segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Aparência e superficialidade


Por que somos "importantes"?



TESE DE MESTRADO NA USP

NUMA SOCIEDADE HIPÓCRITA, O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME SUA "APARÊNCIA"


'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'



Psicólogo varreu as ruas da USPb para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.



Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:



'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.



O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz. Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.



Diário - Como é que você teve essa idéia?



Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.



Com que objetivo?

A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade.. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis.



Eles testaram você?

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.



O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.



E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.



MATEUS 18:10 -Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.

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Comentários



Analise essa matéria como acabamos incorporando falsos conceitos dos seres humanos, rótulos e exclusões , desvalorizamos encarando a aparência e esquecendo a essência. O ser x o ter se entrelaçam, mas o amor como diz numa canção chamada VIDA interpretada por Fabio Junior, esconde outro Universo.

Não é necessário uma verdade nova ;é dar as mãos e dar de si além do próprio gesto , descobrir feliz que o AMOR esconde outro Universo.


Para Refletir...

A Imagem É Tudo

"Pois o homem, na verdade, não deve cobrir a cabeça, porque
é a imagem e glória de Deus" (1 Coríntios 11:7).


Andre Agassi, grande estrela do tênis mundial, fez um
comercial de uma determinada câmera fotográfica em que
dizia: "A imagem é tudo". Isto é verdade. mas não a imagem
superficial e vaidosa de si mesmo. A imagem de Deus é tudo.
O homem deve refletir a imagem e semelhança de Deus.


Que imagem temos refletido? A imagem de nosso egoísmo, de
nosso mau-humor, de nossa mesquinhez, de nossa intolerância,
de nossa teimosia ou verdadeiramente o brilho do Senhor
Jesus tem sido mostrado em todos os lugares por onde
caminhamos?


Quando Cristo habita em nossos corações, uma bela imagem é
constatada por todos. Não a imagem de uma pessoa pecadora
que somos, mas a imagem do amor de Deus, de Sua
generosidade, de Sua fidelidade, de Sua santidade, de uma
vida transformada que deixou para trás todos os prazeres
enganosos deste mundo. E se refletimos a imagem do Senhor, a
nossa alegria será contagiante, as nossas palavras serão
penetrantes, as nossas atitudes serão dignas de serem
imitadas. Mostraremos não um brilho superficial e
passageiro, mas uma beleza que não pode ser ofuscada pelos
anos ou pelas circunstâncias.


A imagem de Deus é tudo. E só seremos autênticos cristãos se
permitirmos que Ele nos molde conforme a Sua vontade. Os
nossos interesses devem ficar em segundo plano, os caprichos
de uma vida fútil devem ser abandonados, a indiferença pelas
coisas espirituais precisa ser apagada definitivamente. Nós
amamos ao Senhor, preocupamo-nos com os perdidos,
entristecemo-nos pelos que caminham sem fé e esperança.
Somos filhos de Deus, habitação de Seu Espírito, Seus
representantes neste mundo de dúvidas e incertezas. É isto
que somos. É esta a imagem que devemos refletir.


A imagem de Deus, na sua vida diária, tem sido tudo?


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