paciente tocava um instrumento musical enquanto era operado.

Com a palavra, Roger Frisch, violinista da orquestra de Minneapolis, Estados Unidos. "Eu estava tocando solos e não conseguia fazer movimentos longos. Era o fim da minha carreira".

O músico estava com o que os médicos chamam de "tremores essenciais". É quando uma parte do cérebro emite sinais desencontrados para os músculos, provocando movimentos aleatórios, como mostrou uma rede de TV americana.

Roger Frisch encarou uma cirurgia bem diferente. Ficou acordado e com o violino nos braços. Foi um pedido da equipe médica.

Nesse tipo de cirurgia, os médicos implantam no cérebro um pequeno eletrodo, uma espécie de marca-passo. O equipamento emite sinais elétricos, que modificam as ordens dadas pelo cérebro. E aí é possível corrigir os movimentos e acabar com os tremores.

A medida em que o paciente fazia movimentos cada vez mais corretos, os médicos iam acertando o ponto exato no cérebro onde o marca-passo deveria ficar instalado.

No decorrer da cirurgia, já foi possível perceber que as notas estavam soando melhor. Aplausos para músico e médicos. Roger Frisch deixou o centro cirúrgico e voltou aos palcos.

Os médicos de um hospital de Nova York também participaram da cirurgia. E eles acabaram de conseguir autorização para aplicar o mesmo método em pessoas que têm transtorno obsessivo compulsivo.

O desafio agora é conseguir autorização para fazer esse tipo de cirurgia em pacientes com epilepsia ou depressão. As pesquisas, para estes casos, estão em estágio avançado.

O neurologista Michele Tagliati, do Hospital Mount Sinay, lembra que o número de pessoas que sofrem com epilepsia e com depressão é muito maior do que aqueles que têm o transtorno obsessivo compulsivo ou tremores.

E ele ressalta que enorme também é a confiança. "Obviamente, nesses casos nós botamos os eletrodos em outros lugares do cérebro, não no mesmo lugar dos tremores. Mas a técnica é a mesma e os resultados têm sido emocionantes".

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