terça-feira, 26 de março de 2013

Adaptando tudo



Sabe que muita gente por aí passa uns maus bocados só porque não adapta o ambiente às suas necessidades? Por que será que as pessoas pensam em tantas coisas menos importantes e nem se lembram de adaptar a casa aos portadores de deficiência?
cool eh?
Um homem que trabalhava para meu avô cuidava do irmão, adulto, obeso e com as pernas amputadas e, na hora do banho, fazia a maior força carregando o irmão da cama para uma cadeira comum que depois era arrastada - isso mesmo, arrastada - até o banheiro para o banho.

Não que a família fosse pobre e não tivesse dinheiro para comprar uma cadeira de rodas. Nada disso. Eles simplesmente tinham se acostumado a arrastar a cadeira comum, sem rodas, de um lado para o outro pela casa. Coisa estranha, né?

Meu avô mesmo, depois de aposentado, fez umas vinte cadeiras de rodas em sua pequena oficina, só para ajudar portadores de deficiência pobres que não tinham como comprar. Sabe o que aconteceu? Pessoas que tinham dinheiro vinham pedir cadeira de rodas também. Ele não dava não.

É que muita gente ainda tem na cabeça que portadores de deficiência devem viver de esmolas, que devem ser ajudados pelo governo, por alguém etc. Na maioria das vezes, o que falta não é ajuda, é idéia.

Mas as pessoas preferem comprar uma TV nova do que uma cadeira de rodas. Às vezes não é preciso muito não, é só colocar umas rampas nos degraus, um corrimão no corredor e tantas outras coisinhas até mais simples que podem facilitar a vida do portador de deficiências.

Veja o que fizeram os pais de minha amiguinha Vicky, que mora nos Estados Unidos. Como a casa deles é de dois andares e os quartos ficam em cima, fizeram uma reforma no térreo mudando a cozinha de lugar e construindo um belo quarto e banheiro para ela não precisar ser carregada escadas acima todas as vezes que precisava dormir e tomar banho.


Agora Vicky pode ficar em seu quarto usando seu computador, o qual também tem um teclado especial adaptado às suas necessidades. Também colocaram uma rampa para ficar mais fácil de entrar na casa com a cadeira de rodas. Viu como ela está contente com a adaptação? É isso que a gente deve fazer para as pessoas que amamos.

P.S. Muita gente acessa esta página em busca de teclados adaptados para portadores de necessidades especiais. Encontrei uma empresa no Brasil que trabalha com isso: Clik Tecnologia Assistiva - www.clik.com.br

Estudante com doença degenerativa emociona comissão avaliadora e se torna mestre em Educação


Cláudio Dusik tem atrofia muscular espinhal e desenvolveu um teclado virtual para poder escrever

Estudante com doença degenerativa emociona comissão avaliadora e se torna mestre em Educação Júlio Cordeiro/Agencia RBS
Larissa Roso  Zero Hora
larissa.roso@zerohora.com.br
Cláudio Luciano Dusik, psicólogo que sofre de atrofia muscular espinhal (AME) retratado em reportagem de Zero Hora na segunda-feira, defendeu, na manhã desta terça, a dissertação de mestrado Teclado Virtual Silábico-Alfabético: Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência Física. Depois de uma hora de explanação, familiares, universitários e colegas de trabalho e de curso o aplaudiram de pé em uma sala lotada da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os três avaliadores ressaltaram o impacto social e a utilidade pública do trabalho e indicaram a publicação sem qualquer mudança no texto. Dusik também foi convidado a representar a instituição em um evento sobre informática na educação a ser realizado no México, em julho. 

– Um trabalho impecável. Foi comovente. A recomendação da banca é publicar, divulgar, apresentar em eventos científicos – conta a doutora em Educação Lucila Maria Costi Santarosa, orientadora da pesquisa. 

Dusik sofre de AME do tipo Werdnig-Hoffmann, doença de origem genética que provoca fraqueza e atrofia progressivas, comprometendo os movimentos e causando deformidades no corpo. Aos 36 anos, o estudante consegue mexer, com limitações, apenas a cabeça e a mão esquerda. Para driblar a rápida evolução da enfermidade, que o impediu de escrever a partir de meados do curso de graduação, Dusik estudou lições de informática e aprendeu os princípios da linguagem de programação. Em quatro meses, lendo pesados livros durante a madrugada e nos intervalos das aulas de psicologia na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), criou um teclado virtual. O Mousekey permite a seleção de letras e sílabas na tela, a partir de cliques no mouse.

Muitos dos espectadores interessados em acompanhar a sessão não conseguiram entrar. Surpresos, professores comentavam nunca ter visto uma banca de mestrado tão concorrida. Dusik e a mãe, a professora de séries iniciais Eliza Arnoldo, 58 anos, choraram no momento em que a comissão expôs suas considerações.

– Eu estava bastante ansioso, mas era só uma ansiedade natural. É um tema que domino. Os professores disseram que não me avaliaram, fui eu que os ensinei. Acho que não teve quem não se emocionou – disse o mestre, ao final de um almoço comemorativo com parentes e amigos, após o compromisso acadêmico.

Promoção do bazar da AFECE.

Secretaria Especial dos Diretos da Pessoa com Deficiência

A Secretaria Especial dos Diretos da Pessoa com Deficiência lança nesta quarta-feira (27) o projeto Acesso. É um projeto piloto que irá atender, inicialmente, a Regional Pinheirinho, com um serviço de transporte por micro-ônibus. Buscando e levando as pessoas na porta de casa, é destinado exclusivamente para pessoas com deficiência que possuem um alto grau de comprometimento - sem autonomia ou independência funcional, relacionada às questões motora, intelectual ou emocional. São aquelas pessoas que têm restritas condições de mobilidade, autonomia ou comportamento e não conseguem utilizar os demais meios de transporte coletivos existentes para ir a consultas médicas.

O lançamento será às 11 horas, na Rua da Cidadania do Pinheirinho.

Destinos

O projeto Acesso foi criado para conduzir pessoas com deficiência de suas residências a locais específicos, como serviços de saúde (consultas, exames, habilitação e reabilitação) e atendimentos socioassistenciais não continuados. Para a avaliação socioeconômica e de funcionalidade, os interessados devem fazer inscrição no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo de sua casa.

O serviço vai funcionar em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas.


 Secretaria Especial dos Diretos da Pessoa com Deficiência