sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Formação continuada em produção de texto 1º módulo: as concepções sobre a produção de texto

Leiam e compartilhem a matéria da revista ESCOLA , excelente!! 
Acredito na função que a escrita favorece ao ser humano,na promoção de sua autonomia na sociedade independente a sua especificidade ou não,na conquista de sua cidadania,na compreensão de mundo e o mais importante na preservação de sua essência humana.Amo escrever,amo ensinar esta foi uma das minhas escolhas na Terra!!


Estimular os estudantes a expressar as opiniões por meio da palavra escrita e, desse modo, elaborar um percurso como autor é uma das principais funções da escola. Para ajudar os educadores a realizar essa tarefa, os encartes de formação docente de GESTÃO ESCOLAR deste ano irão focar a produção de textos para as séries da primeira etapa do Ensino Fundamental. Maria Cristina Zelmanovits, pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), de São Paulo, elaborou com exclusividade o conteúdo dos seis módulos, que serão publicados ao longo do ano. Neste primeiro, o objetivo é socializar diferentes concepções de ensino da produção textual e levar os professores a se posicionar diante delas para que você, coordenador, conheça as ideias deles e os convide a investigar o assunto.

Objetivo geral
Formar professores do 1º ao 5º ano para trabalhar com a produção textual escrita dos alunos.

Objetivos específicos deste módulo
- Socializar diferentes concepções de ensino da produção textual escrita e posicionar-se diante delas.
- Analisar diversas situações de produção escrita.
- Elaborar sugestões de alteração para uma proposta de produção escrita.

Conteúdos
- Condições de produção a serem garantidas quando os alunos escrevem textos.

Tempo estimado
Um mês (três reuniões de duas horas cada uma).

Material necessário
Cópia dos quadros 1 e 2 deste encarte.

Desenvolvimento
1ª reunião: Apresentação das práticas 
Para iniciar a discussão, peça para que cada professor escreva duas perguntas sobre produção de textos que gostaria que fossem respondidas até o fim do estudo. Leia e guarde-as para uso durante e no fim do trabalho.
Coordenador, conhecendo as perguntas do grupo de professores, você poderá, no desenvolvimento das reuniões, chamar a atenção para as que forem sendo respondidas. No último módulo, elas serão retomadas.
No segundo momento, apresente aos professores as quatro situações propostas a seguir e convide-os a dizer o que pensam sobre cada uma:
Quadro 1

Situação 1 A professora escolhe uma ótima imagem de um índio e pede que os alunos escrevam no caderno tudo o que ela lhes suscitar.

Situação 2 
Por ser 19 de abril, os alunos são solicitados a escrever sobre os índios em folhas soltas sabendo que as produções, devidamente ilustradas, serão expostas no mural da classe.

Situação 3 Depois de conversar com os alunos sobre os conhecimentos deles em relação aos índios, a professora pede que ditem um texto com as principais ideias sobre o tema. Ela o escreve em uma cartolina e o coloca no mural da escola.

Situação 4 
No início de abril, a professora realiza um estudo sobre os índios, exibindo vídeos sobre os costumes de comunidades indígenas brasileiras, selecionando trechos de enciclopédias para serem lidos, distribuindo reportagens de jornal e revista sobre a situação de determinados povos para serem lidos em grupo, lendo em voz alta verbetes de dicionário de palavras do português com influência indígena e apresentando quatro lendas relacionadas ao tema. Ao longo do trabalho, a professora registra as descobertas dos alunos e pede que eles ditem o que estão aprendendo para ela escrever na lousa e eles copiarem no caderno. Duas semanas depois, ela retoma o resumo, forma duplas, e solicita que elaborem questões sobre o assunto que gostariam de esclarecer. Após ler as produções, a professora lista as principais perguntas e, com a turma, faz uma carta coletiva para a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Algumas propostas podem sofrer duras críticas. Escute atentamente os comentários feitos e finalize o encontro exercendo o papel de "advogado do diabo".
Coordenador, esse papel lhe está sendo sugerido por várias razões. Uma delas é que não há verdades incontestáveis e as práticas podem sofrer mudanças devido, por exemplo, a novos estudos e pesquisas. A outra é que não se trata de avaliar uma atividade como certa ou errada, boa ou má. É preciso encontrar critérios e argumentos para analisar potências e ausências em cada uma das propostas. Todas as situações apresentadas aparecem nas escolas e é essencial, portanto, ampliar a consciência a respeito do que está por trás de cada uma delas e saber acolhê-las.
Conclua a reunião com a leitura da definição de gêneros de discurso retirada do glossário do curso virtual Sequência Didática: Aprendendo por Meio de Resenhas, elaborado para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, promovido pelo Cenpec, pelo Ministério de Educação (MEC) e pela Fundação Itaú Social:

"Os gêneros do discurso são 'modos de dizer' apropriados para certas atividades e/ou situações, na medida em que permitem responder adequadamente às demandas de comunicação correspondentes. Na teoria do gênero do filósofo russo Mikhail Bakhtin, todo gênero: a) envolve um tema - o tipo de fato para o qual ele se volta; b) assume uma forma composicional - a organização geral do texto, como introdução, desenvolvimento e conclusão; c) define um estilo - o tom característico desse discurso, mais ou menos pessoal, mais ou menos formal etc".

Como tarefa de casa, sugira a leitura dos seguintes textos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa: Discurso e Suas Condições de Produção, Gênero e Texto Condições para o Tratamento do Objeto de Ensino: O Texto Como Unidade e a Diversidade de Gêneros, que estão nas páginas 20 e 23, respectivamente. O link para o documento se encontra na edição online desta reportagem.
Túnel do tempoReconheça as regularidades, discordâncias e análises das observações dos professores e recorde as situações de ensino mais comuns relacionadas à produção de texto.

Anos 1950 Nessa época, as escolas costumavam pedir composições livres ou com base em imagens e no desenvolvimento de um tema em 30 linhas.

Anos 1960/1970 Predominaram as propostas de narração, descrição e dissertação.

Anos 1980 As redações foram reconhecidas como textos (com características semelhantes às dos textos que circulam socialmente), mas a ênfase voltou para a sequência (com começo, meio e fim) e a garantia do uso de aspectos formais que sustentassem a estrutura textual.

A partir de 1995 O trabalho com gêneros passou a predominar - e se mantém até hoje. Ao longo desse tempo, a prática docente tem revelado diferentes compreensões a respeito do que é ensinar a escrever baseando-se em gêneros discursivos.

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