sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cirurgia pioneira restaura função da mão de paciente tetraplégico


Cirurgia pioneira restaura função da mão de paciente tetraplégico



Uma cirurgia pioneira desenvolvida por médicos da Washington University School of Medicine, nos Estados Unidos, conseguiu recuperar os movimentos das mãos de um tetraplégico.
A técnica revolucionária, chamada de transferência de nervos, reverte os danos da coluna vertebral.
O paciente de 71 anos, que ficou tetraplégico após um acidente de carro em 2008, teve medula espinhal danificada na base do pescoço, na vértebra ‘ C7′ , e se tornou incapaz de andar.
Enquanto ainda podia mover os braços, ele perdeu a capacidade de comprimir ou apertar com uma das mãos. Toda a comunicação entre o cérebro e a mão foi perdida.
Após a cirurgia e fisioterapia intensiva, o paciente recuperou algumas funções da mão, especificamente a capacidade de dobrar o polegar e o dedo indicador. Ele agora pode se alimentar sozinho e escrever com a ajuda.
O estudo de caso, publicado no Journal of Neurosurgery, é, segundo os autores, o primeiro caso relatado do uso de transferência de nervo para restaurar a capacidade de flexionar o polegar e o dedo indicador, após uma lesão medular.
De acordo com a equipe, a técnica tem potencial para ajudar pacientes com danos nas vértebras C6 e C7.
“Este procedimento não é usual para o tratamento de tetraplegia, porque não tenta restaurar a medula espinhal, onde a lesão está. Em vez disso, nós nos focamos em áreas onde sabemos que os nervos funcionam para redirecionar nervos nessa área e redirecioná-los a restaurar a função da mão”, explica a cirurgiã Ida K. Fox.

Como funciona

Os nervos da mão não foram danificados, eles perderam o sinal enviado pelo cérebro, que lhes diz o que fazer.
No entanto, o cérebro ainda podia dar instruções ao braço.
A nova técnica, aplicada no Barnes-Jewish Hospital, consiste na religação dos nervos do paciente a fim de criar uma nova rota de comunicação entre o cérebro e o membro danificado redirecionando nervos ativos na parte superior dos braços.
Segundo Fox, essa é uma forma “muito nova” de restaurar o movimento. No entanto, ela adverte que a técnica não tem potencial para restaurar a função normal.
A equipe ressalta que a cirurgia não é um milagre que acontece do dia para a noite. É preciso treinamento intensivo para recuperar o controle da mão. Nervos que costumavam dobrar o cotovelo estão agora fazendo movimentos de beliscar.
Depois de oito meses, o paciente tratado foi capaz de mover o dedo indicador e o polegar, conseguindo se alimentar e ‘ escrever’ .
Com mais de fisioterapia, os médicos esperam que seu movimento continue a melhorar.

A lei de cotas é realmente inclusiva para as pessoas com deficiência?



mercado de trabalho brasileiro está em pleno vapor e contratando mais do que nunca, acredito que o índice de desemprego está em um dos patamares mais plausíveis de todos os tempos. Mas e o mesmo mercado para os deficientes, como está?
A lei de cotas é realmente inclusiva para as pessoas com deficiência?
Esse panorama é de 2010, mas pouco deve ter mudado.
O governo através da lei 8.213 (mais conhecida como le das cotas) de 1999 foi a melhor e mais bem intencionada forma de promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, pois ofereceria vagas de empregos em empresas de médio e grande porte para esses trabalhadores que estavam excluídos do mercado, devido as suas dificuldades. Porém na prática o que vemos é bem diferente  da intenção do governo ao criar a lei.
Poucas são as empresas que cumprem a lei e a fiscalização que é feita pelo Ministério do Trabalho não é suficiente para que se multe todas as empresas que ignoram a lei. Um outro fator preponderante é que as empresas não desejam investir em acessibilidade para facilitar a contratação de deficientes, então a busca por profissionais com deficiências leves é maior e mais simples, com isso temos os deficientes físicos de maior comprometimento, os visuais totais, os surdos severos e não oralizados que continuam sendo excluídos das cotas.
Para se entender melhor a lei 8.213 de 1999, ela determina que as empresas tenham, em seu quadro efetivo, funcionários com deficiência e fornece a quantidade apartir do número de funcionários total da empresa, conforme tabela abaixo:
  • 100 até 200 funcionários……………   2%
  • de 201 a 500 funcionários…………..   3%
  • de 501 a 1000 funcionários………….  4%
  • de 1001 em diante funcionários…….  5%
O grande problema é que a empresa tem liberdade para contratar as pessoas com deficiência de acordo com a sua necessidade. Ou seja, ela contrata de acordo com o que necessita sem ter que fazer investimentos no ambiente de trabalho.
Se formos buscar em bancos de dados de empregos, as vagas para deficientes, na sua maioria,excluem os cadeirantes, deficientes visuais e os surdos que necessitam de LIBRAS (não oralizados). O que torna a contratação mais complicada e gera a desculpa de que faltam deficientes em condições para contratação ou falta escolaridade para os deficientes.
A escolaridade dos deficientes, que tem mobilidade ou ajuda para poderem estudar está aumentando. Principalmente com a facilidade do EAD (ensino a distância) em que pode-se estudar em casa, somente sendo necessário ir a instituição em algumas ocasiões, facilita muito a vida dos estudantes deficientes.
Algumas empresas tem projetos muito legais para contratação de deficientes, que se iniciam em um curso “remunerado” e termina na efetivação dos funcionários. Podemos ver o trabalho doMetro-Rio, da Portobello e de muitas outras que vão buscar a pessoa com deficiência para treinar e contratar em seu quadro efetivo de funcionários, tudo isso por conta do investimento inicial a acessibilidade e na preparação do quadro de funcionários existentes na empresa. A Serasa Experian abriu um forúm com empresários de diversos setores para discutir a inserção de deficientes no mercado de trabalho, leia a matéria clicando no link.
Será que não é hora de repensar a lei e fazer uma leve alteração para melhorar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, fazendo com que as grandes empresas passem a investir no treinamento e acessibilidade?